Copo do Subway (foto/Getty Images)
Luiza Calegari
Publicado em 17 de março de 2017 às 14h59.
Última atualização em 17 de março de 2017 às 19h02.
São Paulo — Juarez José de Santana é chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura de Londrina, no Paraná, e alvo de mandado de prisão preventiva na operação Carne Fraca, da Polícia Federal.
Segundo o relatório da da PF, Juarez é dono de uma franquia do Subway, que está em nome de familiares e é usada para lavar dinheiro do esquema de corrupção.
Formalmente, a franquia está em nome das filhas de Juarez, mas, segundo a PF, uma delas mora em São Paulo e a outra, em Guiné-Bissau.
A PF acusa Juarez de chefiar uma organização criminosa instalada na Regional de Londrina. Os grampos telefônicos registram que ele marcou encontros, organizou a coleta de propinas e solicitou produtos alimentícios e armazenamento às empresas.
Em ligações interceptadas, Juarez combina encontros com outros denunciados na própria franquia, para, segundo a PF, tratar de propinas e assuntos ilegais longe dos escritórios do governo.
A Polícia Federal também afirma que ele supervisionou a redação da defesa de uma empresa autuada por irregularidades sanitárias.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Subway diz que "não é alvo de uma investigação da Polícia Federal, em conexão com a alegada lavagem de dinheiro. A rede, que há tempos tem estabelecido políticas na condução dos seus negócios de forma íntegra, jamais toleraria qualquer tipo de corrupção. Informa ainda que colaborou com a Polícia Federal em sua investigação e continuará a fazê-lo, se solicitado. Juarez José Santana, preso hoje durante a ação policial, não é operador ou proprietário de uma franquia da rede".
A rede de franquias diz ainda que "é criteriosa na seleção de franqueados e fornecedores e avalia regularmente o desempenho dos proprietários. Além disso, realiza auditorias constantes na cadeia de abastecimento para ajudar a garantir a qualidade dos produtos, alimentos e serviços aos clientes".
A maior operação da Polícia Federal foi deflagrada hoje para investigar fraudes em regionais do Ministério da Agricultura.
Mais de 1.100 policiais foram mobilizados em seis estados (Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás) e no Distrito Federal.
Segundo a PF, as empresas investigadas (entre elas, a BRF e a JBS) pagavam propina a fiscais. Em alguns casos, o objetivo era obter a liberação de alimentos em desacordo com as normas sanitárias. Com poucas exceções, a PF não especificou quais acusações são atribuídas a cada empresa.