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Alternativa para Telefônica é negociar com a TIM

Para isso, operadora espanhola teria de vender sua participação na Vivo, e o principal candidato seria o mexicano Carlos Slim, da Claro

Novo líder? Slim, da Claro, é o único com caixa para comprar a Vivo e tomar a liderança do mercado (.)

Novo líder? Slim, da Claro, é o único com caixa para comprar a Vivo e tomar a liderança do mercado (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

São Paulo - O veto do governo português à venda da Vivo para a Telefônica não deve ser o ponto final desta história, segundo os analistas ouvidos pelo site de EXAME. A maior aposta é que o veto será derrubado pelo Supremo Tribunal na União Europeia em 8 de julho, quando a corte discutirá o assunto. Mas, se isso não ocorrer, o melhor saída para a Telefônica ampliar sua presença no Brasil seria se unir à TIM, atualmente a terceira maior operadora móvel no Brasil. "A TIM vem perdendo market share nos últimos tempos, mas já mostra esforços para reverter essa situação e crescer mais", avalia o analista Julio Puschel, da consultoria Informa T&M.

Recentemente, o presidente da Telecom Itália, Gabriele Galateri, afirmou que a unidade brasileira é cada vez mais importante para o grupo Telecom Itália. A afirmação, que, num primeiro momento, pode parecer uma barreira para uma eventual aquisição da TIM pela Telefônica, na verdade reforça a importância do mercado brasileiro para as companhias estrangeiras de telecomunicação. Hoje há 181 milhões de linhas móveis e esse número pode chegar a 300 milhões nos próximos anos, segundo estimativas da Anatel. Mesmo com um cenário tão promissor, o presidente da TIM disse que não descarta a possibilidade de negociação. Em 2008, as empresas mantiveram conversas sobre um eventual acordo.

Porém, é preciso levar em contas algumas regras do setor de telecomunicações. "Essa alternativa, no entanto, pode enfrentar problemas regulatórios, e a Telefônica seria obrigada a vender sua parte na Vivo", avalia Eulalia Marín-Sorribes, da consultoria inglesa IHS Global Insight. Na avaliação da área de análise da Planner Corretora, o comprador mais provável seria o mexicano Carlos Slim, dono da Claro, vice-líder do mercado brasileiro. Para a Planner, Slim tem dinheiro suficiente para essa operação, o que o levaria para a liderança isolada, com cerca de 55% de participação no mercado. A corretora não aposta muito que a Oi pudesse comprar a fatia da Telefônica na Vivo, já que a Oi enfrenta problemas de caixa.

Brasil no centro

O caminho contrário também é difícil, segundo a analista. "Não vejo a possibilidade de a Portugal Telecom comprar a outra metade da Vivo por dois motivos: a oferta feita pela Telefônica é muito boa, e a espanhola também não quer se desfazer de um mercado tão importante", afirma Eulália. Isso porque o veto do governo português sobre a negociação pode ser considerado ilegal pela Comissão Europeia que julgará a decisão na próxima semana. Assim, a disputa entre as operadoras pela Vivo pode estar longe de terminar.

Outra possibilidade levantada nas últimas semanas foi a negociação da operadora espanhola com a Oi, hoje a maior empresa de telecomunicações do país. Essa opção logo foi negada por empresários da operadora brasileira e, para reforçar a aversão a estrangeiros, a Oi pediu ajuda do presidente Lula para impedir que investidores internacionais tentem adquirir uma parcela de seus negócios. Na época da fusão com a Brasil Telecom (BrT), no entanto, executivos da Oi e da Portugal Telecom chegaram a conversar sobre uma possível participação da operadora portuguesa na nova empresa. Para o analista Eduardo Tude, é imprescindível que a Oi se una a um grupo global para continuar no mercado - e um dos possíveis candidatos seria a operadora espanhola.

A proposta de 7,15 bilhões de euros feita pela Telefônica para comprar a parcela da Portugal Telecom na Vivo convenceu 74% dos acionistas da operadora portuguesa, mas foi vetada pelo governo português na assembleia desta quarta-feira (30/6), em Lisboa.

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