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Após altas, Fator recomenda cautela com ações de construção

Apesar da alta nas últimas semanas, corretora espera lucros menores com pouco impacto do pacote governamental

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Desde o anúncio do governo de um programa habitacional de 34 bilhões de reais, os papéis de construtoras e imobiliárias vêm se recuperando dos impactos da crise internacional. Após as recentes altas, porém, a Fator recomenda cautela aos investidores com as ações do setor.

Os analistas afirmaram acreditar que o pacote do Governo é positivo para o setor de construção civil. O foco voltado à população de baixa renda, contudo, faz com que o impacto seja mais limitado para as principais empresas, com preço unitário do imóvel médio de 40 mil reais à população de renda de até três salários mínimos.

"Atualmente, nenhuma incorporadora opera nesse segmento e possui esse tipo de produto. Do total de um milhão de moradias anunciadas, 70% do total serão destinadas à população com renda de até seis salários mínimos, faixa ainda não atendida pelas principais construtoras listadas", explicaram.

Na faixa de renda de seis a dez salários mínimos, o valor do imóvel é de 130 mil reais por unidade. Com isso, Tenda, MRV, Rodobens e PDG Realty devem ser as empresas mais beneficiadas pelo pacote, por causa do percentual do banco de terrenos dentro dessa faixa de preço.

A Fator explica a alta nos preços das ações das construtoras com a melhora do ânimo no setor a partir do anúncio do programa habitacional, além da expectativa de recuperação da demanda por imóveis e melhoria de percepção de risco por parte de investidores estrangeiros.

"Reiteramos cautela aos investidores, pois apesar de algumas incorporadoras terem apresentado resultados operacionais positivos, não observamos melhora consistente nas variáveis que determinam o consumo de imóveis", disse.

Para os três primeiros meses do ano, a expectativa é de lucro menor para a maior parte das companhias. As construtoras voltadas ao segmento de baixa renda devem obter melhores resultados nos próximos trimestres, pois, segundo a corretora, além da demanda pelo primeiro imóvel ter se mostrado mais forte, o índice de confiança do consumidor caiu menos nesse segmento.

Nesse cenário, a PDG Realty e a MRV são apontadas como as companhias com possíveis números mais positivos, devido à forte exposição ao segmento econômico e forte volume e velocidade de vendas no primeiro trimestre. Além disso, ambas possuem bom controle de custos, eficiência operacional e situação financeira confortável. 

 

Lucro previsto para o primeiro trimestre de 2009 (R$ milhões)
Empresa

Resultado 1T09

Resultado 1T08Variação anual (%)
Brascan Company2146-54,35
CCDI868-88,24
Cyrela7486-13,95
Gafisa consolidadio2345-48,89
Inpar26-66,67
Klabin Segall-912-
MRV4251-17,65
PDG Realty825160,78
Rodobens1718-5,56
Rossi372085,00
Tecnisa322814,29
Nova Tenda621-71,43
Fonte: Empresas e Fator Corretora
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