Alok Sharma: países ricos têm plano para transferir US$ 100 bi aos pobres
Presidente da COP26, que está no Brasil, afirma que mundo precisará de trilhões de dólares de dinheiro público e privado para conter mudanças climáticas
Rodrigo Caetano
Publicado em 4 de agosto de 2021 às 10h43.
Última atualização em 5 de novembro de 2021 às 13h37.
A promessa não é exatamente nova. Na realidade, o prazo até já estourou. Mas os países desenvolvidos têm um plano para transferir 100 bilhões de dólares aos países em desenvolvimento para conter as mudanças climáticas, segundo o britânico Alok Sharma, presidente da COP26 , a próxima conferência do clima da ONU, que será realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro.
Sharma está no Brasil para uma série de reuniões com empresas, cientistas, ONGs e o governo. Nesta quarta-feira, 4, ele discursou para uma plateia de governadores, prefeitos, empresários e executivos de grandes empresas comprometidos com a iniciativa Race to Zero, que demanda compromissos de descarbonização total da economia até 2050. “Vocês são meus heróis do clima”, disse Sharma, ao concluir sua fala.
Assista ao evento "Fechando o Ciclo da Ambição com a Corrida Zero no Brasil"
A maior COP desde Paris
O governo do Reino Unido está bastante empenhado em fazer da COP26, o primeiro grande evento sediado pelo país após a saída da União Europeia, um marco econômico e político. A expectativa é realmente alta. Espera-se que essa seja a conferência climática mais importante desde a de 2012, na França, que culminou na assinatura do Acordo de Paris.
A promessa de transferir os 100 bilhões de dólares para os países em desenvolvimento, por sinal, foi feita no acordo e tinha como prazo o ano passado. Por falta de entendimento sobre os mecanismos de transferência, o plano não avançou. Esse é um dos tópicos que serão tratados em Glasgow, no escopo da regulamentação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata da criação de um mercado global de carbono.
Conversas com o governo
Sharma irá se reunir, entre hoje e amanhã, com autoridades do governo federal. Ele destacou o compromisso feito pelo Brasil de alcançar a neutralidade em carbono até 2050 e disse que espera obter mais informações sobre isso nas conversas reservadas.
As tratativas estão mais avançadas, no entanto, com os governos municipais e estaduais. Assinaram o compromisso os governos de Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e Pará. Também estão no processo de adesão Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Paraná. Esses estados representam 48% das emissões brasileiras e 50% do PIB.
Entre as cidades, fazem parte do compromisso as capitais São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Recife, além de Niterói (RJ), São Leopoldo (RS), Canoas (RS) e Serra Talhada (PE).
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