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Da Redação
Publicado em 15 de março de 2011 às 12h12.
A receita da operação brasileira da América Latina Logística, empresa do grupo GP mais conhecida como ALL, cresceu 21,1% em 2003 e chegou a 862 milhões de reais. Já o lucro líquido passou de 5,3 milhões em 2002 para 10,2 milhões no ano passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (2/3), quando a empresa enviou seu balanço à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os saltos no faturamento e no lucro, entretanto, não foram os números mais destacados por Bernardo Hees, diretor superintendente da empresa. "O mais interessante é que embora nossa receita tenha crescido, nossos custos fixos permaneceram inalterados, o que nos trouxe um excelente resultado operacional", disse ele.
Em 2003, os custos fixos da ALL, como em 2002, foram da ordem de 123 milhões de reais. "Para que isso fosse possível fizemos um controle obsessivo de custos", afirmou Hees. "Só no consumo de diesel conseguimos uma economia de 3,3%". O lucro operacional da ALL (Ebit) chegou a 187,6 milhões de reais, um crescimento de 40% sobre o resultado de 2002. Já a geração de caixa, o Ebtida (ganho da empresa antes do desconto de impostos, da depreciação, dos juros e das amortizações) foi de 238,4 milhões de reais em 2003, contra 185,1 milhões de reais em 2002.
Hees credita o desempenho da ALL à safra agrícola recorde do país no ano passado e ao aumento do número de negócios ligados a produtos industrializados. O segmento agrícola, segundo ele, com destaque para a soja e fertilizantes, respondeu por 52% da receita da ALL em 2003. Os outros 48% ficaram com os negócios ligados ao transporte de combustíveis, produtos siderúrgicos e alimentos.
Se os resultados do Brasil forem somados aos da operação da empresa na Argentina - os balanços das duas operações não foi consolidado em 2003 - o faturamento total da ALL chega a 1 bilhão de reais. "Como nos concentramos nas cargas para exportação e nos negócios com clientes sólidos que não ofereciam risco de pagamento, o nosso desempenho no país também foi positivo", afirmou Hees. A soma das duas operações também eleva o lucro líquido da ALL para 10 milhões de reais e o lucro operacional para 211 milhões.
Hees também afirmou que os aportes de cerca de 70 milhões de reais realizados pelos acionistas da ALL no ano passado permitiram que a empresa reduzisse o seu endividamento líquido. "Alongamos cerca de 400 milhões de reais em dívidas que tinham prazo médio de dois anos para cerca de quatro ou cinco anos", disse ele.
Questionado sobre a possível abertura de capital da empresa, Hess afirmou que os acionistas da ALL são favoráveis à idéia, mas que não há data para que ela aconteça, embora a empresa esteja olhando operações de banco que possam vir a coordena o processo.