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Alibaba divulga resultados tentando escapar de guerra comercial

Ações da varejista chinesa já caíram mais de 8% neste mês com embate de tarifas entre China e Estados Unidos

Sede da Alibaba, na China: companhia diversifica atuação, a exemplo da americana Amazon (Aly Song/File Photo/Reuters)

Sede da Alibaba, na China: companhia diversifica atuação, a exemplo da americana Amazon (Aly Song/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2019 às 06h29.

Última atualização em 15 de maio de 2019 às 06h49.

Em meio à guerra comercial entre China e Estados Unidos, a Alibaba, maior plataforma de e-commerce chinesa, reporta seus resultados do trimestre na manhã desta quarta-feira, 15. Os números devem vir positivos, mas investidores estarão mesmo preocupados com a sobrevivência da Alibaba no tiroteio que tornou-se a guerra comercial sino-americana.

Com capital aberto nos Estados Unidos desde 2014 e valendo 443 bilhões de dólares, a Alibaba acumulava alta de mais de 20% no valor das ações no ano, mas viu os papéis caírem mais de 8% neste mês após as tensões comerciais se acentuarem.

O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a China descumpriu a promessa de mudar leis comerciais e impôs na semana passada tarifas maiores, de 25%, a importados chineses, dizendo que novas taxas ainda poderiam vir. A China retaliou e também anunciou mais tarifas em produtos norte-americanos. Depois do anúncio, o próprio SP&500, índice com as principais empresas de capital aberto dos Estados Unidos, teve na segunda-feira, 13, sua pior queda em quatro meses.

Tarifas mais altas para entrar nos Estados Unidos devem prejudicar as vendas da Alibaba e de outras empresas chinesas num momento em que se organizam justamente para expandir sua atuação internacional. A China responde por 21% das importações norte-americanas, enquanto os produtos dos Estados Unidos são cerca de 10% do que entra na China.

A Alibaba deve divulgar faturamento de 13,4 bilhões de dólares no período referente aos três primeiros meses de 2019, com alta de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas no varejo online chinês, que cresceram mais de 20% no primeiro trimestre de 2019, segundo dados oficiais do governo, também impulsionaram a alta na Alibaba. Já o lucro, de 98 centavos por ação, deve subir quase 20%.

Conhecida como a “Amazon chinesa”, a Alibaba tem negócios no varejo e em outros setores como computação em nuvem, inteligência artificial e entretenimento. A empresa vai vender para a companhia de streaming norte-americana Netflix os direitos de imagem de um dos programas de seu serviço de vídeo, o Youku, numa tentativa da Netflix de por um pé no gigantesco mercado chinês.

Quanto mais variada for sua atuação, menos exposta a Alibaba estará às pressões de Donald Trump. É uma estratégia semelhante à seguida pela Amazon, um dos principais alvos do presidente americano.

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