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Airbnb se coloca contra Nova York e financia ação judicial de anfitrião

Anfitrião do Airbnb processou a cidade em um tribunal federal acusando as autoridades de retaliação contra ele

Nova York: Se a cidade aprovar a nova lei, o Airbnb será obrigado a compartilhar as informações dos anfitriões com o Escritório de Execução Especial do prefeito (YouTube/Reprodução)

Nova York: Se a cidade aprovar a nova lei, o Airbnb será obrigado a compartilhar as informações dos anfitriões com o Escritório de Execução Especial do prefeito (YouTube/Reprodução)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 19 de julho de 2018 às 10h03.

Airbnb Inc. está intensificando sua luta contra as autoridades de Nova York, dando apoio financeiro para uma ação judicial contra a cidade.

Stanley Karol, 56, anfitrião do Airbnb no Brooklyn, processou a cidade em um tribunal federal nesta quarta-feira, acusando as autoridades de retaliação contra ele pelo fato de ter se manifestado em apoio ao aluguel de residências. A cidade impôs multas a Karol que poderiam chegar a mais de US$ 30.000 depois que ele apareceu em uma reunião do conselho, em junho, segundo a ação. O Airbnb concordou em pagar as custas do processo, disse Christopher Nulty, porta-voz da empresa.

O processo foi aberto poucas horas antes da provável aprovação de uma lei no conselho da cidade de Nova York que exige que o Airbnb e outros websites de aluguel de residências divulguem os nomes e os endereços dos anfitriões. O projeto de lei foi criado para ajudar as autoridades a tomarem medidas contra aluguéis ilegais de curto prazo. O Airbnb se opõe à medida, com o argumento de violaria a privacidade dos anfitriões que cumprem a lei.

O processo apoiado pelo Airbnb é outra reviravolta em uma guerra de quase uma década entre a empresa e Nova York. O Airbnb processou a cidade e o estado de forma direta em 2016 por uma lei que restringe sublocações de curto prazo. Ambos os casos foram resolvidos em poucos meses. A batalha ganhou força neste ano, quando o corregedor da cidade afirmou que o Airbnb custou aos nova-iorquinos US$ 616 milhões em aumentos de aluguéis e em junho o Airbnb acusou os membros do conselho municipal de estarem em mãos do setor hoteleiro.

O financiamento de litígios é uma nova ferramenta controversa do Airbnb. Thiel, um bilionário investidor em tecnologia apoiador do presidente dos EUA, Donald Trump, usou-o com grande sucesso quando financiou a ação do lutador Hulk Hogan contra o website de fofocas Gawker. Diferentemente de Thiel, o Airbnb não está tentando esconder seu envolvimento no processo contra Nova York.

Se a cidade aprovar a nova lei nesta quarta-feira, o Airbnb será obrigado a compartilhar as informações dos anfitriões com o Escritório de Execução Especial do prefeito, o mesmo órgão que Stanley Karol acusou de retaliação. Karol recebeu intimações por ter convertido o porão de sua casa em um hotel ilegal e por não cumprir as normas contra incêndios, segundo a denúncia.

“As pessoas não deveriam ter que ter medo de chegar em casa e alguém bater na porta só porque elas decidiram se manifestar contra o governo”, disse Andrew Celli, advogado do escritório Emery Celli Brinckerhoff & Abady, que representa Karol no caso.

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