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Ações civis nos EUA podem pressionar Volkswagen

A ação da Volkswagen, que tinha recuperado nas últimas semanas parte das perdas dos últimos meses, caiu mais de 4% nesta terça na Bolsa de Frankfurt

Volkswagen: a ação alega que a fabricante alemã de veículos instalou, intencionalmente, "dispositivos enganosos" em seus motores a diesel da VW, da Audi e da Porsche (Odd Andersen/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2016 às 15h04.

As ações civis nos Estados Unidos contra a Volkswagen podem agravar a situação da fabricante alemã, no centro do escândalo mundial dos motores adulterados.

Três meses e meio após ter estourado nos Estados Unidos o escândalo dos veículos a diesel do grupo VW equipados com um programa informático fraudulento, o Departamento de Justiça americano e a Agência de meio ambiente (EPA) abriram um processo judicial contra o gigante automobilístico.

"A implicação do Departamento de Justiça revela que as autoridades americanas perdem a paciência com a Volkswagen (...) e querem golpear forte", assegura à AFP o especialista do setor automotor, Ferdinand Dudenhoffer.

Essa nova situação provoca temores de que algumas autoridades americanas imponham à Volkswagen multas maiores do que o esperado até agora: a imprensa fala de valores que podem chegar aos 90 bilhões de dólares.

Resultado: a ação da Volkswagen, que tinha recuperado nas últimas semanas parte das perdas dos últimos meses, caiu mais de 4% nesta terça na Bolsa de Frankfurt.

Esses US$ 90 bilhões corresponderiam, segundo Holger Schmidt, analista da Equinet, ao "máximo aritmético" se a justiça dos Estados Unidos aplicar as penas máximas pelas diferentes acusações. "O valor debe ser mais baixo", pondera o analista.

Pura fantasia

"Esses números são pura fantasia", concorda Dudenhoffer. Até agora o cenário mais pessimista para a fabricante de Wolfsburgo, no norte de Alemanha, era uma multa de aproximadamente 18 bilhões de dólares.

A ação alega que a fabricante alemã de veículos instalou, intencionalmente, "dispositivos enganosos" em seus motores a diesel da VW, da Audi e da Porsche.

Esses dispositivos permitiam que os testes dos carros tivessem resultados não poluentes, mas, na verdade, emitiam uma quantidade de gases 40 vezes maior do que a permitida.

O grupo com 12 marcas, que fabrica cerca de 300 modelos, admitiu em setembro que os motores a diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo foram equipados com um programa que pode alterar os resultados dos controles de poluição.

A investigação, que se centrou inicialmente nos motores de 2 litros, depois foi estendida a modelos mais potentes, como o de 3 litros.

Que sirva de exemplo

O Departamento de Justiça, que processa a VW em nome da agência federal do meio ambiente (EPA), não especificou o montante da indenização buscada.

"Os Estados Unidos querem claramente que esse caso sirva de exemplo", analisa o professor Stefan Bratzel, diretor do Center of Automotive Research de Bergisch Gladbach. "Mas é pouco provável que a multa máxima seja imposta à Volkswagen", afirma.

Apesar de os valores serem altamente especulativos, o professor calcula que la multa final nos Estados Unidos provavelmente não excederia os 10 bilhões de dólares..

Na Europa, a Volkswagen começará este mês um grande recall de 8,5 milhões de veículos por um custo relativamente modesto, de aproximadamente 500 milhões de euros.

No entanto, a fabricante ainda não chegou a um acordo com as autoridades americanas, que levaram o escândalo à tona.

"As normas antipoluição americanas são muito mais severas do que as europeias, e as soluções técnicas simples e fáceis na Europa não bastarão do outro lado do Atlântico", explica Bratzel.

"No pior dos casos, uma solução técnica poderia ser muito onerosa e a Volkswagen se veria obrigada a voltar a comprar os veículos afetados", acrescenta.

"Não se exclui que a EPA imponha à Volkswagen um prazo para encontrar uma solução para o problema", acrescenta. Caso contrário, se veria obrigado a retirar de circulação cerca de 600.000 veículos.

A companhia não reagiu abertamente à nova ofensiva das autoridades norte-americanas, e limitou-se a expressar sua disposição.

"Estamos examinando a ação", declarou Eric Felber, um porta-voz da empresa. E acrescentou que a Volkswagen "coopera estreitamente" com as autoridades dos Estados Unidos.

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As ações civis nos Estados Unidos contra a Volkswagen podem agravar a situação da fabricante alemã, no centro do escândalo mundial dos motores adulterados.

Três meses e meio após ter estourado nos Estados Unidos o escândalo dos veículos a diesel do grupo VW equipados com um programa informático fraudulento, o Departamento de Justiça americano e a Agência de meio ambiente (EPA) abriram um processo judicial contra o gigante automobilístico.

"A implicação do Departamento de Justiça revela que as autoridades americanas perdem a paciência com a Volkswagen (...) e querem golpear forte", assegura à AFP o especialista do setor automotor, Ferdinand Dudenhoffer.

Essa nova situação provoca temores de que algumas autoridades americanas imponham à Volkswagen multas maiores do que o esperado até agora: a imprensa fala de valores que podem chegar aos 90 bilhões de dólares.

Resultado: a ação da Volkswagen, que tinha recuperado nas últimas semanas parte das perdas dos últimos meses, caiu mais de 4% nesta terça na Bolsa de Frankfurt.

Esses US$ 90 bilhões corresponderiam, segundo Holger Schmidt, analista da Equinet, ao "máximo aritmético" se a justiça dos Estados Unidos aplicar as penas máximas pelas diferentes acusações. "O valor debe ser mais baixo", pondera o analista.

Pura fantasia

"Esses números são pura fantasia", concorda Dudenhoffer. Até agora o cenário mais pessimista para a fabricante de Wolfsburgo, no norte de Alemanha, era uma multa de aproximadamente 18 bilhões de dólares.

A ação alega que a fabricante alemã de veículos instalou, intencionalmente, "dispositivos enganosos" em seus motores a diesel da VW, da Audi e da Porsche.

Esses dispositivos permitiam que os testes dos carros tivessem resultados não poluentes, mas, na verdade, emitiam uma quantidade de gases 40 vezes maior do que a permitida.

O grupo com 12 marcas, que fabrica cerca de 300 modelos, admitiu em setembro que os motores a diesel de 11 milhões de veículos em todo o mundo foram equipados com um programa que pode alterar os resultados dos controles de poluição.

A investigação, que se centrou inicialmente nos motores de 2 litros, depois foi estendida a modelos mais potentes, como o de 3 litros.

Que sirva de exemplo

O Departamento de Justiça, que processa a VW em nome da agência federal do meio ambiente (EPA), não especificou o montante da indenização buscada.

"Os Estados Unidos querem claramente que esse caso sirva de exemplo", analisa o professor Stefan Bratzel, diretor do Center of Automotive Research de Bergisch Gladbach. "Mas é pouco provável que a multa máxima seja imposta à Volkswagen", afirma.

Apesar de os valores serem altamente especulativos, o professor calcula que la multa final nos Estados Unidos provavelmente não excederia os 10 bilhões de dólares..

Na Europa, a Volkswagen começará este mês um grande recall de 8,5 milhões de veículos por um custo relativamente modesto, de aproximadamente 500 milhões de euros.

No entanto, a fabricante ainda não chegou a um acordo com as autoridades americanas, que levaram o escândalo à tona.

"As normas antipoluição americanas são muito mais severas do que as europeias, e as soluções técnicas simples e fáceis na Europa não bastarão do outro lado do Atlântico", explica Bratzel.

"No pior dos casos, uma solução técnica poderia ser muito onerosa e a Volkswagen se veria obrigada a voltar a comprar os veículos afetados", acrescenta.

"Não se exclui que a EPA imponha à Volkswagen um prazo para encontrar uma solução para o problema", acrescenta. Caso contrário, se veria obrigado a retirar de circulação cerca de 600.000 veículos.

A companhia não reagiu abertamente à nova ofensiva das autoridades norte-americanas, e limitou-se a expressar sua disposição.

"Estamos examinando a ação", declarou Eric Felber, um porta-voz da empresa. E acrescentou que a Volkswagen "coopera estreitamente" com as autoridades dos Estados Unidos.

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