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Ação da ALL despenca após divulgação de resultados

Crescimento de volume e do Ebtida no trimestre não convencem o mercado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Em dia de alta de 1,33% do Ibovespa, principal índice de referência para a bolsa brasileira, as ações da ALL (ALLL11) se descolam do clima mais ameno e são fortemente penalizadas. A baixa de 4,26%, a maior do dia às 14h12, vem em resposta do mercado à prévia dos resultados da empresa no primeiro trimestre.

Segundo dados oficiais, o volume da ALL cresceu 10,4% em relação ao mesmo período do ano passado, impulsionando o Ebitda (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que teve avanço anual de 6,4%. Apesar dos números positivos no Brasil, dados das operações na Argentina prejudicaram a companhia.

No país vizinho, o volume caiu 4,5% no primeiro trimestre, refletindo adversidades no cenário político e no mercado. A empresa explicou que suas estimativas apontam uma quebra de 25% na safra agrícola argentina por causa das condições climáticas. Além disso, uma contração da produção industrial é esperada, penalizando o transporte de matérias-primas.

Potencializando as preocupações, os agricultores argentinos retomaram o bloqueio de estradas e ferrovias para exercer pressão política contra os impostos de exportação. "As perspectivas de mercado são desfavoráveis, em face da enorme quebra na safra. Além disso, ainda não está claro por quanto tempo governo e agricultores podem debater até chegar a um acordo", disse a ALL.

Em resposta aos dados negativos, a Ágora reduziu duas projeções para a companhia e baixou seu preço-alvo para o fim de 2009 de 19,30 reais para 14,60 reais. A recomendação de compra, porém, foi mantida, por causa dos "fortes fundamentos e boas perspectivas de crescimento nos próximos anos".

Perspectivas positivas no mercado brasileiro

A companhia ressaltou que por aqui a colheita iniciou bem o período, com as commodities apresentando melhores preços e a taxa de câmbio retomando certa estabilidade. Em conseqüência, um ambiente mais positivo para a agricultura se formou.

Por isso, as perspectivas de safra, segundo a ALL, seguem apresentando melhora desde janeiro, com destaque aos Estados do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul.

"A taxa de crescimento de dois dígitos foi alcançada mesmo com volumes perdidos em fevereiro, quando tivemos três semanas de fraco desempenho operacional durante o processo de aumento no tamanho médio dos trens em nosso principal corredor de commodities agrícolas", explicou.

As projeções da empresa para 2009 no país foram mantidas, apostando em um crescimento de volume entre 10% e 12%. A Ágora, por sua vez, espera que o volume transportado em ferrovias cresça 10,8% ao ano entre 2009 e 2013. "Para 2009, esperamos um menor crescimento, de 9,5%, em função da retração do PIB global", disse.

O lucro líquido em 2009 esperado pela corretora é de 185,8 milhões de reais, o que representaria um avanço anual de 5,2%.

 

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