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A educação e a tecnologia no centro do desenvolvimento

O primeiro dia de palestras do TED discutiu progresso, robôs e aprendizado

O robô Baxter, desenvolvido por Rodney Brooks, CTO da Rethink Robotics, é capaz até de receber instruções para pegar objetos (James Duncan Davidson/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 17h12.

Em tempos de recessão econômica continuada, a sessão de abertura do TED2013 foi direto ao ponto. Começou com uma provocação da cientista Jennifer Granholm, ex-governadora de Michigan.

Lembrando que 50 000 fábricas foram fechadas nos Estados Unidos em função de migração de mão-de-obra para outros países, Granholm citou a bem sucedida corrida por educação (Race for the top) do governo Obama, que estimulou os estados americanos a disputarem um pote de 4,35 bilhões de dólares por projetos inovadores em educação.

Granholm propôs que algo parecido fosse feito em relação à criação de empregos “limpos”, ligados a fontes de energia renováveis ou projetos sustentáveis.

Em seguida, o macroeconomist Robert Gordon, um dos mais influentes do mundo, pegou pesado e disse que o crescimento econômico americano pode estar no fim por seis fatores principais: demografia, educação, desigualdade, globalização, energia/meio ambiente e dívidas públicas e de consumidores.

Fazendo uma projeção, cada um destes fatores afetaria a média histórica e centenária de crescimento média de 2% ao ano. E que a única saída seria a inovação, que, esta, sim, continua num bom ritmo.

O diretor do MIT Business Center Erik Brynjolfson veio na sequência e reforçou que a solução para o crescimento está na inovação e na produtividade. E que para isso na “era das novas máquinas”, existem três pilares para mudar o jogo: digital, exponencial e combinatório.

O digital permite cada vez mais que tudo seja mensurável, tornando mais fácil o replanejamento e o desenvolvimento, além da troca de conhecimento. O crescimento exponencial fez os computadores ficarem mais rápidos, aumentando produtividade e eficiência, enquanto as possibilidades combinatórias permitem que a inovação funcione como blocos que se reagrupam em diferentes estágios de evolução.

À parte o debate econômico, mas também explorando as fronteiras do progresso, o tema foi robôs. Eles estão mais espertos, mais pessoais e adaptativos. Como o Baxter, desenvolvido pelo roboticista Rodney Brooks, CTO da Rethink Robotics, que é capaz até de receber instruções para pegar objetos, como na demo feita no palco. Baxter custa US$ 22.000 e já está em várias linhas de montagem americanas.


Romo é o nome do outro robô que foi estrela no palco do TED. Este é mais simples e tem uma pegada mais lúdica. Simplificando ao máximo, trata-se de um dock de iPhone que pode se movimentar de um lado para outro. A ideia é colocar robôs na mão de todos, já que não é algo tão comum hoje.

Entre outros momentos do primeiro dia, vale o destaque para três: as palestras do líder do U2 Bono, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, e a escolha do TED Prize deste ano, 1 milhão de dólares e apoio da rede do TED para ajudar a implementar o projeto. Bono trouxe a inspiração, baseado em dados, de que a pobreza pode ser eliminada até 2028 se continuarmos no ritmo que temos feito até agora.

Sebastião Salgado fez uma fala emocional, entrecortada por uma curadorias das suas próprias fotos. Ele contou como que se sentiu impactado pelo próprio trabalho a ponto de parar de fotografar e depois com o recuperou a vontade de viver, que se espelhou não apenas na sua obra, mas na recuperação da floresta de sua propriedade.

Para acabar na tradicional visão otimista da curadoria das palestras do TED, o prêmio TED Prize deste ano foi dado para Sugata Mitra, um incrível educador indiano. Para provar seu ponto de que as crianças podem aprender sozinhas com a ajuda da tecnologia, Mitra certa vez colocou um computador cheio de programas num buraco numa parede de uma região remota da Índia e quando voltou as crianças não só tinham aprendido inglês como também sobre replicação imperfeita de DNA.

Mitra acredita que o sistema educacional precisa passar da visão de punição e exames, como funciona hoje, para o estímulo do prazer de aprender. Como fazer isso? Este é o desafio que ele vai tentar mobilizar para criar ambientes auto-organizados de aprendizado com a rede do TED e 1 milhão de dólares. E qualquer um que quiser participar pode descobrir aqui 5 coisas que pode fazer para colaborar neste desafio: http://www.ted.com/pages/prizewinner_sugata_mitra

*Rodrigo Vieira da Cunha é embaixador-sênior do TEDx na América Latina e sócio-fundador da Profile (rodrigo@profilepr.com.br)

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Em tempos de recessão econômica continuada, a sessão de abertura do TED2013 foi direto ao ponto. Começou com uma provocação da cientista Jennifer Granholm, ex-governadora de Michigan.

Lembrando que 50 000 fábricas foram fechadas nos Estados Unidos em função de migração de mão-de-obra para outros países, Granholm citou a bem sucedida corrida por educação (Race for the top) do governo Obama, que estimulou os estados americanos a disputarem um pote de 4,35 bilhões de dólares por projetos inovadores em educação.

Granholm propôs que algo parecido fosse feito em relação à criação de empregos “limpos”, ligados a fontes de energia renováveis ou projetos sustentáveis.

Em seguida, o macroeconomist Robert Gordon, um dos mais influentes do mundo, pegou pesado e disse que o crescimento econômico americano pode estar no fim por seis fatores principais: demografia, educação, desigualdade, globalização, energia/meio ambiente e dívidas públicas e de consumidores.

Fazendo uma projeção, cada um destes fatores afetaria a média histórica e centenária de crescimento média de 2% ao ano. E que a única saída seria a inovação, que, esta, sim, continua num bom ritmo.

O diretor do MIT Business Center Erik Brynjolfson veio na sequência e reforçou que a solução para o crescimento está na inovação e na produtividade. E que para isso na “era das novas máquinas”, existem três pilares para mudar o jogo: digital, exponencial e combinatório.

O digital permite cada vez mais que tudo seja mensurável, tornando mais fácil o replanejamento e o desenvolvimento, além da troca de conhecimento. O crescimento exponencial fez os computadores ficarem mais rápidos, aumentando produtividade e eficiência, enquanto as possibilidades combinatórias permitem que a inovação funcione como blocos que se reagrupam em diferentes estágios de evolução.

À parte o debate econômico, mas também explorando as fronteiras do progresso, o tema foi robôs. Eles estão mais espertos, mais pessoais e adaptativos. Como o Baxter, desenvolvido pelo roboticista Rodney Brooks, CTO da Rethink Robotics, que é capaz até de receber instruções para pegar objetos, como na demo feita no palco. Baxter custa US$ 22.000 e já está em várias linhas de montagem americanas.


Romo é o nome do outro robô que foi estrela no palco do TED. Este é mais simples e tem uma pegada mais lúdica. Simplificando ao máximo, trata-se de um dock de iPhone que pode se movimentar de um lado para outro. A ideia é colocar robôs na mão de todos, já que não é algo tão comum hoje.

Entre outros momentos do primeiro dia, vale o destaque para três: as palestras do líder do U2 Bono, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, e a escolha do TED Prize deste ano, 1 milhão de dólares e apoio da rede do TED para ajudar a implementar o projeto. Bono trouxe a inspiração, baseado em dados, de que a pobreza pode ser eliminada até 2028 se continuarmos no ritmo que temos feito até agora.

Sebastião Salgado fez uma fala emocional, entrecortada por uma curadorias das suas próprias fotos. Ele contou como que se sentiu impactado pelo próprio trabalho a ponto de parar de fotografar e depois com o recuperou a vontade de viver, que se espelhou não apenas na sua obra, mas na recuperação da floresta de sua propriedade.

Para acabar na tradicional visão otimista da curadoria das palestras do TED, o prêmio TED Prize deste ano foi dado para Sugata Mitra, um incrível educador indiano. Para provar seu ponto de que as crianças podem aprender sozinhas com a ajuda da tecnologia, Mitra certa vez colocou um computador cheio de programas num buraco numa parede de uma região remota da Índia e quando voltou as crianças não só tinham aprendido inglês como também sobre replicação imperfeita de DNA.

Mitra acredita que o sistema educacional precisa passar da visão de punição e exames, como funciona hoje, para o estímulo do prazer de aprender. Como fazer isso? Este é o desafio que ele vai tentar mobilizar para criar ambientes auto-organizados de aprendizado com a rede do TED e 1 milhão de dólares. E qualquer um que quiser participar pode descobrir aqui 5 coisas que pode fazer para colaborar neste desafio: http://www.ted.com/pages/prizewinner_sugata_mitra

*Rodrigo Vieira da Cunha é embaixador-sênior do TEDx na América Latina e sócio-fundador da Profile (rodrigo@profilepr.com.br)

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