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A brincadeira está só começando

O negócio de parque de diversões deve ganhar com investidor mexicano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

No início de junho, a Playcenter S.A., controlada por fundos administrados pelo GP Investimentos, vendeu o Playcenter de São Paulo a investidores, entre eles, ao Grupo Mágico, subsidiária da mexicana CIE (Corporación Interamericana de Entretenimiento), que opera dez parques de diversões na América Latina. O novo controlador vai levar cerca de dois meses para reformular o plano de negócios do Playcenter. Só então deve definir o investimento necessário para revitalizar o maior parque de diversões em área urbana do país. "Há muito o que fazer", diz Marcelo Gutglas, que fundou o Playcenter em 1973 e retorna agora como o novo diretor-geral do parque.

Com uma receita de 26,2 milhões de reais no ano passado, o Playcenter de São Paulo é o segundo parque do país em número de visitantes, atrás apenas do Hopi Hari (veja quadro ao lado). Envelhecido, o parque paulistano precisa de capital para renovar seus brinquedos. "Um parque de diversões deve oferecer uma nova atração a cada dois ou três anos", diz Gutglas. A prioridade, no entanto, não é aumentar o público, mas sim a receita por visitante. "O faturamento não é satisfatório porque o parque teve de recorrer a descontos e promoções para atrair mais pessoas", afirma Gutglas.

A venda do Playcenter paulistano foi bem recebida pelo mercado. "A mudança deve gerar novos investimentos e movimentar o setor", afirma Francisco Lopes, superintendente-geral do Parque da Mônica e presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra). O setor faturou 700 milhões de reais no ano passado. Em todo o país, os parques de diversões tiveram 20 milhões de visitantes em 2001, 15% a mais que no ano anterior. Ainda é pouco. Só a Disneylândia de Tóquio, o parque temático mais visitado do mundo, recebe 17 milhões de pessoas por ano. Nos Estados Unidos, os parques atraem a cada ano 300 milhões de pessoas no total.

Lopes torce o nariz para a comparação. Para ele, a realidade do Brasil é diferente. "Nosso público-alvo não é o 0,5% de brasileiros que têm condições de visitar a Disney", afirma. "Começamos a identificar o gosto dos brasileiros para oferecer produtos e serviços mais adequados." Um nicho que Lopes considera promissor é o do edutainment (mescla das palavras "educação" e "entretenimento" em inglês), que explora o parque de diversões como uma extensão pedagógica das escolas. No Parque da Mônica, as visitas realizadas por grupos de alunos já representam mais de 30% do movimento. O Hopi Hari também aposta nesse filão. Fez parceria com a Secretaria de Educação para oferecer workshops a 100 000 professores neste ano. Com essa estratégia, pretende atrair 500 000 estudantes, 2,5 vezes mais que no ano passado.

Com um faturamento de 68,7 milhões de reais em 2001, o Hopi Hari espera atingir neste ano a marca de 2,1 milhões de visitantes -- ainda abaixo dos 2,4 milhões previstos na época de sua inauguração, no fim de 1999. "O desafio é criar no brasileiro o hábito de visitar parques", diz Marcelo Cardoso, diretor-superintendente do Hopi Hari. Cerca de 60% dos freqüentadores do parque em Vinhedo são da região metropolitana de São Paulo. Somando os visitantes da Grande Campinas e da Grande Sorocaba, esse percentual sobe para 80%. "Nossa marca ainda é pouco conhecida fora de São Paulo", diz Cardoso. "O potencial para atrair turistas de outros estados é grande, mas é um trabalho que leva tempo."

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