(KFC/Divulgação)
Karin Salomão
Publicado em 29 de julho de 2020 às 11h20.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h19.
Pizza, frango frito e a retomada da economia, com a volta de viagens de avião e tráfego nas estradas. São essas algumas das principais oportunidades de crescimento para o grupo IMC, dono de marcas de restaurantes como Pizza Hut, KFC, Viena e Frango Assado, segundo a EXAME Research, unidade de análise de investimento da EXAME.
Nesse cenário, a EXAME Research recomenda a compra da ação, projetando preço-alvo de 8 reais para o final de 2021. No início dos negócios desta quarta-feira, 29, na B3, o papel estava sendo negociado a 4,08 reais – o que significa um potencial de ganhos de 96%.
O IMC é um grupo de alimentação fora de casa com várias marcas e atuação diversificada: está presente em aeroportos, hospitais e shopping centers. A companhia foi criada em 2006 e cresceu por meio de aquisições de redes de restaurantes.
A mais recente foi a da MultiQSR em em agosto de 2019. Com essa compra, a família de Carlos Wizard Martins – fundador da escola de idiomas Wizard – e a Yum Brands, que detém as marcas Pizza Hut e KFC no mundo, se tornaram acionistas da IMC.
A aquisição deu ao grupo suas duas marcas com maior potencial de expansão e abertura de novas lojas, KFC e Pizza Hut. As redes possuem indicadores de vendas em lojas mais maduras de duas a seis vezes maiores do que os indicadores da marca Frango Assado, até então a maior do grupo. "Quanto maior for a presença dessas marcas na receita da companhia, maior será a margem operacional e a geração de caixa", diz o relatório da EXAME Research, assinado pelos analistas Renato Mimica e Bruno Lima.
As marcas mais fortes, Pizza Hut, Frango Assado e KFC, têm potencial de serem ainda maiores. Se no Brasil há 1.023 restaurantes McDonald's, há apenas 84 restaurantes KFC. Ou seja, há espaço para expansão com a abertura de novas unidades.
O mesmo vale para a Pizza Hut, que tem 232 unidades no Brasil. Nos Estados Unidos, as quatro maiores redes de pizzaria dominam 55% do mercado. No Brasil, Domino's, Pizza Hut e Patroni detêm menos de 10% do faturamento total.
A marca Frango Assado, com 25 unidades, também é bastante conhecida em seu segmento e tem potencial para expansão - só no estado de São Paulo são mais de 1.100 restaurantes em estradas. A retomada da economia após a quarentena, e a consequente alta nas viagens pelas estradas, deve impulsionar a marca.
Com o retorno das viagens de avião, a empresa também deve recuperar parte importante de suas vendas, já que o grupo tem presença em aeroportos tanto com restaurantes quanto com serviço de catering.
Além da operação brasileira, a empresa ainda tem restaurantes nos Estados Unidos e no Caribe, com operações no Panamá e na Colômbia. Além dos restaurantes em shopping centers, a rede tem uma operação forte em estradas, com a marca Frango Assado, de catering em aeroportos e outros. Outras marcas incluem Batata Inglesa, Olive Garden, Margaritaville e Carls Jr.
Em 2019, ano em que a receita foi de 1,6 bilhão de reais, cerca de 60% da receita vinha das operações no Brasil, 28% dos Estados Unidos e 12% no Caribe. De acordo com o relatório, a presença em segmentos diferentes protege a empresa da imprevisibilidade do mercado, que atinge restaurantes e empresas do ramo de alimentação.
A marca Viena, além da presença em shopping centers, tem buscado expandir para outros mercados, como hospitais. Também tem um modelo Viena Express e cafeterias. Recentemente, começou a vender comida congelada em mercados.
Embora a diversidade de atuação do grupo seja importante diante de crises, um motor de crescimento pode ser a centralização de algumas atividades. Recentemente a empresa abriu uma cozinha central em Louveira, a 60 quilômetros de São Paulo, com capacidade de produção 2,3 vezes maior que sua cozinha anterior. A empresa pode ganhar com sinergias entre as marcas e assim reduzir despesas e aumentar o retorno sobre o capital investido.