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Luísa Melo
Publicado em 29 de abril de 2014 às 11h47.
São Paulo - A inovação é um dos ingredientes que contribuem para a competitividade de uma empresa e, por isso, a maioria das companhias querem ter o título de inovadoras. Mas implementar esta cultura no dia a dia do negócio, não é uma tarefa simples. Veja alguns sinais de que uma corporação investe efetivamente em inovação e não fica só no discurso:
1 Todos os níveis da empresa sabem como funcionam os processos de inovação
Não basta criar estratégias. Além de desenvolver programas, processos e sistemas para a inovação, é preciso comunicar isso aos funcionários. “Todos dentro da empresa devem saber como sugerir algo e como funciona o comitê de inovação, que aprova os projetos”, diz o coordenador do programa de gestão estratégica da inovação da Fundação Dom Cabral, Anderson Rossi.
2 A companhia organiza campanhas de geração de ideias
É o que Rossi chama de inovação induzida, ou seja, quando a liderança cria desafios inovadores para problemas que a empresa enfrenta. “É uma boa forma de engajar as pessoas, mais fácil do que o processo livre, em que as pessoas podem ou não contribuir. Gera uma força tarefa de geração de ideias”, diz ele. “Mas esse processo deve ter prazo, não pode durar mais que 20 dias”, explica.
3 Os processos inovadores são recompensados
Uma empresa que tem uma política clara de reconhecimento dos processos de inovação, já está um passo a frente das outras, segundo Rossi. Assim, ela “transforma colaboradores em empreendedores internos”. Para ele, a recompensa pode vir em forma de viagens, descansos e até remunerações. “Algumas empresas fazem isso com dinheiro, mas eu não concordo muito. Acho que a renda vinda dos projetos deve ser distribuída não só entre quem teve a ideia, mas entre todos, como quem a implementou e controlou”, exemplifica.
4 A empresa constrói projetos de médio e longo prazo
Todo mundo sabe que o sucesso nos negócios não aparece da noite para o dia. A premissa é a mesma quando se fala de inovação. De acordo com Rossi, não saber lidar com o longo prazo é um dos motivos porque as empresas brasileiras não aparecem muito entre as mais inovadoras do mundo (em recente lista da revista Forbes, a Natura foi a única brasileira de 25 companhias).
“A ansiedade por resultados mata a inovação, ela precisa maturar. O empresariado brasileiro, acostumado à alta inflação do passado, não aprendeu a trabalhar o longo prazo. Hoje, com incentivos governamentais, é possível se organizar”, explica o professor, que considera o longo prazo como um período de 10 a 15 anos.
5 A corporação tem um sistema de gestão que reconhece projetos em andamento
“Em geral, o exercício fiscal das empresas é medido em cerca de dois anos. É preciso saber mensurar as etapas futuras de projetos de inovação e o possível impacto delas dentro da empresa”, diz Rossi. Assim, equipes focadas em resultados futuros também podem ser valorizadas.
6 A empresa tem indicadores para medir os esforços de inovação bem sucedidos
Significa apresentar ações e resultados efetivos aos acionistas e colaboradores. Se a empresa sabe dizer qual é o percentual de sua receita que provém de produtos e serviços inovadores, é um desses casos. “É como dizer: estamos investindo ‘x milhões’ e já temos ‘x milhões’ em resultados. Se melhorou o caixa, se gerou dinheiro novo, é sinal de que a inovação foi positiva”, explica o professor. Outra forma é quando a empresa faz o uso de incentivos fiscais como a lei do bem e reinveste os valores em projetos de inovação.