No mundo todo, já foram mais de 40 milhões de exemplares vendidos. Só no Brasil, foram 300.000. Onipresente nas livrarias, o livro "Cinquenta tons de cinza", da britânica Erika Mitchell (ou simplesmente EL James), vem quebrando recorde atrás de recorde. Em junho, o título tirou de Harry Potter o posto de livro impresso mais rapidamente comercializado no mundo - seu lançamento aconteceu há pouco mais de um ano, em junho de 2011. O sucesso vitaminou o faturamento da Bertelsmann, holding alemã que controla a Random House, editora do bestseller. Em boa parte calcado no fenômeno, o lucro do grupo subiu 31% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a 353 milhões de libras. Descrito por muitos como um "pornô para mães", "Cinquenta tons de cinza" conta a relação de uma jovem com um enigmático multibilionário, romance apimentado com doses de sadomasoquismo. "Cinquenta tons mais escuros" e "Cinquenta tons de liberdade" completam a trilogia. Em março, a Universal e a Focus Features desembolsaram 5 milhões de dólares pelos direitos de filmá-lo.
Aos 15 anos, Stieg Larsson testemunhou o estupro de uma jovem por uma gangue. Atormentado pela lembrança, ele resolveu abordar o tema da violência sexual em seus thrillers. Desta proposta, surgiram os livros "Os homens que não amavam as mulheres", "A menina que brincava com o fogo" e "A rainha do castelo de ar". Publicados entre 2005 e 2007, eles venderam 65 milhões de cópias até o fim do ano passado. Mas o escritor sueco não viveu para presenciar esse boom: Larsson morreu em 2004 de um ataque cardíaco. Nas telonas, a chamada trilogia "Millenium" ganhou uma versão em 2009, pelas mãos da Yellow Bird. Em Hollywood, a empresa se associou à Metro-Goldwyn-Mayer e à Columbia Pictures para o lançamento de uma releitura americana. Estrelado pelo ator Daniel Craig e dirigido por David Fincher, o mesmo de “A rede social”, o filme teve um orçamento de 100 milhões de dólares. A editora sueca Norstedts Förlag é quem detém os direitos de publicação da obra.
Livros, filmes, produtos licenciados e até um parque de diversões em Orlando, nos Estados Unidos. Quem olha para o sucesso comercial da série "Harry Potter" não imagina que o primeiro livro da trilogia foi recusado por nada menos que oito editoras. Mas a britânica Bloomsbury decidiu seguir em frente e publicar "Harry Potter e a pedra filosofal" em junho de 1997. O resto da história mostra que ela não teve motivos para se arrepender. Traduzidos para mais de 60 línguas, os sete livros venderam mais de 400 milhões de cópias. A autora amealhou uma fortuna de aproximadamente 1 bilhão de dólares. E a Warner Bros., que comprou os direitos para o cinema, viu a franquia lhe render nada menos que 7,7 bilhões de dólares em bilheteria - recorde absoluto para uma única série.
Um mundo fantástico, com criaturas e língua próprias ganharam as páginas da série "O Senhor dos Anéis", escrita por J. R. R. Tolkien e publicada entre 1954 e 55. Ao contrário dos livros retratados até aqui, a obra de Tolkien demorou anos e anos para ser levada aos cinemas. Depois disso, no entanto, suas vendas foram turbinadas. Estima-se que 150 milhões de cópias do livro já tenham sido compradas, divididas nos volumes "A sociedade do anel", "As duas torres" e "O retorno do rei". Também ao contrário de seus antecessores na lista, "O Senhor dos Anéis" nasceu de um pedido da editora. Depois do sucesso do livro "O Hobbit", publicado em 1937, a George Allen & Unwin solicitou à Tolkien que escrevesse uma continuação. Além de quatro adaptações para o rádio, a obra foi levada ao cinema em dois momentos. O primeiro foi em 1978 – e não teve lá grandes repercussões. A mais conhecida versão foi dirigida por Peter Jackson e dividida em três filmes, lançados entre 2001 e 2003. O último deles ganhou 11 estatuetas do Oscar. Juntos, os títulos arrecadaram 2,9 bilhões de dólares.
Misturando o mundo dos vampiros com um romance adolescente, a americana Stephenie Meyer alçou os quatro livros da série "Crepúsculo" à fama global. Publicados entre 2005 e 2008 pela editora Little, Brown and Company, eles venderam mais de 120 milhões de cópias até agora. E a autora conseguiu um valor relativamente alto pelos textos, antes mesmo do sucesso retumbante nas livrarias: 750.000 dólares pela publicação dos três primeiros livros. Como não poderia deixar de ser, os direitos de "Crepúsculo", "Lua Nova", "Eclipse" e "Amanhecer" também foram vendidos para uma produtora de filmes, a Summit Entertainment. O último livro da série foi dividido em duas partes - a adaptação final estreará este ano nos cinemas. Suas antecessoras alcançaram juntas uma bilheteria de 2,5 bilhões de dólares.
Uma sociedade apocalíptica que força os jovens a matarem uns aos outros em um espetáculo transmitido pela televisão. Fechando a lista das trilogias que viraram grandes negócios, “Jogos Vorazes”, da americana Suzanne Collins, vendeu mais de 50 milhões de livros desde que chegou ao mercado, em 2008. A série, que leva o selo da editora Scholastic, conta com três volumes. Em 2009, a Lions Gate Entertainment entrou em acordo com a Color Force, que havia adquirido os direitos da obra, para a produção de uma versão para o cinema. Ao custo de 88 milhões de dólares, "Jogos Vorazes" vendeu quase oito vezes mais nas bilheterias. Na Amazon, a trilogia alcançou o posto de e-book mais popular de todos os tempos.
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