O avanço da mulher no mercado de trabalho fez com que empresas buscassem se adaptar à rotina da maternidade e às demandas da família; veja seis exemplos
Demandas da maternidade (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2013 às 08h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h37.
São Paulo - Que as mulheres vêm conquistando o mundo corporativo a passos largos, a gente já sabe. Essa mudança na estrutura social do trabalho provoca outro tanto de mudanças dentro das empresas, especialmente no formato de gestão de pessoas cada uma. Há empresas que já começaram sua adaptação às demandas maternas há tempos, outras sentiram na pele a necessidade de desenvolver políticas específicas para as funcionárias que dividem o cargo na empresa com a maternidade, a chefia da família, a coordenação da casa e outros tantos papéis. Nesse Dia das Mães, conheça seis empresas que têm práticas de gestão que beneficiam as mães.
A filosofia sustentável da Natura também passa pela forma como ela cuida dos filhos e de suas funcionárias que vivem a maternidade. Em funcionamento há 21 anos, o berçário adota a metodologia construtivista para orientar e ajudar a educar os filhos das funcionárias da empresa. “Trabalhamos com o desenvolvimento da criança, ajudando a educar a relação dele com ele mesmo e dele com o outro”, diz Juliana Wei, gerente de remuneração, benefícios e expatriados da Natura. Lá, 250 crianças são atendidas e acompanhadas por cerca de 70 profissionais. A equipe da pedagogia dá uma atenção especial aos assuntos de sustentabilidade – os pequenos fazem atividades relacionadas ao meio ambiente, como o plantio na horta da empresa, além de serem orientados, por exemplo, a separar o próprio lixo. A alimentação no berçário é totalmente orgânica e balanceada, sob os cuidados de nutricionistas. “A gente começa a preparar a criança para ser um cidadão do mundo”, afirma Juliana. As mães ficam livres para visitar as crianças a qualquer momento e quantas vezes quiserem. Durante a gravidez, elas recebem orientações iniciais com o curso de gestantes. Além das questões básicas como os banhos e a amamentação, o curso oferecido pela empresa vai além, trazendo itens como técnicas de shantala – massagens estimuladoras para bebês.
As mamães que trabalham na farmacêutica Boehringer-Ingelheim contam com uma sala de amamentação em seu escritório em São Paulo. Uma cadeira de balanço e um trocador compõem um cenário confortável para mãe e bebê. Para as que ainda estão em gestação, a empresa cobre o fator moderador do plano de saúde, ou seja, durante a gravidez não precisam contribuir financeiramente com a porcentagem pré-definida pelo plano para consultas e exames. A empresa também oferece auxílio-creche. No entanto, é na gestão do tempo que a Boehringer-Ingelheim faz seu principal diferencial. Desde 2009, os funcionários são incentivados a praticar o home office e, atualmente, eles mesmos são responsáveis pela gestão do próprio tempo. Às sextas-feiras e vésperas de feriados, os funcionários são liberados às 13h.
Na Avon, mais de 70% dos funcionários são mulheres. Alessandra Ginante, vice-presidente de Recursos Humanos da empresa, parte do princípio de que é impossível separar as funções. “Não dá para separar a mãe, a mulher e a funcionária. A Avon é uma empresa para mulher e essa é a essência do nosso negócio”, diz. Atualmente, a empresa tem 105 crianças de até dois anos espalhadas nos berçários de suas unidades, geridos por uma empresa terceirizada. O cantinho das crianças conta com nutricionistas, cuidadoras além de um extenso trabalho pedagógico para estimular a capacidade cognitiva dos pequenos. As mães podem visitar as crianças a hora que quiserem. O empoderamento da mulher é uma das principais chaves das políticas de recursos humanos da empresa. Alessandra explica que além de todas as campanhas contra a violência doméstica e pela prevenção do câncer de mama, por exemplo, há um processo de auditoria interna para evitar disparidades de salários entre gêneros. “Anualmente fazemos uma auditoria para garantir que pessoas de mesmo nível, sejam homens ou mulheres, tenham salários equânimes.”
Na P&G, as mães contam principalmente com ferramentas de flexibilidade nos horários para poder passar mais tempo com suas crianças. A licença à maternidade de 6 meses é utilizada por 100% das funcionárias que têm bebê. A mãe pode voltar ao trabalho após a licença remunerada ou pode aproveitar os seis meses adicionais – não remunerados - que a empresa oferece. Há também a possibilidade de trabalhar apenas meio período nos seis meses iniciais – com redução proporcional nos vencimentos. Juliana Clemente, gerente de recursos humanos da empresa, explica que essa demanda partiu da própria empresa, que tem muitas mulheres em posições de liderança – 36% da força de trabalho total é feminina, mas 45% dos gerentes são mulheres. “São quem mais usa essas ferramentas”, afirma Juliana. Os horários também são flexíveis, com possibilidades de home-office e da chamada “semana comprimida”, que permite que o funcionário chegue quatro horas mais tarde na segunda-feira e saia quatro horas mais cedo nas sextas-feiras
Cerca de 80% dos 15 mil funcionários da Whirlpool trabalham em plantas industriais, mas isso não faz com que a empresa não tenha práticas para mulheres na gestão de pessoas. Há 20 anos, a unidade da empresa em Joinville conta com um berçário com profissionais especializados no cuidado e desenvolvimento de crianças de até 18 meses. O espaço fica aberto das 5h30 às 18h, para atender a todos os turnos. O horário é o mesmo na unidade de Rio Claro, onde há berçário há três anos. As mães podem tirar 20 minutos do horário de trabalho para amamentar e interagir com os pequenos. “Cada uma vai no horário que melhor lhe convier”, diz Andrea Clemente, gerente de recursos humanos da empresa.. Para as mães de primeira viagem, há cuidados especiais. Um programa de gestantes reúne as mães durante os nove meses, para debater assuntos relacionados à gravidez, como pré-natal, amamentação, banhos e outros cuidados com as crianças durante os novos meses de gestação. Os médicos da empresa acompanham todo o pré-natal.
Na Pfizer, a licença à maternidade é de seis meses para todas as funcionárias da empresa - mesmo os pais tem uma licença acima da média, de 10 dias úteis. Como uma empresa da área da saúde, há uma dedicação especial ao tema. Os funcionários são incentivados a vacinar seus filhos contra doenças pneumocócicas e meningites tipo C – o valor gasto com as vacinas é reembolsado. A flexibilidade nos horários também favorece as mães. Uma vez por semana, as funcionárias podem trabalhar de casa e, às sextas-feiras, o final de semana começa mais cedo, às 15h. Para o dia-a-dia, quem não está na unidade de Guarulhos – onde há creche para os pequenos até sete anos -, recebe auxílio-creche para filhos da mesma idade.
8. Agora, um passeio por dentro da empresazoom_out_map
O empreendedor mineiro Rodrigo Abreu fundou a UP2Tech em 2014, enfrentou crises e cresceu. A empresa projeta faturar R$ 500 milhões em 2024, com destaque em e-commerce, games e tecnologia para pecuária