5 companhias infiltradas no concorrente
Entrar no capital de seus rivais é estratégico para algumas empresas
Daniela Barbosa
Publicado em 8 de junho de 2012 às 07h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h22.
São Paulo – Acesso a informações, desejo de influir em decisões importantes, tentativas de promover fusões. Há vários motivos para que uma empresa queira se infiltrar em um concorrente. Na semana passada, por exemplo, a grife de luxo Hermès anunciou que vai novamente colocar um membro da família no comando da marca para protegê-la das garras da rival Louis Vuitton Moët Hennessy (LVMH). Em 2010, a grife comprou 20% da Hermès. No Brasil, a CSN, desde 2010, vinha comprando participação na Usiminas , sua principal concorrente no setor de siderurgia no país. Clique nas fotos e veja 5 companhias infiltradas em suas concorrentes:
Se não fosse o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) proibir a CSN de comprar mais ações da concorrente Usiminas, hoje a participação de 20,1% que a CSN já poderia ser maior. Desde 2010, a CSN vinha comprando pequenas quantidades de ações da Usiminas e, apesar de ter declarado publicamente que não pretendia ter mais de 10% da concorrente, a participação foi duas vezes maior que isso. Em abril deste ano, o Cade suspendeu todos os direitos que CSN tinha na Usiminas por conta de sua participação acionária, com exceção do recebimento de dividendos. Caso a CSN descumpra as restrições impostas, ela poderá ser multada em 10 milhões de reais. Além disso, terá de pagar 100.000 reais por dia de descumprimento.
No começo de 2010, a Camargo Corrêa, que tem um braço no setor de cimento, comprou, por 1 bilhão de reais, 22,2% da cimenteira portuguesa Cimpor. Na ocasião, a empresa brasileira não descartou unir as operações das duas companhias. No final de março deste ano, a Camargo Corrêa apresentou uma Oferta Pública para Aquisição de Ações (OPA), em Portugal, para assumir o controle da Cimpor. O negócio pode movimentar 1,5 bilhão euros.
A companhia aérea Etihad Airways Abu Dhabi elevou sua participação na Virgin Australia para 4,99% nesta semana. As duas companhias disputam rotas no Golfo. Segundo a Abu, a intenção é ter pelo menos 10% de participação nos concorrentes. "Estamos interessados na construção de uma participação maior ao longo do tempo, mas só vamos fazer isso depois de receber as aprovações regulatórias necessárias", disse a companhia, em nota recentemente divulgada ao mercado.
No final do ano passado, a Vodka Russian Standard, companhia de bebidas, comprou uma participação de 9,9% da rival polonesa Central European Distribution Corp (CEDC). A CEDC, no ano passado, perdeu 80% de seu valor de mercado e precisou por duas vezes rever suas expectativas para o ano. Na ocasião da compra, a Standard chegou a afirmar que a aquisição era estratégica e que pretendia comprar mais ações da concorrente.