6 embates recentes enfrentados pelo Google
O TRE do Mato Grosso do Sul decretou a prisão do presidente do Google no Brasil. Clique nas fotos para rever em quais outras encrencas a empresa se meteu recentemente
Tatiana Vaz
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 10h09.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
Por um motivo semelhante, na semana passada o juiz da propaganda eleitoral de mídia e internet de Campina Grande (PB), Ruy Jander, decretou a prisão do diretor geral do Google no Brasil, Edmundo Luiz Pinto Balthazar, por crime de desobediência. A empresa teria ignorado uma determinação de retirar do Youtube um vídeo postado por um site denominado "Humor Paraíba". No vídeo, o candidato a prefeito líder nas pesquisas em Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB), é chamado de burro numa montagem feita com o personagem Chaves. O Google divulgou uma nota sobre o assunto, dizendo "que vai recorrer da decisão da Justiça Eleitoral do estado da Paraíba por entender que ela viola garantias fundamentais, tais quais a ampla defesa, o devido processo legal e a liberdade de expressão constitucionalmente assegurada a cada cidadão".
O Sudão decidiu nesta quarta-feira bloquear o YouTube para impedir a difusão do filme anti-Islã "A inocência do muçulmanos". Duas pessoas morreram na última sexta-feira quando 5.000 manifestantes saíram às ruas para protestar contra o filme diante das embaixadas da Grã-Bretanha, dos Estados Unidos e da Alemanha. Sudão, Bangladesh, Paquistão e Afeganistão bloquearam o acesso ao YouTube e outros, como a Arábia Saudita, ameaçaram fazer a mesma coisa se o link para o vídeo não for bloqueado. O vídeo faz uma paródia de Maomé e tem causado protestos graves em diversos países. A companhia negou o pedido da Casa Branca de retirar o vídeo do ar e disse que censuraria o vídeo na Índia e na Indonésia após bloqueá-lo no Egito e na Líbia, onde embaixadas norte-americanas foram invadidas por manifestantes indignado com o retrato do profeta Maomé como uma fraude e um mulherengo.
A apresentadora Xuxa protocolou uma ação contra o Google em outubro de 2010. No processo ela pede que o Google não entregue nenhum link a partir de buscas combinando seu nome e as palavras “pornografia” e “pedofilia”, pesquisa que dá como resultado links para o filme "Amor Estranho Amor", filmado em 1979. Nele, a então modelo aparece em cenas eróticas com um garoto de 12 anos. Alegando não possuir meios para filtrar as imagens de Xuxa nua, o site de buscas saiu vitorioso. De acordo com a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Google não deve suprimir os resultados, pois não é o responsável pela publicação dos conteúdos, mas apenas uma ferramenta de pesquisa. No entanto, o advogado da apresentadora Xuxa, Maurício Lopes, afirmou que o embate de Xuxa contra o Google está apenas começando. “Esse processo vai longe. É possível que daqui a dez anos a gente ainda esteja falando dessa história”, afirmou Lopes ao site da revista Veja. Ele acredita que a decisão pode ser alterada quando a Justiça analisar o mérito da questão (uma das bases para a decisão judicial).
Depois de ter recebido várias reclamações de usuários chineses, e ter ficado com a fama de ser um mau buscador, o Google decidiu “explicar” de uma maneira bem prática o motivo das buscas no país não funcionarem como deveriam. Em junho, a empresa passou a revelar aos chineses quais são as palavras censuradas no buscador pelo país – iniciativa considerada uma afronta ao governo chinês. A China mantém um controle rígido das empresas de internet e possui uma lista secreta de palavras que não podem ser pesquisadas – Jiang, nome do ex-presidente Jiang Zemin é uma delas. A informação de que há problemas de conexão aparece antes da pesquisa ser concluída. Assim, a empresa espera que os usuários entendam que o problema não é o serviço do Google, mas da censura do governo da China.
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