10 personalidades de negócios que foram destaque em março
No mês em que a lista da Forbes foi divulgada, além de sobe-e-desce de bilionários, disputa de controles estiveram em evidência; veja a seguir
Tatiana Vaz
Publicado em 31 de março de 2013 às 11h54.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h40.
Jorge Paulo Lemann é o novo homem mais rico do Brasil, segundo o tradicional ranking dos bilionários brasileiros da Forbes, com uma fortuna de 17,8 bilhões de dólares - a 33ª maior do mundo. O empresário mostrou o motivo durante o mês. Depois de fechar, em fevereiro, a compra da Heinz em parceria com Warren Buffet, Lemann fechou a compra de cerca de 20% da sorveteria Diletto por mais de cem milhões de reais. O plano é fazer da marca uma concorrente da Häagen-Dazs, com a venda dos sorvetes nos Estados Unidos, e quase dobrar seu faturamento para 50 milhões de reais até o final deste ano. O nome do comprador da companhia foi revelado pela coluna Primeiro Lugar, da edição 1033 de EXAME.
A fortuna de Lemann desbancou a do Eike Batista , que despencou da 7ª para a 100ª posição no ranking dos bilionários brasileiros da Forbes – o desempenho de suas empresas na bolsa e venda de fatias de empresas impulsionaram a queda de seu patrimônio de 30 para 10,6 bilhões de reais. Depois da divulgação da lista, no início do mês, março seguiu difícil para o empresário. O prejuízo da mineradora de seu grupo, a MMX, saltou 4.016% e chegou a 792,4 milhões de reais. A divulgação do balanço com resultados ruins, e a suspensão de um projeto de minério no Chile, fizeram que as ações da companhia desabassem. Outras cinco empresas do grupo do empresário tiveram desempenho ruim até agora. Tanta repercussão negativa fez com que André Esteves , do BTG, anunciado como parceiro estratégico e financeiro do grupo EBX, anunciasse a possível redução da participação de Eike das empresas dos atuais 70% entre 20% e 30%.
Na lista dos mais ricos do mundo, divulgada neste mês pela Forbes, Carlos Slim aparece novamente no topo, com uma fortuna de 73 bilhões de dólares. Mas os mexicanos parecem bem estar incomodados com a forma como o empresário construiu seu patrimônio, baseado nas operadoras Telmex, de telefonia fixa, e a Telcel, de celulares – ambas controladas por ele por meio da holding América Móvil. Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aponta que o empresário domina o setor de telecomunicações, além de praticar preços maiores no México que nos demais países latinos. No México, a Telmex possui 7,6% do mercado de linhas fixas e, no mercado de telefonia móvel, a Telcel possui 70% das linhas em operação.
Não há ninguém mais famoso do que Silvio Santos no Brasil, definiu a Forbes aos seus leitores poucos dias antes de divulgar a lista de bilionários que incluía o apresentador e empresário pela primeira vez, no início de março. Com uma fortuna estimada de US$ 1,3 bilhão, Silvio aparece em 1107º lugar no ranking dos mais ricos do mundo e em 36º entre os mais ricos do país. Por toda a sua história, ele não é comparado pela revista aos demais bilionários brasileiros da lista – entre eles, os irmãos Marinho, donos da Rede Globo - mas à celebridade Oprah Winfrey e aos diretores de cinema e produtores Steven Spielberg e George Lucas. Nada mal para quem começou a vida como camelô.
Março foi marcado por mudanças na direção do maior varejista do país – e pela continuação da disputa de poder entre os acionistas do grupo. Uma delas foi a indicação de Maria Helena Santana, ex- presidente da Comissão de Valores Mobiliários, CVM, como conselheira independente do grupo, na reunião do conselho de administração da Wilkes. A indicação feita pelo Casino e divulgada para a imprensa duas semanas antes da reunião teria desagradado Abilio Diniz . Também neste mês, o diretor de Regulação da BM&FBovespa, Carlos Rebello, afirmou que o acúmulo de cargos nos Conselhos de Administração da BRF e do Pão de Açúcar pelo empresário pode suscitar conflitos de interesse, mas não tem impedimento legal ou em regulamento da BM&FBovespa.
Apesar da compra da Casas Bahia pelo Grupo Pão de Açúcar ter sido feito há mais de três anos, o negócio ainda aguarda aprovação do Cade. E parece que um acordo entre os sócios ainda não foi resolvido. Segundo matéria do Valor Econômico de meados de março, sejam fechadas nos locais onde a participação de mercado supere 57%, mas os Klein não concordaram com a proposta, uma vez que cerca de 60 lojas podem ser fechadas em diferentes cidades. Michael Klein, presidente do conselho de administração da ViaVarejo, e Enéas Pestana, presidente do grupo Pão de Açúcar, se reuniram para discutir o problema e fez uma proposta: nas cidades onde uma loja Casas Bahia ou Ponto Frio for fechada, a ViaVarejo passará a vender os eletroeletrônicos da rede Extra do mesmo município. Pestana concordou em analisar a proposta, disse o jornal.
O megainvestidor americano Sam Zell estaria negociando a compra da Alphaville Urbanismo, hoje controlada pela Gafisa. Zell fez fortuna com negócios no mercado imobiliário americano e já chegou a ser acionista da própria Gafisa. Atualmente, a Alphaville representa mais de 40% das receitas do grupo Gafisa.
Neste mês, o empresário Michael Dell chegou mais perto da proposta de fechamento do capital e venda de controle da sua companhia. O Blackstone Group LP e o investidor bilionário Carl Icahn apresentaram ofertas que parecem superar os 13,65 dólares por ação oferecidos por Michael Dell e a Silver Lake. Com 16 % das ações em seu poder, Dell se tornou, então, o maior coringa da disputa, já que ele poderia contestar a decisão dos demais acionistas em relação à venda. O Blackstone deve negociar de maneira muito específica o papel futuro de Michael Dell e que poder ele manteria na companhia, disseram analistas.
Warren Buffet abriu mão de suas chances de se tornar o maior acionista do Goldman Sachs ao converter suas garantias especiais em uma fatia menor no banco sem custo adicional para a sua Berkshire Hathaway. Ele havia recebido os títulos como parte de um acordo de 2008 durante o abismo da crise financeira, quando seu investimento no Goldman foi visto como um voto de confiança na companhia. Também neste mês, o investidor brasileiro visitou a sede da cervejaria Ambev, em São Paulo para conhecer de perto o modelo de gestão criado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, seus atuais sócios na Heinz.
Luiz Eduardo Falco, ex-presidente da Oi, assumiu neste mês a presidência da operadora de viagens CVC, adquirida pelo fundo americano Carlyle em 2009. Em entrevista exclusiva para EXAME.com, o executivo afirmou que pretende explorar o mercado de forma integral, com energias concentradas nos próximos eventos de Copa do Mundo e Olimpíadas.
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