10 empresas que vão apertar os cintos daqui para a frente
Resultados fracos, freio no consumo... por motivos diversos, algumas empresas já anunciaram que terão de cortar custos. Clique nas fotos para saber quais são elas
Tatiana Vaz
Publicado em 16 de maio de 2012 às 13h29.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h23.
A compra de duas redes feitas nos últimos dois anos pelo Magazine Luiza , Lojas do Baú e Maia, tem atrapalhado o seu desempenho. O resultado do primeiro trimestre não caiu; despencou: foi de um lucro de 12,3 milhões de reais, de janeiro a março de 2011, ao prejuízo de 40,7 milhões. A saída adotada para evitar maiores estragos até o fim da integração com as duas adquiridas foi o da rede apertar o cinto. Adotou um projeto interno em todas as áreas para avaliar onde e como poderia se tornar mais eficiente gastando menos. “Tivemos muitas despesas extraordinárias, mas elas devem ser menores até o último trimestre”, afirmou Marcelo Silva, CEO do Magazine Luiza. O corte de custo se dá numa hora em que a companhia enfrenta muitas despesas extras. Apenas de janeiro a março, as despesas chegaram a 33,5 milhões de reais - 20,3 milhões com lojas Magazine Luiza e Lojas do Baú e outros 13 milhões de reais apenas com a integração das Lojas Maia.
A GOL teve um prejuízo de 710 milhões de reais em 2011, o segundo maior de sua história e desde então começou uma nova mudança de rota no intuito de, finalmente, assentar o prumo. Para dar uma marretada nos custos, cerca de 800 funcionários foram demitidos, incluindo pilotos e copilotos. A companhia eliminou pelo menos 80 voos diários, que davam um prejuízo estimado em 5 milhões de reais por mês. No primeiro trimestre de 2012, a situação parece não ter melhorado para a empresa: prejuízo de R$ 41,4 milhões. O jeito foi continuar o aperto – e as mudanças na cúpula. Em abril, 26 cargos de gerência e quatro de diretoria haviam sido cortados pela empresa. Neste ano, a Webjet devolverá 10 aviões Boeing 737-300, mas outros aviões da GOL serão transferidos para a sua frota. A frota da GOL, desta forma, será reduzida. Segundo notícia desta semana da Folha de São Paulo, a empresa deve demitir mais 500 funcionários a partir do dia 17 de maio — ao menos cem deles seriam tripulantes. Ainda segundo a Folha, a empresa iniciou um programa para atrair voluntários interessados em deixar a empresa. Quem quiser sair da GOL tem até dia 17 para se inscrever.
" Vamos dar mais atenção ao controle de despe sas", disse o vice-presidente financeiro da PDG , João Mallet, em teleconferência nesta terça-feira. A notícia foi bem aceita pelos analistas de mercado, após a companhia ter apresentado um resultado sete vezes abaixo do apresentado um ano antes: o lucro, que era de 228,8 milhões de reais, até março do ano passado, para 32,5 milhões de reais este ano. A construtora e incorporadora tem como meta um nível de despesas gerais e administrativas de 90 milhões de reais por trimestre. Nos três primeiros meses do ano, essa linha ficou em 114,5 milhões de reais. A meta, entretanto, é válida para o terceiro e quarto trimestres, considerando que o período de abril a junho ainda sofrerá os efeitos das mudanças em curso. "Terá mais impacto no segundo semestre e, no ano cheio, em 2013, quando esperamos economia da ordem de 30 milhões a 40 milhões de reais", disse o executivo.
Depois de apresentar um prejuízo de 929 milhões de euros no primeiro trimestre, a Nokia prometeu realizar mais cortes substanciais de custos. A empresa já havia alertado os investidores que seus negócios com telefones teriam perdas nos primeiros dois trimestres deste ano, depois que as vendas de aparelhos equipados com o sistema Windows Phone não compensaram a queda nas vendas de modelos anteriores. Ainda sim, o resultado foi íor que o esperado por todos. O prejuízo da fabricante foi de 0,08 euro por ação, ante expectativa média de analistas de 0,07 euro, segundo a Thomson Reuters.
As vendas fracas na Europa, prejuízo em suas operações na Ásia e África e lucros menores na América do Sul impactaram de maneira negativa nos resultados da Ford . A montadora americana registrou um lucro líquido no primeiro trimestre de 1,4 bilhão de dólares, ante os 2,6 bilhões de dólares registrados um ano antes. A montadora calcula que cerca de metade desse resultado tenha sido causado por maiores despesas com impostos – 255 milhões de dólares foram pagos apenas com encargos trabalhistas. Cortar os custos e despesas passou, desde então, a ser uma das regras seguidas pela companhia nos países onde atua. A empresa anunciou que vai parar a produção na fábrica em Colônia (Alemanha) durante vários dias entre abril e outubro para compensar a fraca demanda no sul da Europa, iniciativa que irá afetar 4.000 funcionários. No Brasil, alguns trabalhadores da fábrica no ABC Paulista trabalham com turnos reduzidos e a subsidiária ganhou um novo presidente enviado da Alemanha: Steven Armstrong, atual COO da Getrag Ford Transmissions na Alemanha. O executivo assume o cargo oficialmente em 1º de Junho.
O Grupo Pão de Açúcar estima investir 1,8 bilhão de reais em novas lojas no ano, sendo 1,4 bilhão de reais destinados aos negócios de varejo alimentar e os outros 400 milhões de reais destinados ao segmento não alimentar, formado pela Viavarejo e pela Nova Pontocom. Mas deixa claro que a possível queda na demanda preocupa a companhia. “Nesse momento em que as vendas, como um todo estão difíceis, o mais importante é reduzir despesa e ganhar participação de mercado e estamos focados nisso”, disse Abilio Diniz, presidente do conselho de administração do grupo. Algumas mudanças com foco em aumentar rentabilidade já foram feitas na bandeira Assaí, focada em atacado de autosserviço. O modelo sofreu, no trimestre, algumas adequações com intuito de reduzir despesas e buscar mais rentabilidade. Adequação do sortimento de produtos, com fechamento de padaria e açougue, foram algumas das alterações. “Essas mudanças foram feitas para atender melhor, e com menos custos para a companhia, o público alvo principal da bandeira, que é o cliente pessoa jurídica, donos de pequenos comércios”, afirma Belmiro Gomes, diretor de atacado autosserviço do Grupo Pão de Açúcar.
As vendas de TV, que já foram ícones dos negócios da Sony , são hoje a parte mais deficitária do negócio, fato que contribuiu para o maior prejuízo nos 65 anos da história da companhia: 520 bilhões de ienes (6,4 bilhões de dólares) no último ano fiscal. "Vou definitivamente mudar a Sony e fazê-la reviver", disse o executivo-chefe da Sony, Kazuo Hirai, depois da divulgação dos resultados. Ainda que a maneira como Hirai pretende fazer isso seja um pouco obscura, uma coisa já é certa: a companha passará por um duro corte de custos nos próximos anos. Apenas na área de TV, a empresa já anunciou o fechamento de 10.000 vagas até março de 2013, o equivalente a 6% de sua força de trabalho. Até março de 2015, o plano do novo CEO é elevar a receita para 8,5 trilhões de ienes - alta de 33% em relação a sua previsão de receita para o recém-terminado ano fiscal - e elevar suas margens de lucro operacionais para mais de 5%.
Estouros de orçamentos e um prejuízo líquido de 587 milhões de euros, em comparação com o lucro de 272 milhões de euros do mesmo período do ano anterior, fizeram com a produtora de aço alemã ThyssenKrupp avaliasse vender suas novas usinas no Rio de Janeiro e no Alabama, que possuem um valor total de 7 bilhões de euros (9 bilhões de dólares). Os altos custos para desenvolver as novas usinas no Brasil e Estados Unidos poderiam ter impactado os resultados, a ponto dos planos nesses países serem revistos. Não há pretensão de se desfazer dos negócios na Europa. O conselho de administração da companhia disse que pretende oferecer a usina brasileira, a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), para a parceira Vale e que também falará com possíveis compradores na Ásia.
A Cyrela vai continuar seu plano de reduzir despesas, mesmo tendo anunciado que irá acelerar o ritmo de lançamentos. O intuito é cuidar melhor do caixa e, assim, melhorar os resultados. E a empresa parece estar conseguindo o feito. De janeiro a março, a construtora contabilizou 6,2 milhões de reais em consumo de caixa, bem abaixo dos 133,9 milhões registrados 12 meses antes. O lucro líquido no período foi de 118 milhões de reais, quase 60% maior que o ganho visto um ano antes e praticamente em linha com o esperado por analistas. A atenção com a preservação da margem também está na lista de prioridades. Ao contrário de muitas concorrentes, a Cyrela não pretende dar descontos sobre o valor dos imóveis. "É muito mais (vantajoso) fazer campanha, trabalhar com corretor... não vamos oferecer descontos, para não prejudicar nossa margem", afirmou disse o diretor geral da Living -braço da Cyrela voltado para baixa renda-, Antonio Guedes, em teleconferência nesta terça-feira.
Perdas consecutivas de participação de mercado, mudanças de gestão, margens baixas. Não houve solução melhor encontrada pela Redecard , segundo a própria empresa, que reduzir custos para continuar competitiva no setor de cartões. No ano passado, a companhia demitiu 350 pessoas em meio a um processo de reestruturação que culminou no possível fechamento do capital da companhia – ainda em negociação entre Itaú e acionistas. O processo de enxugar os gastos continua forte este ano. O intuito é fazer com que o custo por operação fique em um patamar entre 0,30 centavos de reais e 0,35 centavos de reais nos próximos dois meses, contra os 0,38 centavos de reais praticados no ano passado. No primeiro trimestre, a empresa teve lucro de 381,2 milhões de reais, 35,5% mais ante o mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de 955 milhões reais, um ganho de 18% em 12 meses e uma queda de 5,6% sobre o quarto trimestre de 2011.
Mais lidas
Mais de Negócios
Ele trabalhava 90 horas semanais para economizar e abrir um negócio – hoje tem fortuna de US$ 9,5 biBezos economizou US$ 1 bilhão em impostos ao se mudar para a Flórida, diz revista15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados
Mais na Exame
Líderes ExtraordináriosA volatilidade do papel do Marketing nas organizações