10 empresas que tiveram os piores prejuízos de sua história
Clique nas fotos para conferir as companhias que amarguraram (até agora) os piores resultados de sua existência
Tatiana Vaz
Publicado em 18 de dezembro de 2012 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h12.
Desde sua criação, em 1986, a Microsoft nunca tinha amealhado um prejuízo sequer até que, em julho deste ano, ela estreou no quesit o. A gigante de tecnologia registrou, no último trimestre de 2011, divulgado em julho, o pior resultado de sua história: 492 milhões de dólares, ou 6 centavos de dólar por ação, resultado bem inferior ao lucro de 5,87 bilhões dólares, ou 69 centavos de dólar por ação registrado um ano antes. Entre os motivadores de tais resultados está a queda nas vendas de PCs, que influenciam negativamente no sistema Windows da companhia, e a atuação no mercado de publicidade online por meio da aQuantive - a empresa chegou a comentar que não havia conquistado os resultados almejados por meio dessa nova unidade de negócios.
O ano não foi fácil para o bilionário Eike Batista . Com revisões de projeções para baixo e o misto de insatisfação e desconfiança do mercado, o empresário viu as ações de suas empresas abertas despencarem neste ano. E os resultados da OGX , a principal delas, também. No terceiro trimestre do ano, a OGX somou prejuízo de 343,3 milhões de reais. O montante é 13 vezes maior na comparação com o mesmo período de 2011, justificados pelos gastos de 170 milhões de reais com exploração no período, além das despesas com poços secos e subcomerciais, que custaram pelo menos 460 milhões de reais.
Definitivamente, 2012 foi um ano de muita turbulência para a Gol . A companhia aérea acumula, até setembro, um prejuízo de 1 bilhão de reais, o pior resultado de toda a sua trajetória. Aumento de combustível, alta do dólar, foco em oferta de voos nacionais e preços competitivos de passagens foram os motivos que levaram à companhia ao vermelho – ainda que seja bom lembrar que o cenário não está fácil também para as demais empresas de aviação . A Gol terminou o ano com a extinção da Webjet, empresa comprada por ela em 2010, e a demissão de 850 funcionários da antiga rival – iniciativa anulada pela Justiça, que fez a companhia recontratar todos de volta.
Fundada em 1888, a Kodak declarou moratória em 19 de janeiro deste ano, depois de quatro anos sem dar lucro e sem caixa para custear suas operações. A empresa chegou a tentar vender, em agosto de 2011, as mais de 1000 patentes que detém em produtos digitais para reorganizar o negócio, mas as perdas recorrentes e a perda de relevância da fotografia tradicional frente ao formato digital, não seriam suficientes para que o negócio se mantivesse de pé. No primeiro trimestre deste ano, a companhia perdeu 366 milhões de dólares, 49% a mais que no mesmo período de 2011. Triste cenário para uma empresa que brilhou por anos como um ícone mundial na arte de registrar imagem memoráveis.
Em agosto, a HP apresentou o pior prejuízo de todos os seus 70 anos de existência: 6,85 bilhões de dólares. A receita da maior fabricante de computadores do mundo também caiu 5% para 29,7 bilhões de dólares. A justificativa para tal resultado chegou ao mercado como o estouro de uma bomba. Segundo a HP, a empresa de software britânica Autonomy, comprada em 2011, teria um valor real bem menor do que o pago pela gigante de tecnologia. A fraude contábil, estimada em 8,8 bilhões de dólares, teria impulsionado os números da companhia para baixo. O fundador da Autonomy, Mike Lynch, rebateu as acusações de irregularidades com mais acusações: “Parece muita coincidência tal fraude ter sido descoberta agora...isso teria que ser algo como um grande elefante para se deixar passar”, disse ele em entrevista ao The Wall Street Journal.
A Gafisa registrou o pior prejuízo de toda sua história: 1 bilhão de reais contabilizados até o quarto trimestre de 2011, cuja divulgação aconteceu em abril – a empresa só conseguiu sair do vermelho no terceiro trimestre deste ano, com uma reestruturação adotada pela empresa desde então. O ano ainda foi bem tumultuado para a construtora, que começou negociando sua venda, sem sucesso, e ainda está na tentativa de comprar os 20% que ainda não possui da Alphaville Urbanismo – postergado para o próximo ano depois de o processo parar na Câmara de Comércio Brasil Canadá para solução de controvérsia por meio de arbitragem envolvendo a operação.
A estratégia da Nextel de diminuir preços para conseguir competir com a telefonia móvel 2G e 3G, adotada no ano passado, fez com que os resultados da sua controladora, a NII Holdings, desabassem, de acordo com o CEO da NII, Steve Dussek. E, por consequência, também fez com que a operação brasileira amargurasse um dos seus piores resultados da história, a ponto da matriz demitir o até então presidente da Nextel no Brasil, Sérgio Chaia. Além da troca de comando, a NII anunciou que sacrificará sua base brasileira de assinantes, desativando mais de 350 mil usuários para poder voltar a ter resultados positivos em 2013. Oficialmente, a Nextel ainda não definiu quem será o novo presidente da empresa no país.
Pela primeira vez desde 2003 a rede de fast-food americana McDonald´s teve prejuízo. Em outubro, a rede divulgou lucro de 1,46 bilhão de dólares no terceiro trimestre, número 3,5% menor na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento da rede também diminuiu. As vendas caíram 2,2% nos Estados Unidos e na Europa. Na região da Ásia, Médio Oriente e África a queda foi de 2,4%. Os resultados fracos fizeram com que a empresa adotasse a mesma rapidez de seus serviços para a troca de comando. No mesmo dia de divulgação do balanço, a rede anunciou que Jeff Stratton assumiria no lugar de Jan Fields a partir de 1 de dezembro.
A rede Best Buy não está tendo bons resultados há algum tempo. As vendas “mesmas lojas” já caíram nove vezes em dez trimestres consecutivos, motivo pelo qual a empresa amarga, até agora, seu pior resultado. De julho a setembro, a empresa teve prejuízo de 13 milhões de dólares, valor bem inferior aos 173 milhões de lucros apresentados há um ano. Em abril, a varejista anunciou uma grande reestruturação que inclui fechamento de lojas, corte de 400 empregados e de 800 milhões de dólares em custos.
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