Exame Logo

Yanukovich adverte sobre risco de desintegração da Ucrânia

O presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovich, advertiu sobre o perigo da desintegração de seu país se eleições não acontecerem após referendo

O presidente ucraniano deposto, Viktor Yanukovich: "qualquer desestabilização nessas condições representa uma grande ameaça de cisão na sociedade" (David Goldman/Pool/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 13h34.

Moscou - O presidente deposto da Ucrânia , Viktor Yanukovich, advertiu nesta quarta-feira sobre o perigo da desintegração de seu país caso as eleições presidenciais de 25 de maio aconteçam sem a convocação prévia de um referendo constitucional.

"Essa é a via para a desestabilização da situação no país, e qualquer desestabilização nessas condições representa uma grande ameaça de cisão na sociedade e até, possivelmente, de divisão do Estado", declarou Yanukovich ao canal de televisão russo "NTV".

Yanukovich, que está exilado na Rússia desde sua derrocada em 22 de fevereiro, assegurou que a única forma de acabar com as atuais contradições é realizar um referendo para ceder mais competências às regiões.

"Em seguida, eleições", assegurou, fazendo eco da postura da Rússia, que pediu a Kiev para aprovar uma Constituição que transforme a Ucrânia em uma federação.

Milhares de pessoas se manifestaram no fim de semana passado nas principais cidades do leste e do sul do país para exigir a realização de referendo e expressaram seu desejo de criar uma autonomia entre as regiões de fala russa no seio da Ucrânia.

Além disso, Yanukovich confessou que "tremeu" na hora de reprimir os protestos em Kiev que desencadearam em distúrbios e terminaram com sua derrocada.

"Me tremeu a mão à hora de fazê-lo. Meu princípio é que o poder não merece nem uma gota de sangue derramada. Nunca diz uma ordem de disparar", assinalou.


Acrescentou: "Pelo que eu sei, nunca foram entregues armas aos destacamentos especiais que participaram da defesa dos organismos estatais".

Yanukovich culpou os grupos radicais que controlavam o Maidan de descumprir os acordos assinados em 21 de fevereiro na presença de mediadores europeus e russos e que contemplavam a criação de um governo de união nacional.

"Em resposta a nossas ações, a parte radical do Maidan respondeu com disparos", afirmou.

O antigo líder também reconheceu que as autoridades precisavam ter reagido antes e com maior firmeza diante da ascensão do ultranacionalismo e do vandalismo, "que tem raízes fascistas".

"Tinha que ter reagido antes, muito antes. Os radicais armados não escutam ninguém: nem ao poder nem à oposição", ressaltou.

Por outro lado, culpou as novas autoridades ucranianas em Kiev da perda da Crimeia, península que aderiu à Rússia em 21 de março.

"Foi mérito dos atuais dirigentes da Ucrânia. Foi sua postura radical em relação à língua russa e rumo aos territórios onde vivem os cidadãos de fala russa", opinou Yanukovich.

O líder deposto lamentou a incorporação da Crimeia à Rússia, fato "que é difícil de aceitar".

"Se isso tivesse acontecido comigo (no poder), eu teria tentado evitar. Como posso me sentir, como presidente do país, quando o país se desintegra?", apontou.

Yanukovich advertiu que "é preciso levar muito a sério o que está acontecendo no leste e no sul da Ucrânia".

Veja também

Moscou - O presidente deposto da Ucrânia , Viktor Yanukovich, advertiu nesta quarta-feira sobre o perigo da desintegração de seu país caso as eleições presidenciais de 25 de maio aconteçam sem a convocação prévia de um referendo constitucional.

"Essa é a via para a desestabilização da situação no país, e qualquer desestabilização nessas condições representa uma grande ameaça de cisão na sociedade e até, possivelmente, de divisão do Estado", declarou Yanukovich ao canal de televisão russo "NTV".

Yanukovich, que está exilado na Rússia desde sua derrocada em 22 de fevereiro, assegurou que a única forma de acabar com as atuais contradições é realizar um referendo para ceder mais competências às regiões.

"Em seguida, eleições", assegurou, fazendo eco da postura da Rússia, que pediu a Kiev para aprovar uma Constituição que transforme a Ucrânia em uma federação.

Milhares de pessoas se manifestaram no fim de semana passado nas principais cidades do leste e do sul do país para exigir a realização de referendo e expressaram seu desejo de criar uma autonomia entre as regiões de fala russa no seio da Ucrânia.

Além disso, Yanukovich confessou que "tremeu" na hora de reprimir os protestos em Kiev que desencadearam em distúrbios e terminaram com sua derrocada.

"Me tremeu a mão à hora de fazê-lo. Meu princípio é que o poder não merece nem uma gota de sangue derramada. Nunca diz uma ordem de disparar", assinalou.


Acrescentou: "Pelo que eu sei, nunca foram entregues armas aos destacamentos especiais que participaram da defesa dos organismos estatais".

Yanukovich culpou os grupos radicais que controlavam o Maidan de descumprir os acordos assinados em 21 de fevereiro na presença de mediadores europeus e russos e que contemplavam a criação de um governo de união nacional.

"Em resposta a nossas ações, a parte radical do Maidan respondeu com disparos", afirmou.

O antigo líder também reconheceu que as autoridades precisavam ter reagido antes e com maior firmeza diante da ascensão do ultranacionalismo e do vandalismo, "que tem raízes fascistas".

"Tinha que ter reagido antes, muito antes. Os radicais armados não escutam ninguém: nem ao poder nem à oposição", ressaltou.

Por outro lado, culpou as novas autoridades ucranianas em Kiev da perda da Crimeia, península que aderiu à Rússia em 21 de março.

"Foi mérito dos atuais dirigentes da Ucrânia. Foi sua postura radical em relação à língua russa e rumo aos territórios onde vivem os cidadãos de fala russa", opinou Yanukovich.

O líder deposto lamentou a incorporação da Crimeia à Rússia, fato "que é difícil de aceitar".

"Se isso tivesse acontecido comigo (no poder), eu teria tentado evitar. Como posso me sentir, como presidente do país, quando o país se desintegra?", apontou.

Yanukovich advertiu que "é preciso levar muito a sério o que está acontecendo no leste e no sul da Ucrânia".

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaEleiçõesUcrânia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame