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Xi Jinping inicia viagem global para marcar abertura chinesa

Além de participar do G20, presidente chinês visita países da Europa e da América. Objetivo é consolidar-se como a potência da sensatez comercial

Imagem de arquivo: A ideia do governo chinês é utilizar o protagonismo na guerra comercial para passar a influenciar mais as instituições internacionais (Erik De Castro/Reuters)

Imagem de arquivo: A ideia do governo chinês é utilizar o protagonismo na guerra comercial para passar a influenciar mais as instituições internacionais (Erik De Castro/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 06h50.

Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 08h43.

O presidente da China Xi Jinping inicia um périplo ao redor do mundo nesta terça-feira, antes de desembarcar no G20, que começa na sexta-feira, em Buenos Aires. Sua primeira parada será na Espanha, onde o líder chinês se encontrará com o rei Felipe VI e com o primeiro-ministro Pedro Sanchez, e assinará acordos de cooperação comercial entre os dois países.

Após o G20, Xi visitará o Panamá, entre os dias 2 e 3. O encontro marcado no país tem como objetivo estreitar as relações diplomáticas, que foram firmadas somente no ano passado, depois de o país centro-americano romper com a ilha de Taiwan. O interesse por trás da visita é o de formalizar as boas relações com todos os países da América Latina, processo iniciado desde a chega de Xi ao poder em 2013. Por fim, o líder chinês visitará Portugal entre os dias 4 e 5 de dezembro, onde assinará acordos de cooperação cultural, educacional e de ciência e tecnologia com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa.

Mas a parada mais esperada será mesmo na Argentina, onde o presidente chinês participará do G20. O encontro entre as 19 maiores potências do mundo mais a União Europeia pode ser o evento que consolidará a China como a força sensata do comércio global, marcando a oposição do grupo ao presidente americano Donald Trump. O cenário da batalha já está traçado: a guerra comercial, que trouxe taxas de mais de 250 bilhões de dólares sobre produtos chineses, e de 110 bilhões de dólares sobre importações americanas.

A ideia do governo chinês é utilizar o protagonismo na guerra comercial para passar a influenciar mais as instituições internacionais. Na semana passada, o governo da China afirmou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) atravessa uma “profunda crise” e pediu que encerre subterfúgios e corrija práticas de Estados-membros que prejudicam o sistema global de comércio.

O ministro adjunto das Relações Exteriores, Zhang Jun afirmou que o evento na Argentina será uma oportunidade para “contribuir com o desenvolvimento da governança das economias globais”, e que temas como mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e infraestrutura também serão discutidos no encontro. O governo chinês também espera discutir acordos multilaterais e o fortalecimento da cooperação e de acordos comerciais. Trump abriu uma porta, e os chineses estão entrando.

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