Mundo

Xi Jinping anuncia fortalecimento dos laços entre China e Venezuela após reunião com Maduro

Este é a maior escala das relações diplomáticas chinesas, já que apenas alguns países recebem o tratamento

Xi Jinping: presidente chinês anunciou fortalecimento das relações com a Venezuela.  (Justin Chin/Getty Images)

Xi Jinping: presidente chinês anunciou fortalecimento das relações com a Venezuela. (Justin Chin/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 13 de setembro de 2023 às 11h02.

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou nesta quarta-feira (13), durante uma reunião com o homólogo Nicolás Maduro em Pequim, o fortalecimento das relações com a Venezuela.

"Estou muito feliz de anunciar, ao seu lado, a elevação das relações entre China e Venezuela a um nível de associação estratégica para qualquer situação", afirmou Xi, segundo imagens exibidas pela televisão estatal.

Este é a maior escala das relações diplomáticas chinesas. Apenas alguns países (Paquistão, Rússia, Belarus) recebem o tratamento.

A China mantém relações próximas com o governo Maduro, isolado internacionalmente, e é um dos principais credores da Venezuela, cujo PIB registrou queda de 80% em uma década em consequência da crise econômica.

A China, "apoiará, como sempre, com firmeza, os esforços da Venezuela para salvaguardar a soberania nacional, a dignidade nacional e a estabilidade social, e apoiará firmemente a causa justa da Venezuela de se opor à interferência estrangeira", afirmou Xi a Maduro.

O presidente venezuelano, 60 anos, busca apoio para a adesão de seu país ao BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul), um grupo de economias emergentes que organizou sua reunião de cúpula mais recente em agosto em Johannesburgo, onde anunciou uma ampliação com seis novos países (Arábia Saudita, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã e Etiópia).

"Poderíamos catalogar o grupo do BRICS ampliado como o grande motor para a aceleração do processo de nascimento de um mundo novo, de um mundo de cooperação, onde o Sul Global terá a voz primordial", declarou Maduro em uma entrevista à agência estatal chinesa Xinhua publicada no sábado.

Sanções

Maduro foi recebido com sua delegação no Palácio do Povo, o grande edifício onde as autoridades estrangeiras são recebidas perto da Praça Tiananmen (Paz Celestial).

O chefe de Estado venezuelano chegou a Pequim na terça-feira, depois de passar por Xangai e por outras cidades chinesas.

A viagem começou na sexta-feira da semana passada em Shenzhen e terminará na quinta-feira.

A visita é uma reafirmação da "amizade" estabelecida no período do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), que encontrou na China um de seus principais aliados, ao lado da Rússia, Turquia e Irã.

Maduro havia visitado Pequim pela última vez em 2018 - sua 10ª viagem à China -, quando elogiou a visão de Xi de um "destino comum para a humanidade".

Xi Jinping visitou a Venezuela em 2014.

A China emprestou quase de 50 bilhões de dólares à Venezuela, membro da Opep, na década de 2010. Caracas paga a dívida com envios de petróleo.

Em 2018, ano em que Maduro venceu eleições que não foram reconhecidas por grande parte da comunidade internacional por supostas irregularidades, a dívida superava 20 bilhões de dólares.

Em 2019, Washington e parte da comunidade internacional reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição que se autoproclamou presidente interino. O presidente dos Estados Unidos na época, Donald Trump, impôs sanções a Caracas.

A oposição venezuelana encerrou em janeiro a presidência interina por considerar que não havia cumprido as metas de mudança política.

O atual governo democrata de Joe Biden, que sucedeu a Trump, afirma que não reconhece Maduro como presidente e mantém a maioria das sanções.

Acompanhe tudo sobre:ChinaVenezuelaNicolás MaduroXi Jinping

Mais de Mundo

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei

Trump ameaça retomar o controle do Canal do Panamá

Biden assina projeto de extensão orçamentária para evitar paralisação do governo