Mike Pence: "A Al Azhar não pode sentar-se com quem falsifica a história e rouba os direitos dos povos" (Marcos Brindicci/Reuters)
EFE
Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 16h26.
Cairo - O xeque da mesquita Al Azhar, uma das principais instituições do islã sunita, Ahmed el Tayeb, se recusou a reunir-se com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, em protesto pela decisão de Washington de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
"A Al Azhar não pode sentar-se com quem falsifica a história e rouba os direitos dos povos e agride seus lugares sagrados", afirmou em seu site oficial o Conselho dos Sábios dos Muçulmanos, presidido por Tayeb.
Em comunicado, o Conselho explicou que o xeque tinha aceitado um convite para se reunir com Pence durante a visita que este fará ao Egito neste mês, mas decidiu recusá-lo após o anúncio do presidente americano, Donald Trump, a respeito de Jerusalém e a transferência para lá da embaixada dos EUA, atualmente em Tel Aviv.
"O presidente dos EUA deve retratar-se imediatamente desta decisão falsa", acrescentou Tayeb, que atribuiu a Trump a responsabilidade de "inflamar o ódio nos corações dos muçulmanos".
Após a oração desta sexta-feira, Tayeb se dirigiu ao povo palestino assegurando que a "terceira intifada", que foi convocada por vários líderes palestinos, "deve estar no nível da sua fé e do seu amor à pátria".
"Estamos com vocês e não os decepcionaremos", acrescentou.
Milhares de pessoas se manifestaram hoje em um grande número de países árabes após a oração de sexta-feira para demonstrar sua rejeição à decisão de Trump.
A expectativa é que os ministros de Relações Exteriores das nações árabes se reúnam amanhã no Cairo para estudar a medida de Trump.