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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h38.
O mercado de alimentos orgânicos está prestes a ganhar um grande impulso, graças à decisão da rede de supermercados Wal-Mart de vender mais desses produtos. Para atender à demanda do maior varejista do mundo, a maioria das grandes empresas do setor alimentício americano está desenvolvendo versões orgânicas de seus produtos campeões de vendas, como a Kellog';s e a Kraft.
Para o Wal-Mart, aumentar a oferta em suas prateleiras de alimentos orgânicos - aqueles produzidos sem pesticidas, conservantes artificiais ou corantes - representa modernizar sua imagem e ampliar o apelo a consumidores urbanos e mais sofisticados. Hoje os produtos orgânicos representam apenas 2,4% do total vendido pela indústria alimentícia, mas vêm crescendo pelo menos 15% ao ano pelos últimos dez anos. Atualmente o mercado gira em torno de 14 bilhões de dólares, um valor que deve subir para 23 bilhões de dólares nos próximos três anos - e essa cifra deve avançar ainda mais com o auxílio do Wal-Mart, de acordo com o jornal americano The New York Times.
A rede diz que pretende democratizar o mercado de alimentos orgânicos, tornando-os mais baratos para aqueles consumidores relutantes em pagar preços 20% ou 30% mais caros pelos produtos naturais. Segundo o diretor de marketing do Wal-Mart, a rede pretende tornar os orgânicos apenas 10% mais caros do que os equivalentes convencionais. De acordo com analistas, a estratégia pode transformar o maior varejista do mundo no principal vendedor de alimentos orgânicos dos Estados Unidos - já que, com seus 2 000 supermercados, ultrapassaria o atual líder Whole Foods.
O problema, para alguns analistas, é que a decisão do Wal-Mart de comercializar os produtos orgânicos em uma escala muitas vezes maior deve reduzir os padrões para a produção, o que diminuiria os benefícios ambientais desse tipo de cultivo e prejudicaria os agricultores. Nutricionistas dizem que os novos orgânicos também não trariam vantagens para a saúde dos consumidores. "É melhor para o planeta, mas não de um ponto de vista nutritivo", diz Marion Nestle, professora de nutrição e saúde pública da Universidade de Nova York. "É um esquema para poder cobrar mais por comida ruim", afirma.