Votar pelo aborto é fazê-lo com o demônio, segundo Igreja
Arcebispo irlandês disse que deputados que votarem a favor da nova lei do aborto no país estarão em "cooperação com o demônio"
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2013 às 14h27.
Dublin - Os deputados irlandeses que votarem nesta quarta-feira a favor da nova lei do aborto estarão "em cooperação com o demônio", segundo o arcebispo adjunto de Armagh, Eamon Martin.
O Dail, parlamento irlandês, vota hoje a nova legislação e, embora o arcebispo Martin tenha declarado que a excomunhão é uma "decisão pouco usual", lembrou que os parlamentares que decidirem respaldar a lei podem ser obrigados a dar explicações perante seus sacerdotes no futuro.
"O assassinato direto e intencional de qualquer pessoa é gravemente imoral", declarou o religioso à emissora pública RTE, confirmando a posição oficial da Igreja Católica irlandesa, que tenta impedir a aprovação
Segundo Martin, votar "intencionalmente para promover o aborto", que definiu como "o assassinato de uma criança inocente", é algo que se faz "em cooperação como o demônio" e não "se pode reconciliar com a fé".
Cerca de 100 pessoas de grupos antiaborto permanecem hoje perante o parlamento para fazer um último apelo por uma mudança de posição do governo de coalizão entre conservadores e trabalhistas, que espera antecipar a lei.
Entre os membros do partido do governo (Fine Gael) que se opõem a partes do documento, destaca-se a ministra de Assuntos Europeus, Lucinda Creighton, que alega motivos de consciência para não aceitar, concretamente, a cláusula que permite o aberto quando a mãe alega ameaça de suicídio.
Creighton e vários de seus correligionários correm o risco de ser expulsos do partido se votarem contra, advertiu o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, que quer que a lei esteja pronta antes que o parlamento comece as férias de verão, em meados deste mês.
A inclusão da ameaça de suicídio como motivo para abortar é a cláusula que mais preocupa alguns conservadores, pois acham que abrirá no país uma espécie de "demanda de abortos".
O aborto é atualmente ilegal na Irlanda e permitido apenas quando a vida da mãe está em risco, uma situação sujeita à interpretação dos médicos, que tendem a não interromper as gestações temendo consequências legais ou por convicções religiosas.
O texto da nova lei, que substituirá a atual, propõe que as interrupções de gravidez em casos não considerados "urgentes" sejam praticados em unidades de ginecologia do serviço público de saúde, depois que médicos confirmem a existência de "risco substancial e real" para a vida da mãe.
No entanto, os médicos irlandeses poderão se negar a praticar o aborto por "objeção de consciência", embora o hospital siga obrigado a oferecer a interrupção da gravidez em casos pertinentes.
Dublin - Os deputados irlandeses que votarem nesta quarta-feira a favor da nova lei do aborto estarão "em cooperação com o demônio", segundo o arcebispo adjunto de Armagh, Eamon Martin.
O Dail, parlamento irlandês, vota hoje a nova legislação e, embora o arcebispo Martin tenha declarado que a excomunhão é uma "decisão pouco usual", lembrou que os parlamentares que decidirem respaldar a lei podem ser obrigados a dar explicações perante seus sacerdotes no futuro.
"O assassinato direto e intencional de qualquer pessoa é gravemente imoral", declarou o religioso à emissora pública RTE, confirmando a posição oficial da Igreja Católica irlandesa, que tenta impedir a aprovação
Segundo Martin, votar "intencionalmente para promover o aborto", que definiu como "o assassinato de uma criança inocente", é algo que se faz "em cooperação como o demônio" e não "se pode reconciliar com a fé".
Cerca de 100 pessoas de grupos antiaborto permanecem hoje perante o parlamento para fazer um último apelo por uma mudança de posição do governo de coalizão entre conservadores e trabalhistas, que espera antecipar a lei.
Entre os membros do partido do governo (Fine Gael) que se opõem a partes do documento, destaca-se a ministra de Assuntos Europeus, Lucinda Creighton, que alega motivos de consciência para não aceitar, concretamente, a cláusula que permite o aberto quando a mãe alega ameaça de suicídio.
Creighton e vários de seus correligionários correm o risco de ser expulsos do partido se votarem contra, advertiu o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, que quer que a lei esteja pronta antes que o parlamento comece as férias de verão, em meados deste mês.
A inclusão da ameaça de suicídio como motivo para abortar é a cláusula que mais preocupa alguns conservadores, pois acham que abrirá no país uma espécie de "demanda de abortos".
O aborto é atualmente ilegal na Irlanda e permitido apenas quando a vida da mãe está em risco, uma situação sujeita à interpretação dos médicos, que tendem a não interromper as gestações temendo consequências legais ou por convicções religiosas.
O texto da nova lei, que substituirá a atual, propõe que as interrupções de gravidez em casos não considerados "urgentes" sejam praticados em unidades de ginecologia do serviço público de saúde, depois que médicos confirmem a existência de "risco substancial e real" para a vida da mãe.
No entanto, os médicos irlandeses poderão se negar a praticar o aborto por "objeção de consciência", embora o hospital siga obrigado a oferecer a interrupção da gravidez em casos pertinentes.