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Volume de denúncias bate recorde na Suíça com caso Petrobras

O escândalo da estatal faz o volume de denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção na Suíça bater um recorde, segundo as autoridades

Sede da Petrobras: em 2014, um total de US$ 3,3 bilhões foram alvos de denúncias na Suíça (REUTERS/Sergio Moraes)
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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 18h00.

Genebra - O caso Petrobras faz o volume de denúncias de lavagem de dinheiro e corrupção na Suíça bater um recorde. Dados divulgados pelas autoridades suíças revelam que, em 2014, um total de US$ 3,3 bilhões foram alvos de denúncias.

O volume inédito é 24% superior aos de 2013 e coincide com 300 contas bloqueadas com mais de US$ 400 milhões suspeitos no caso da propina paga a ex-diretores da estatal brasileira.

Os dados fazem parte do Escritório de Registro de Lavagem de Dinheiro, um órgão de combate aos crimes financeiros estabelecidos na Suíça. O levantamento confirma : os sul-americanos são os maiores alvos das denúncias, com mais de 200 casos em 2014.

Apenas os residentes suíços estão citados em mais suspeitas que os sul-americanos. Eles representam 12% dos casos e superaram os italianos, até então os maiores suspeitos entre os estrangeiros.

Há dez anos, eram apenas 45 casos por ano envolvendo sul-americanas. No total, são mais de 1 mil casos de brasileiros, argentinos, venezuelanos e outros da região.

Em 2014, as autoridades suíças receberam 1,7 mil casos de suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo contas em seus bancos. Isso representa cerca de sete por dia em que a administração esteve funcionando. O volume bateu o recorde de 2011, quando 1,6 mil denúncias foram tratadas e no auge da Primavera Árabe quando dezenas de líderes, políticos e funcionários públicos da Tunísia, Líbia e Egito passaram a ser alvo de críticas.

Em 2014, o que fez o número dar um novo salto foi a Petrobrás e as suspeitas de pagamento de propinas mais que dobraram em um ano.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chefe do escritório suíço de combate à lavagem de dinheiro, Arnaud Beuret, reconheceu que o caso da estatal brasileira havia partido do trabalho de seu organismo. " Nossa estatística inclui esse caso ", apontou Beuret, sem entrar em detalhes sobre o que encontrou. " Repassamos os detalhes ao Ministério Público que então optou por abrir um inquérito ", disse.

No informe anual da entidade, os suíços apontam que, em apenas um caso, 50 suspeitos e contas foram identificadas. " Houve um certo número de casos relativos à Petrobrás ", disse.

No total, a Suíça congelou US$ 400 milhões (R$ 1,3 bilhão) e identificou mais de 300 contas relacionadas com o escândalo de corrupção da Petrobrás, numa das maiores iniciativas já tomadas na história do país contra dinheiro suspeito. Berna já devolveu US$ 120 milhões (R$ 390 milhões) ao Brasil e alerta que um total de mais de 30 bancos suíços foram usados por ex-executivos da Petrobrás e fornecedores para pagar e receber as propinas.

Cerca de mil transações bancárias estão ligadas a esses desvios, o que obrigou o MP suíço a abrir nove investigações penais por lavagem de dinheiro em relação à estatal brasileira. A meta é a descobrir a origem dos recursos bloqueados e as empresas que pagaram a propina. Entre as suspeitas está a Odebrecht.

Os suíços, sob forte pressão da comunidade internacional, aponta que 85% das denúncias foram realizadas pelos próprios bancos contra seus clientes. " Esse também foi o caso da Petrobrás ", disse Beuret.

Em 2014, 10% dos casos suspeitos entregues à Justiça acabaram em condenação. Outros 40% dos casos estão sendo tramitados. Mas 50% deles foram arquivados por falta de provas.

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O volume inédito é 24% superior aos de 2013 e coincide com 300 contas bloqueadas com mais de US$ 400 milhões suspeitos no caso da propina paga a ex-diretores da estatal brasileira.

Os dados fazem parte do Escritório de Registro de Lavagem de Dinheiro, um órgão de combate aos crimes financeiros estabelecidos na Suíça. O levantamento confirma : os sul-americanos são os maiores alvos das denúncias, com mais de 200 casos em 2014.

Apenas os residentes suíços estão citados em mais suspeitas que os sul-americanos. Eles representam 12% dos casos e superaram os italianos, até então os maiores suspeitos entre os estrangeiros.

Há dez anos, eram apenas 45 casos por ano envolvendo sul-americanas. No total, são mais de 1 mil casos de brasileiros, argentinos, venezuelanos e outros da região.

Em 2014, as autoridades suíças receberam 1,7 mil casos de suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo contas em seus bancos. Isso representa cerca de sete por dia em que a administração esteve funcionando. O volume bateu o recorde de 2011, quando 1,6 mil denúncias foram tratadas e no auge da Primavera Árabe quando dezenas de líderes, políticos e funcionários públicos da Tunísia, Líbia e Egito passaram a ser alvo de críticas.

Em 2014, o que fez o número dar um novo salto foi a Petrobrás e as suspeitas de pagamento de propinas mais que dobraram em um ano.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, o chefe do escritório suíço de combate à lavagem de dinheiro, Arnaud Beuret, reconheceu que o caso da estatal brasileira havia partido do trabalho de seu organismo. " Nossa estatística inclui esse caso ", apontou Beuret, sem entrar em detalhes sobre o que encontrou. " Repassamos os detalhes ao Ministério Público que então optou por abrir um inquérito ", disse.

No informe anual da entidade, os suíços apontam que, em apenas um caso, 50 suspeitos e contas foram identificadas. " Houve um certo número de casos relativos à Petrobrás ", disse.

No total, a Suíça congelou US$ 400 milhões (R$ 1,3 bilhão) e identificou mais de 300 contas relacionadas com o escândalo de corrupção da Petrobrás, numa das maiores iniciativas já tomadas na história do país contra dinheiro suspeito. Berna já devolveu US$ 120 milhões (R$ 390 milhões) ao Brasil e alerta que um total de mais de 30 bancos suíços foram usados por ex-executivos da Petrobrás e fornecedores para pagar e receber as propinas.

Cerca de mil transações bancárias estão ligadas a esses desvios, o que obrigou o MP suíço a abrir nove investigações penais por lavagem de dinheiro em relação à estatal brasileira. A meta é a descobrir a origem dos recursos bloqueados e as empresas que pagaram a propina. Entre as suspeitas está a Odebrecht.

Os suíços, sob forte pressão da comunidade internacional, aponta que 85% das denúncias foram realizadas pelos próprios bancos contra seus clientes. " Esse também foi o caso da Petrobrás ", disse Beuret.

Em 2014, 10% dos casos suspeitos entregues à Justiça acabaram em condenação. Outros 40% dos casos estão sendo tramitados. Mas 50% deles foram arquivados por falta de provas.

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