Em meio a um forte processo de reestruturação, que já envolveu a demissão de 660 funcionários na filial espanhola Seat e a revisão dos planos previdenciários que poderá afetar até 20 000 empregados alemães, a Volkswagen agora se concentrará nas operações do Brasil. Sem entrar em detalhes, o presidente mundial da montadora, Bernd Pischetsrieder, afirmou nesta quarta-feira (3/5) que o grupo reduzirá sua capacidade de produção no Brasil.

"Apesar das medidas de ajustes colocadas em prática nos últimos anos, os resultados da filial brasileira continuam insuficientes", declarou durante uma assembléia geral de acionistas em Hamburgo, no norte da Alemanha. "Estes resultados se devem à valorização do real e às perdas ligadas às exportações do país. Será necessário ajustar rapidamente as capacidades", disse.

A companhia emprega 21 900 pessoas no Brasil. Pischetsrieder não deu maiores detalhes sobre o que será feito na filial. A reestruturação também continuará em outras unidades do grupo. O executivo reafirmou os planos de cortar custos e aumentar a produtividade na Europa, o que poderá custar até 20 000 empregos. "Exportar para os Estados Unidos a partir de nossas fábricas alemãs não gera o retorno que precisamos hoje", disse.