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Vitória de ex-rebelde em El Salvador é irreversível

Segundo tribunal eleitoral, vitória de ex-guerrilheiro marxista nas eleições é irreversível, mesmo que seu adversário de direita tenha se declarado vitorioso

Salvador Sanchez Ceren, candidato presidencial da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), durante um discurso após os resultados oficiais das eleições (Henry Romero/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 18h30.

San Salvador - A estreita vantagem de um ex-guerrilheiro marxista nas eleições presidenciais de El Salvador é irreversível, disse o tribunal eleitoral do país nesta segunda-feira, mesmo que seu adversário de direita tenha se declarado vitorioso.

A disputa aumenta a perspectiva de desafios legais. No entanto, é certo que o vencedor terá um mandado fraco para governar.

Salvador Sánchez Ceren, da governista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) - que como grupo rebelde combateu uma série de governos pró-EUA na guerra civil de 1980 a 1992 -, conseguiu 6.634 votos de vantagem sobre seu adversário Norman Quijano com 100 por cento das urnas apuradas.

No entanto, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) não dará o resultado como conclusivo até que a procuradoria faça uma revisão detalhada de todo o processo eleitoral, incluindo 14 urnas não processadas e que continham diversas irregularidades.

Após esse processo, que levará vários dias, o TSE vai anunciar o vencedor da eleição, que foi muito disputada, apesar de as pesquisas apontarem vitória confortável de Sánchez.

"Lhes digo com certeza que o resultado dessa eleição é irreversível, mas devemos cumprir a etapa legal de revisar, como manda a lei, documento por documento", disse o presidente do TSE, Eugenio Chicas.

"Em três ou quatro dias teremos um resultado definitivo, que esse, em lei, estabelecerá definitivamente um vencedor", acrescentou, se referindo à contagem dos votos do segundo turno da eleição, que deu a Sánchez 50,11 por cento dos votos contra 49,89 por cento de Quijano, candidato pela direitista Aliança Republicana Nacionalista (Arena).

Sánchez Ceren fez imediatamente uma entrevista coletiva ao lado de seu vice Oscar Ortiz, ratificando sua vitória e chamando a Arena para trabalhar junto com ele.

"O mandato dado pelo povo salvadorenho é para que nos entendamos", disse o ex-líder rebelde.

"Vamos governar para todos, para aqueles que votaram em nós e para os que não votaram", disse o atual vice-presidente, de 49 anos, a simpatizantes.


Quijano, de 67 anos, ex-prefeito de San Salvador, apontou fraude e disse ser o verdadeiro vencedor.

A FMLN e a Arena foram inimigas ferozes durante a guerra civil que matou cerca de 75.000 pessoas.

Quijano acusou o tribunal eleitoral de corrupção e insinuou jogo sujo.

"Não vamos permitir a fraude... Estamos 100 por cento convencidos de que vencemos", disse Quijano. "Não vão nos roubar a vitória. Vamos brigar, se necessário com as nossas vidas." Sánchez Ceren havia tido 49 por cento dos votos no primeiro turno, em fevereiro, dez pontos percentuais a mais do que o rival. Como ficou a apenas um ponto percentual de evitar o segundo turno, era visto como amplo favorito para a votação de domingo.

Mas Quijano cresceu no último mês entre os conservadores moderados, ao retratar seu rival como um comunista com sangue nas mãos, disposto a promover uma guinada à esquerda e impor políticas radicais.

No primeiro turno, a principal promessa de campanha do opositor era colocar o Exército nas ruas para combater as quadrilhas conhecidas como "maras". Na reta final, ele alterou sua estratégia e passou a alertar para o risco de "venezuelização" de El Salvador.

Mas Sánchez Ceren - que é o nono filho de um carpinteiro e foi professor rural antes de aderir à guerrilha - e outros líderes da FMLN moderaram suas políticas desde os acordos de paz de 1992, quando a guerrilha virou partido político.

Se confirmada, a vitória de Sánchez Ceren dá um segundo mandato consecutivo à FMLN. O afável vice-presidente, de 69 anos, promete ampliar os programas sociais do atual presidente, Mauricio Funes, o que inclui a distribuição de um copo de leite por dia a crianças nas escolas, além de uniformes e materiais.

A FMLN diz que suas políticas sociais no governo Funes reduziram a pobreza de 40 para 29 por cento. Mas esses programas contribuíram com uma forte elevação na dívida nacional, e o crescimento econômico tem sido fraco.

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Salvador Sánchez Ceren, da governista Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) - que como grupo rebelde combateu uma série de governos pró-EUA na guerra civil de 1980 a 1992 -, conseguiu 6.634 votos de vantagem sobre seu adversário Norman Quijano com 100 por cento das urnas apuradas.

No entanto, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) não dará o resultado como conclusivo até que a procuradoria faça uma revisão detalhada de todo o processo eleitoral, incluindo 14 urnas não processadas e que continham diversas irregularidades.

Após esse processo, que levará vários dias, o TSE vai anunciar o vencedor da eleição, que foi muito disputada, apesar de as pesquisas apontarem vitória confortável de Sánchez.

"Lhes digo com certeza que o resultado dessa eleição é irreversível, mas devemos cumprir a etapa legal de revisar, como manda a lei, documento por documento", disse o presidente do TSE, Eugenio Chicas.

"Em três ou quatro dias teremos um resultado definitivo, que esse, em lei, estabelecerá definitivamente um vencedor", acrescentou, se referindo à contagem dos votos do segundo turno da eleição, que deu a Sánchez 50,11 por cento dos votos contra 49,89 por cento de Quijano, candidato pela direitista Aliança Republicana Nacionalista (Arena).

Sánchez Ceren fez imediatamente uma entrevista coletiva ao lado de seu vice Oscar Ortiz, ratificando sua vitória e chamando a Arena para trabalhar junto com ele.

"O mandato dado pelo povo salvadorenho é para que nos entendamos", disse o ex-líder rebelde.

"Vamos governar para todos, para aqueles que votaram em nós e para os que não votaram", disse o atual vice-presidente, de 49 anos, a simpatizantes.


Quijano, de 67 anos, ex-prefeito de San Salvador, apontou fraude e disse ser o verdadeiro vencedor.

A FMLN e a Arena foram inimigas ferozes durante a guerra civil que matou cerca de 75.000 pessoas.

Quijano acusou o tribunal eleitoral de corrupção e insinuou jogo sujo.

"Não vamos permitir a fraude... Estamos 100 por cento convencidos de que vencemos", disse Quijano. "Não vão nos roubar a vitória. Vamos brigar, se necessário com as nossas vidas." Sánchez Ceren havia tido 49 por cento dos votos no primeiro turno, em fevereiro, dez pontos percentuais a mais do que o rival. Como ficou a apenas um ponto percentual de evitar o segundo turno, era visto como amplo favorito para a votação de domingo.

Mas Quijano cresceu no último mês entre os conservadores moderados, ao retratar seu rival como um comunista com sangue nas mãos, disposto a promover uma guinada à esquerda e impor políticas radicais.

No primeiro turno, a principal promessa de campanha do opositor era colocar o Exército nas ruas para combater as quadrilhas conhecidas como "maras". Na reta final, ele alterou sua estratégia e passou a alertar para o risco de "venezuelização" de El Salvador.

Mas Sánchez Ceren - que é o nono filho de um carpinteiro e foi professor rural antes de aderir à guerrilha - e outros líderes da FMLN moderaram suas políticas desde os acordos de paz de 1992, quando a guerrilha virou partido político.

Se confirmada, a vitória de Sánchez Ceren dá um segundo mandato consecutivo à FMLN. O afável vice-presidente, de 69 anos, promete ampliar os programas sociais do atual presidente, Mauricio Funes, o que inclui a distribuição de um copo de leite por dia a crianças nas escolas, além de uniformes e materiais.

A FMLN diz que suas políticas sociais no governo Funes reduziram a pobreza de 40 para 29 por cento. Mas esses programas contribuíram com uma forte elevação na dívida nacional, e o crescimento econômico tem sido fraco.

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