Vítimas do terrorismo tentam impedir libertação de presos em Israel
A troca de presos acontecerá na terça-feira: 1.027 palestinos serão libertados em troca da devolução do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por milícias em 2006
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2011 às 11h19.
Jerusalém - Sobreviventes de ataques terroristas em Israel e familiares de vítimas vivem dias de medo pela iminente libertação de centenas de prisioneiros.
'Minha filha Malka, de 15 anos, foi assassinada no atentado contra o restaurante Sbarro em 2001, que foi planejado pela terrorista Ahlam Tamini. Minha mulher e eu estamos escrevendo cartas e fazendo tudo o possível há seis anos para que ela não seja libertada. Este momento é um pesadelo', declarou Arnold Roth à Agência Efe.
Ahlam Tamini foi condenada a prisão perpétua 16 vezes. Para Roth, ela 'tem um poder satânico. Tem muito carisma, é muito atraente, jovem e está cheia de ódio. Por tudo isso, tem muita influência. É uma terrorista abaixo de qualquer definição. Um monstro'.
Ele e sua esposa solicitaram uma entrevista com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e com o ministro de Justiça, Yakov Nimaan, para pedir que impeçam o que consideram um gravíssimo erro.
Na sexta-feira começou o calvário do casal após receberem um comunicado oficial informando da libertação de Ahlam Tamini, que será exilada na Jordânia.
'Os terroristas querem matar todos. Querem me matar, matar minha mulher e todos os que vivem nesta rua, e se deixarem eles farão', advertiu Roth.
A troca de presos acontecerá na terça-feira, 1.027 reclusos palestinos serão libertados em troca da devolução do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por milícias de Gaza em 2006.
A Associação Almagor de Vítimas do Terrorismo apresentou dois pedidos ao Supremo Tribunal para frear a execução do acordo.
A primeira ação, apresentada na sexta-feira, denunciava a desproporção da troca: mais de mil palestinos por apenas um soldado israelense.
Também pediram para ampliar o prazo de 48 horas que a lei estipula para contestar a libertação dos presos. Estes pedidos de contestação devem ser assinados um a um pelo presidente, Shimon Peres.
Getva Levi, porta-voz da Almagor, explicou à Efe que sua organização 'está contra a libertação de terroristas', porque considera 'que vão voltar a sua forma de vida, que é o terrorismo'.
'É um perigo imenso. Mais de 180 israelenses já foram assassinados por terroristas que foram libertados no passado. Por isso, fazemos oposição a este pacto e achamos que todo o mundo deve se opor. Vamos fazer tudo o que pudermos para impedi-lo', acrescentou.
Dezenas de afetados pela troca pretendiam ir ao Supremo Tribunal nesta segunda-feira para apresentar um novo documento de oposição, que impugnará os casos um por um.
'Muitas famílias de vítimas estarão ali e também nos acompanharão militares de alta categoria, que declararão considerar o acordo muito perigoso. Espero que a Justiça possa impedi-lo', afirmou Levi.
Mas a experiência diz que suas expectativas neste sentido serão poucas: em ocasiões anteriores nem os tribunais nem a Presidência do país se opuseram a estes acordos.
'Os quatro homens que mataram meu filho Yuval e outros 16 inocentes no massacre em um ônibus em Haifa (em 2003) vão voltar a seus pais e mães após só oito anos de prisão', afirmou indignado Yossi Mendelevich.
Na sua opinião 'um Estado democrático não deveria estabelecer qualquer relação com terroristas. É uma vergonha para o Governo ter se rendido perante os terroristas do Hamas, que querem eliminar todo o Estado de Israel, são como os nazistas'.
Além disso, Mendelevich ressaltou que 'as estatísticas mostram que 70% dos assassinos em série voltam a matar'. Para ele, os presos em liberdade são 'uma ameaça imediata para os cidadãos de Israel e para todos os que visitam o país, que poderiam se transformar em suas próximas vítimas'.
Este familiar de uma vítima do terrorismo afirma que 'preferiria que os assassinos fossem eliminados, que lhes dessem um tiro na cabeça, mas já que a lei não permite, deveriam pelo menos deixar os terroristas a vida inteira na prisão'. EFE
Jerusalém - Sobreviventes de ataques terroristas em Israel e familiares de vítimas vivem dias de medo pela iminente libertação de centenas de prisioneiros.
'Minha filha Malka, de 15 anos, foi assassinada no atentado contra o restaurante Sbarro em 2001, que foi planejado pela terrorista Ahlam Tamini. Minha mulher e eu estamos escrevendo cartas e fazendo tudo o possível há seis anos para que ela não seja libertada. Este momento é um pesadelo', declarou Arnold Roth à Agência Efe.
Ahlam Tamini foi condenada a prisão perpétua 16 vezes. Para Roth, ela 'tem um poder satânico. Tem muito carisma, é muito atraente, jovem e está cheia de ódio. Por tudo isso, tem muita influência. É uma terrorista abaixo de qualquer definição. Um monstro'.
Ele e sua esposa solicitaram uma entrevista com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e com o ministro de Justiça, Yakov Nimaan, para pedir que impeçam o que consideram um gravíssimo erro.
Na sexta-feira começou o calvário do casal após receberem um comunicado oficial informando da libertação de Ahlam Tamini, que será exilada na Jordânia.
'Os terroristas querem matar todos. Querem me matar, matar minha mulher e todos os que vivem nesta rua, e se deixarem eles farão', advertiu Roth.
A troca de presos acontecerá na terça-feira, 1.027 reclusos palestinos serão libertados em troca da devolução do soldado israelense Gilad Shalit, capturado por milícias de Gaza em 2006.
A Associação Almagor de Vítimas do Terrorismo apresentou dois pedidos ao Supremo Tribunal para frear a execução do acordo.
A primeira ação, apresentada na sexta-feira, denunciava a desproporção da troca: mais de mil palestinos por apenas um soldado israelense.
Também pediram para ampliar o prazo de 48 horas que a lei estipula para contestar a libertação dos presos. Estes pedidos de contestação devem ser assinados um a um pelo presidente, Shimon Peres.
Getva Levi, porta-voz da Almagor, explicou à Efe que sua organização 'está contra a libertação de terroristas', porque considera 'que vão voltar a sua forma de vida, que é o terrorismo'.
'É um perigo imenso. Mais de 180 israelenses já foram assassinados por terroristas que foram libertados no passado. Por isso, fazemos oposição a este pacto e achamos que todo o mundo deve se opor. Vamos fazer tudo o que pudermos para impedi-lo', acrescentou.
Dezenas de afetados pela troca pretendiam ir ao Supremo Tribunal nesta segunda-feira para apresentar um novo documento de oposição, que impugnará os casos um por um.
'Muitas famílias de vítimas estarão ali e também nos acompanharão militares de alta categoria, que declararão considerar o acordo muito perigoso. Espero que a Justiça possa impedi-lo', afirmou Levi.
Mas a experiência diz que suas expectativas neste sentido serão poucas: em ocasiões anteriores nem os tribunais nem a Presidência do país se opuseram a estes acordos.
'Os quatro homens que mataram meu filho Yuval e outros 16 inocentes no massacre em um ônibus em Haifa (em 2003) vão voltar a seus pais e mães após só oito anos de prisão', afirmou indignado Yossi Mendelevich.
Na sua opinião 'um Estado democrático não deveria estabelecer qualquer relação com terroristas. É uma vergonha para o Governo ter se rendido perante os terroristas do Hamas, que querem eliminar todo o Estado de Israel, são como os nazistas'.
Além disso, Mendelevich ressaltou que 'as estatísticas mostram que 70% dos assassinos em série voltam a matar'. Para ele, os presos em liberdade são 'uma ameaça imediata para os cidadãos de Israel e para todos os que visitam o país, que poderiam se transformar em suas próximas vítimas'.
Este familiar de uma vítima do terrorismo afirma que 'preferiria que os assassinos fossem eliminados, que lhes dessem um tiro na cabeça, mas já que a lei não permite, deveriam pelo menos deixar os terroristas a vida inteira na prisão'. EFE