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Visita de Obama a Israel evitará assentamentos

Presidente americano deverá se voltar para a histórica judaica em uma viagem carregada de simbolismos diplomáticos


	Casas no assentamento judaico de Efrat: Obama deverá evitar temas polêmicos, como os assentamentos na Cisjordânia
 (Ronen Zvulun/Reuters)

Casas no assentamento judaico de Efrat: Obama deverá evitar temas polêmicos, como os assentamentos na Cisjordânia (Ronen Zvulun/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2013 às 11h07.

Jerusalém - O presidente dos EUA, Barack Obama, irá se voltar para a história judaica e evitará os polêmicos assentamentos na Cisjordânia ao visitar Israel nesta semana, num itinerário seletivo e carregado de simbolismos diplomáticos.

A viagem, de quarta a sexta-feira, marca uma tentativa de reaproximação de Obama com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pressionado pelos EUA a refrear o ímpeto de atacar o Irã e a retomar a negociação de paz com os palestinos.

Alguns israelenses parecem ressentidos com a demora de Obama em visitar o país e com um discurso que ele proferiu em 2009 no Cairo, quando pareceu argumentar que a legitimidade do Estado judeu deriva do Holocausto, e não de uma ligação territorial bíblica.

Obama visitará em Jerusalém o túmulo de Theodor Herzl, visionário sionista que morreu mais de quatro décadas antes da fundação de Israel em 1948. Recuando ainda mais no tempo, ele verá antigos pergaminhos judaicos no principal museu de Israel.

Os chamados Manuscritos do Mar Morto foram descobertos na Cisjordânia -- território palestino hoje ocupado pelos israelenses, que veem essa terra como um direito bíblico. Os EUA defendem que a Cisjordânia seja parte de uma Palestina independente.

Michael Oren, embaixador de Israel nos EUA, disse que os pergaminhos foram "escritos há 2.000 anos por judeus, em hebraico, na sua pátria, a Terra de Israel".


Ao vê-los, Obama estará transmitindo ao mundo uma mensagem sobre as profundas raízes do Estado judeu no Oriente Médio.

"Este não é um país que caiu do céu após o Holocausto. É um país que é realmente arraigado na região, e é permanente e legítimo", disse Oren a uma TV de Israel.

Falando na semana passada ao mesmo canal, Obama reconheceu "o direito fundamental de Israel a ser protegido como pátria do povo judaico, e sua conexão com a terra".

Mas os EUA, como a maioria das potências mundiais, se opõem aos assentamentos judaicos na Cisjordânia, os quais Obama sugeriu que estariam motivando uma maior hostilidade dos palestinos contra Israel.

De helicóptero --evitando assim passar por escavadeiras, postos de controle e guarnições militares de Israel--, Obama irá a Belém, na Cisjordânia, e se reunirá com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Abbas disse na sexta-feira a uma TV russa que "o presidente Obama disse várias vezes ser contra os assentamentos", e que "Israel tem cometido erros a cada dia, e ninguém aponta o dedo para culpá-los".

Os deslocamentos de helicóptero limitaram a exposição de Obama à população palestina. Indignados com a falta de avanço no processo de independência, manifestantes palestinos destruíram fotos do presidente norte-americano durante protestos na segunda-feira.

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