Budistas clamam por não-violência: desde junho, quase 180 pessoas morreram no conflito (Jewel Samad/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2012 às 10h10.
Sittwe - Pelo menos 88 pessoas morreram em outubro na onda de violência entre entre budistas e muçulmanos no oeste de Mianmar, anunciaram as autoridades birmanesas.
Depois de várias semanas de calma no estado de Rakhine - declarado em estado de emergência desde os primeiros confrontos em junho -, a violência voltou a explodir em 21 de outubro entre budistas da etnia rakhine e muçulmanos da etnia rohingya.
Esta última minoria muçulmana apátrida é considerada pela ONU uma das mais perseguidas do planeta.
"Pelo menos 49 homens e 39 mulheres morreram", afirmou à AFP uma fonte governamental.
Desde junho, quase 180 pessoas morreram no conflito. Grupos de defesa dos direitos humanos temem que o balanço oficial esteja subestimado.
A nova onda de violência entre muçulmanos e budistas registrada no oeste de Mianmar provocou o deslocamento de mais de 26.000 pessoas, segundo a ONU, que está preocupada com a falta de recursos para poder ajudar as vítimas.
Durante o fim de semana, centenas de casas foram incendiadas em Pauktaw.
A opinião pública birmanesa manifesta de forma praticamente unânime uma grande hostilidade em relação aos rohingyas, uma comunidade de cerca de 800.000 pessoas no estado de Rakhine, que não é reconhecida como uma das minorias oficiais do país.