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Violência prossegue em Homs; Lavrov chega a Damasco

21 civis morreram nesta terça-feira nos bombardeios das forças do regime sírio pouco depois do ministro das Relações Exteriores russo desembarcar em Damasco

Imagem de vídeo disponibilizado no YouTube mostra o que seria um ataque no bairro de Baba Amro, em Homs, reduto da revolta contra Bashar al-Assad (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 10h15.

Damasco - Pelo menos 21 civis morreram nesta terça-feira nos bombardeios das forças do regime sírio contra a cidade de Homs, reduto da revolta contra Bashar al-Assad, e em outras cidades, pouco depois do ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, desembarcar em Damasco.

Nove civis, incluindo uma mulher, morreram nos "disparos, bombardeios e tentativa de invasão no bairro de Khaldiyeh", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Outras seis pessoas civis faleceram em atos similares no bairro de Baba Amr.

Um grupo de desertores matou quatro militares que tentavam atacar a Khaldiyeh, segundo o OSDH, organização que tem sede na Grã-Bretanha.

Além disso, cinco civis morreram em confrontos em Zabadani, perto da capital Damasco e da fronteira com o Líbano. Combates mataram um adolescente de 15 anos em Hula, na província de Homs.

Tiros eram ouvidos desde o início da manhã na cidade de Homs, um dia depois da morte de quase 100 civis na Síria , denunciou o OSDH.

No bairro de Baba Amro, rajadas de fuzis e metralhadoras, assim como disparos de morteiros aterrorizavam os moradores, segundo imagens fixas e o áudio transmitidos ao vivo por uma câmera instalada no teto de um edifício por manifestantes.

"Os bombardeios não pararam durante toda a noite. A cada cinco minutos ouvíamos quatro explosões", declarou à AFP Abu Rami, morador da cidade entrevistado por telefone a partir de Beirute.

"Os disparos se concentram nos bairros de Baba Amro, Inshaat e Jubar", completou.

Nesta terça-feira, o chanceler russo Serguei Lavrov e Mikhail Fradkov (diretor do serviço de inteligência externo russo) desembarcaram em Damasco para reuniões com o presidente Bashar al-Assad.


A Rússia é um aliado tradicional da Síria no Oriente Médio. Moscou vetou pela segunda vez, no sábado, uma resolução de condenação ao regime sírio no Conselho de Segurança da ONU.

Segundo o OSDH, que tem sede na Grã-Bretanha, 98 civis morreram na segunda-feira, 69 deles nos bombardeios em Homs e nas localidades de Rastan, Qusseir e Hula. Treze civis morreram na província de Idleb (noroeste), 15 na província de Damasco e um na província de Alepo (norte).

Apesar das denúncias da oposição, o ministério do Interior sírio se comprometeu nesta terça-feira a continuar com as "operações" contra os "grupos terroristas" na cidade de Homs.

"O ministério do Interior assegura que as operações de perseguição dos grupos terroristas continuarão até que a segurança e a ordem tenham sido restabelecidas em todos os bairros da cidade de Homs e sua província, e as pessoas armadas que aterrorizam os cidadãos e colocam em perigo sua vida sejam vencidas", afirma um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

Segundo o ministério do Interior, "durante as últimas semanas grupos terroristas armados cometeram assassinatos atrozes que custaram a vida de centenas de inocentes".

A agência afirmou que na segunda-feira foram registrados confrontos entre as forças de segurança e "grupos terroristas" em bairros de Homs que provocaram a morte de seis membros das forças de segurança e deixaram 11 feridos.

A esposa do presidente sírio, Asma al-Assad, cuja família é natural da cidade de Homs, manifestou apoio ao marido Bashar al-Assad pela primeira vez desde o princípio da rebelião contra o regime há 11 meses, informa o jornal britânico The Times.

"O presidente é o presidente da Síria, não de uma facção de sírios, e a primeira-dama o apoia neste papel", afirma em um e-mail enviado de seu gabinete por um intermediário ao Times.

A mensagem é a primeira declaração de Asma al-Assad à imprensa internacional desde o início dos protestos contra o regime, afirma o jornal.


"A agenda extremamente carregada da primeira-dama segue consagrada principalmente às associações de caridade com as quais está comprometida há muito tempo, ao desenvolvimento rural e ao respaldo ao presidente", afirma a mensagem eletrônica.

"Nestes dias, também atua para estimular o diálogo. Escuta e reconforta as famílias vítimas da violência".

O texto foi divulgado depois dos ataques do Exército sírio aos insurgentes na segunda-feira, especialmente na cidade de Homs, que mataram 98 pessoas, segundo a oposição.

Ao contrário do marido, que pertence à minoria alauita, Asma al-Assad, 36 anos, nascida na Inglaterra, é muçulmana sunita e sua família é procedente de Homs.

Muito carismática, ex-assessora de investimentos, formada no King's College de Londres, ajudou a promover o regime do marido.

Ela virtualmente desapareceu da vida pública desde o início da revolta e foi criticada pelo silêncio sobre a crise que matou mais de 5.000 pessoas.

Reapareceu no mês passado ao lado dos dois filhos durante uma manifestação de apoio ao marido.

Por fim, a França chamou para consultas seu embaixador na Síria, Eric Chevallier, anunciou nesta terça-feira o ministério francês das Relações Exteriores, uma decisão que segue medidas similares tomadas por vários países europeus em função das violências no país.

Mais cedo, a Itália também chamou seu embaixador na Síria, mas a embaixada italiana na capital síria permanecerá "aberta e operacional para garantir a assistência aos cidadãos no país e para acompanhar com o maior cuidado os desenvolvimentos da crise muito grave que ocorre no país", explica o comunicado.

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Nove civis, incluindo uma mulher, morreram nos "disparos, bombardeios e tentativa de invasão no bairro de Khaldiyeh", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Outras seis pessoas civis faleceram em atos similares no bairro de Baba Amr.

Um grupo de desertores matou quatro militares que tentavam atacar a Khaldiyeh, segundo o OSDH, organização que tem sede na Grã-Bretanha.

Além disso, cinco civis morreram em confrontos em Zabadani, perto da capital Damasco e da fronteira com o Líbano. Combates mataram um adolescente de 15 anos em Hula, na província de Homs.

Tiros eram ouvidos desde o início da manhã na cidade de Homs, um dia depois da morte de quase 100 civis na Síria , denunciou o OSDH.

No bairro de Baba Amro, rajadas de fuzis e metralhadoras, assim como disparos de morteiros aterrorizavam os moradores, segundo imagens fixas e o áudio transmitidos ao vivo por uma câmera instalada no teto de um edifício por manifestantes.

"Os bombardeios não pararam durante toda a noite. A cada cinco minutos ouvíamos quatro explosões", declarou à AFP Abu Rami, morador da cidade entrevistado por telefone a partir de Beirute.

"Os disparos se concentram nos bairros de Baba Amro, Inshaat e Jubar", completou.

Nesta terça-feira, o chanceler russo Serguei Lavrov e Mikhail Fradkov (diretor do serviço de inteligência externo russo) desembarcaram em Damasco para reuniões com o presidente Bashar al-Assad.


A Rússia é um aliado tradicional da Síria no Oriente Médio. Moscou vetou pela segunda vez, no sábado, uma resolução de condenação ao regime sírio no Conselho de Segurança da ONU.

Segundo o OSDH, que tem sede na Grã-Bretanha, 98 civis morreram na segunda-feira, 69 deles nos bombardeios em Homs e nas localidades de Rastan, Qusseir e Hula. Treze civis morreram na província de Idleb (noroeste), 15 na província de Damasco e um na província de Alepo (norte).

Apesar das denúncias da oposição, o ministério do Interior sírio se comprometeu nesta terça-feira a continuar com as "operações" contra os "grupos terroristas" na cidade de Homs.

"O ministério do Interior assegura que as operações de perseguição dos grupos terroristas continuarão até que a segurança e a ordem tenham sido restabelecidas em todos os bairros da cidade de Homs e sua província, e as pessoas armadas que aterrorizam os cidadãos e colocam em perigo sua vida sejam vencidas", afirma um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.

Segundo o ministério do Interior, "durante as últimas semanas grupos terroristas armados cometeram assassinatos atrozes que custaram a vida de centenas de inocentes".

A agência afirmou que na segunda-feira foram registrados confrontos entre as forças de segurança e "grupos terroristas" em bairros de Homs que provocaram a morte de seis membros das forças de segurança e deixaram 11 feridos.

A esposa do presidente sírio, Asma al-Assad, cuja família é natural da cidade de Homs, manifestou apoio ao marido Bashar al-Assad pela primeira vez desde o princípio da rebelião contra o regime há 11 meses, informa o jornal britânico The Times.

"O presidente é o presidente da Síria, não de uma facção de sírios, e a primeira-dama o apoia neste papel", afirma em um e-mail enviado de seu gabinete por um intermediário ao Times.

A mensagem é a primeira declaração de Asma al-Assad à imprensa internacional desde o início dos protestos contra o regime, afirma o jornal.


"A agenda extremamente carregada da primeira-dama segue consagrada principalmente às associações de caridade com as quais está comprometida há muito tempo, ao desenvolvimento rural e ao respaldo ao presidente", afirma a mensagem eletrônica.

"Nestes dias, também atua para estimular o diálogo. Escuta e reconforta as famílias vítimas da violência".

O texto foi divulgado depois dos ataques do Exército sírio aos insurgentes na segunda-feira, especialmente na cidade de Homs, que mataram 98 pessoas, segundo a oposição.

Ao contrário do marido, que pertence à minoria alauita, Asma al-Assad, 36 anos, nascida na Inglaterra, é muçulmana sunita e sua família é procedente de Homs.

Muito carismática, ex-assessora de investimentos, formada no King's College de Londres, ajudou a promover o regime do marido.

Ela virtualmente desapareceu da vida pública desde o início da revolta e foi criticada pelo silêncio sobre a crise que matou mais de 5.000 pessoas.

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Mais cedo, a Itália também chamou seu embaixador na Síria, mas a embaixada italiana na capital síria permanecerá "aberta e operacional para garantir a assistência aos cidadãos no país e para acompanhar com o maior cuidado os desenvolvimentos da crise muito grave que ocorre no país", explica o comunicado.

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