Violência no Egito incomoda Vaticano
O patriarca da pequena comunidade católica copta do Egito, manifestou seu apoio "forte e livre" à polícia e às forças armadas de seu país por "proteger" o Egito
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2013 às 17h46.
A onda de violência que abala o Egito colocou o Papa Francisco e o Vaticano em uma situação constrangedora, já que, embora a hierarquia peça constantemente o diálogo e a reconciliação, no país árabe os cristãos coptas não escondem seu apoio à repressão.
A grave situação no Egito está se transformando em uma pedra no sapato para o Papa, devido à ameaça representada pelo crescente extremismo muçulmano nesta região.
O patriarca da pequena comunidade católica copta do Egito, Ibrahim Isaac Sidrak, manifestou na segunda-feira o seu apoio "forte, consciente e livre" à polícia e às forças armadas de seu país "por seus esforços para proteger o Egito", enquanto o Vaticano denunciou a repressão do governo.
Os coptas, que representam entre 6% e 10% da população egípcia, participaram ativamente do movimento popular que causou a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi pelo Exército.
O clero copta também apoiou a destituição de Mursi.
"Não se trata de um conflito político entre diferentes setores, mas da luta dos egípcios contra o terrorismo", disse o patriarca de Alexandria.
A chegada em março de Francisco ao trono de Pedro foi bem recebida pelos muçulmanos e eliminou a tensão que reinava com Bento XVI.
Desde então, o Papa tem pedido respeito mútuo entre cristãos e muçulmanos, promovendo a reconciliação, e chegando a implorar que o Egito rejeitasse qualquer tipo de violência em nome da religião.
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, resumiu na segunda-feira a posição da Santa Sé.
"O renascimento do Egito deve acontecer a partir do respeito recíproco de todas as religiões. Não se pode fazer uso da força, da violência, do terrorismo ou do poder militar para resolver questões relativas à fé", disse ele.
Não deixa de surpreender que a declaração combine na mesma frase as palavras "terrorismo islâmico" e "poder militar", embora os cristãos egípcios considerem os militares como seus protetores.
A igreja católica copta é alvo de ataques da Irmandade Muçulmana, e seus fiéis acusam os partidários de Mursi da destruição de cerca de 58 igrejas e instituições cristãs.
O padre Rafic Greiche, porta-voz do episcopado católico egípcio, espera que o Vaticano estabeleça um diálogo entre os Estados Unidos e a Europa para esclarecer que o Egito está conduzindo uma guerra contra o terrorismo.
Em declarações à agência I-Media, o padre pediu que as Nações Unidas e o Conselho Europeu evitem tomar medidas contra o novo governo.
"Como cristãos, nós preferimos que o Ocidente não intervenha. Para a Irmandade Muçulmana, uma intervenção estrangeira justificaria a volta de Mursi", comentou.
Para a Santa Sé, é importante manter a sua presença no país, depois do êxodo de católicos registrado no Iraque e na Síria.
Há 250.000 coptas católicos no Egito, enquanto os coptas ortodoxos são entre 6 e 7 milhões.
A onda de violência que abala o Egito colocou o Papa Francisco e o Vaticano em uma situação constrangedora, já que, embora a hierarquia peça constantemente o diálogo e a reconciliação, no país árabe os cristãos coptas não escondem seu apoio à repressão.
A grave situação no Egito está se transformando em uma pedra no sapato para o Papa, devido à ameaça representada pelo crescente extremismo muçulmano nesta região.
O patriarca da pequena comunidade católica copta do Egito, Ibrahim Isaac Sidrak, manifestou na segunda-feira o seu apoio "forte, consciente e livre" à polícia e às forças armadas de seu país "por seus esforços para proteger o Egito", enquanto o Vaticano denunciou a repressão do governo.
Os coptas, que representam entre 6% e 10% da população egípcia, participaram ativamente do movimento popular que causou a derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi pelo Exército.
O clero copta também apoiou a destituição de Mursi.
"Não se trata de um conflito político entre diferentes setores, mas da luta dos egípcios contra o terrorismo", disse o patriarca de Alexandria.
A chegada em março de Francisco ao trono de Pedro foi bem recebida pelos muçulmanos e eliminou a tensão que reinava com Bento XVI.
Desde então, o Papa tem pedido respeito mútuo entre cristãos e muçulmanos, promovendo a reconciliação, e chegando a implorar que o Egito rejeitasse qualquer tipo de violência em nome da religião.
O cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, resumiu na segunda-feira a posição da Santa Sé.
"O renascimento do Egito deve acontecer a partir do respeito recíproco de todas as religiões. Não se pode fazer uso da força, da violência, do terrorismo ou do poder militar para resolver questões relativas à fé", disse ele.
Não deixa de surpreender que a declaração combine na mesma frase as palavras "terrorismo islâmico" e "poder militar", embora os cristãos egípcios considerem os militares como seus protetores.
A igreja católica copta é alvo de ataques da Irmandade Muçulmana, e seus fiéis acusam os partidários de Mursi da destruição de cerca de 58 igrejas e instituições cristãs.
O padre Rafic Greiche, porta-voz do episcopado católico egípcio, espera que o Vaticano estabeleça um diálogo entre os Estados Unidos e a Europa para esclarecer que o Egito está conduzindo uma guerra contra o terrorismo.
Em declarações à agência I-Media, o padre pediu que as Nações Unidas e o Conselho Europeu evitem tomar medidas contra o novo governo.
"Como cristãos, nós preferimos que o Ocidente não intervenha. Para a Irmandade Muçulmana, uma intervenção estrangeira justificaria a volta de Mursi", comentou.
Para a Santa Sé, é importante manter a sua presença no país, depois do êxodo de católicos registrado no Iraque e na Síria.
Há 250.000 coptas católicos no Egito, enquanto os coptas ortodoxos são entre 6 e 7 milhões.