Exame Logo

Violência no centro da Nigéria deixa 39 mortos

De acordo com testemunhas, o número de vítimas pode ser ainda maior

Tropa antiterrorismo da Nigéria inspeciona prédio das Nações Unidas (Pius Utomi Ekpei/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2013 às 14h47.

Ao menos 39 pessoas morreram e 30 ficaram feridas em violentos confrontos entre cristãos e muçulmanos no centro da Nigéria , um país atingido regularmente por conflitos religiosos.

Os confrontos ocorreram na sexta-feira na localidade de Wukari, localizada a 200 km de Jalingo, capital do estado de Taraba. Os participantes do cortejo fúnebre de um líder da etnia Jukun, de maioria cristã, atravessaram um bairro muçulmano aos gritos, em um ato considerado ofensivo pelos moradores locais, explicaram testemunhas.

"Até o momento, registramos 39 mortos e 30 pessoas gravemente feridas", declarou à AFP um porta-voz da polícia, Joseph Kwaji.

De acordo com testemunhas, o número de vítimas pode ser ainda maior.

"Trinta e duas casas foram destruídas em meio à violência", acrescentou o porta-voz, que indicou ter decretado toque de recolher.

Segundo ele, 40 suspeitos foram detidos.

Foram enviadas para a cidade tropas do Exército, segundo o chefe de informação do estado de Taraba, Emmanuel Bello. O objetivo é "garantir que a situação (de segurança), que foi controlada, seja reforçada".

Este novo episódio de violência ocorre duas semanas depois de um massacre em Baga, no noroeste do país, quando o Exército entrou em confronto com supostos membros do movimento radical islamita Boko Haram, muito ativo no norte e centro do país.

A tensão entre as duas comunidades assola Wukari, de maioria cristã, desde fevereiro. A violência teve início após uma disputa envolvendo a utilização de um campo de futebol por equipes das duas comunidades.


Os confrontos de sexta-feira começaram após o anúncio feito pelo governo do estado da criação de uma comissão para investigar o conflito de fevereiro.

Muitos sequestros também são cometidos no contexto da violência religiosa. Um ex-ministro do Petróleo da Nigéria, Ali Shettima Monguno, de 87 anos, foi sequestrado na sexta-feira por homens armados em frente a uma mesquita na cidade de Maiduguri, de acordo com sua família.

Maiduguri, localizada no nordeste da Nigéria, é o reduto histórico do Boko Haram.

Neste contexto de violência crescente, a organização de defesa dos direitos Humanos Human Rights Watch (HRW) pediu a abertura de uma investigação por parte do Tribunal Penal Internacional sobre o massacre de Baga.

A HRW divulgou imagens de satélite da destruição em massa na região, suspeitando da intenção do Exército nigeriano de tentar mascarar a extensão dos abusos que cometeu.

A ONG, que acusa o Exército nigeriano de crimes contra a Humanidade em sua repressão contra a insurgência lançada em 2009 pelo Boko Haram, declarou que "os eventos de Baga devem ser adicionados ao inquérito preliminar do procurador" do Tribunal Penal Internacional lançado em 2010.

O Exército nigeriano reconheceu a morte de 37 pessoas, enquanto a Cruz Vermelha indicou um registro de 187 mortos e um senador da região indicou que 228 pessoas perderam suas vidas.

O Exército nega as acusações da HRW.

A organização estima em 3.600 o número de pessoas mortas pelo Boko Haram e pelas forças de segurança desde 2009.

Veja também

Ao menos 39 pessoas morreram e 30 ficaram feridas em violentos confrontos entre cristãos e muçulmanos no centro da Nigéria , um país atingido regularmente por conflitos religiosos.

Os confrontos ocorreram na sexta-feira na localidade de Wukari, localizada a 200 km de Jalingo, capital do estado de Taraba. Os participantes do cortejo fúnebre de um líder da etnia Jukun, de maioria cristã, atravessaram um bairro muçulmano aos gritos, em um ato considerado ofensivo pelos moradores locais, explicaram testemunhas.

"Até o momento, registramos 39 mortos e 30 pessoas gravemente feridas", declarou à AFP um porta-voz da polícia, Joseph Kwaji.

De acordo com testemunhas, o número de vítimas pode ser ainda maior.

"Trinta e duas casas foram destruídas em meio à violência", acrescentou o porta-voz, que indicou ter decretado toque de recolher.

Segundo ele, 40 suspeitos foram detidos.

Foram enviadas para a cidade tropas do Exército, segundo o chefe de informação do estado de Taraba, Emmanuel Bello. O objetivo é "garantir que a situação (de segurança), que foi controlada, seja reforçada".

Este novo episódio de violência ocorre duas semanas depois de um massacre em Baga, no noroeste do país, quando o Exército entrou em confronto com supostos membros do movimento radical islamita Boko Haram, muito ativo no norte e centro do país.

A tensão entre as duas comunidades assola Wukari, de maioria cristã, desde fevereiro. A violência teve início após uma disputa envolvendo a utilização de um campo de futebol por equipes das duas comunidades.


Os confrontos de sexta-feira começaram após o anúncio feito pelo governo do estado da criação de uma comissão para investigar o conflito de fevereiro.

Muitos sequestros também são cometidos no contexto da violência religiosa. Um ex-ministro do Petróleo da Nigéria, Ali Shettima Monguno, de 87 anos, foi sequestrado na sexta-feira por homens armados em frente a uma mesquita na cidade de Maiduguri, de acordo com sua família.

Maiduguri, localizada no nordeste da Nigéria, é o reduto histórico do Boko Haram.

Neste contexto de violência crescente, a organização de defesa dos direitos Humanos Human Rights Watch (HRW) pediu a abertura de uma investigação por parte do Tribunal Penal Internacional sobre o massacre de Baga.

A HRW divulgou imagens de satélite da destruição em massa na região, suspeitando da intenção do Exército nigeriano de tentar mascarar a extensão dos abusos que cometeu.

A ONG, que acusa o Exército nigeriano de crimes contra a Humanidade em sua repressão contra a insurgência lançada em 2009 pelo Boko Haram, declarou que "os eventos de Baga devem ser adicionados ao inquérito preliminar do procurador" do Tribunal Penal Internacional lançado em 2010.

O Exército nigeriano reconheceu a morte de 37 pessoas, enquanto a Cruz Vermelha indicou um registro de 187 mortos e um senador da região indicou que 228 pessoas perderam suas vidas.

O Exército nega as acusações da HRW.

A organização estima em 3.600 o número de pessoas mortas pelo Boko Haram e pelas forças de segurança desde 2009.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaIrmandade MuçulmanaMortesNigéria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame