Violência na Colômbia força deslocamento de mais de 800 pessoas
Segundo a ONU, violência foi desencadeada pela disputa por áreas de tráfico de drogas, expulsando agricultores e indígenas do município rural de Cáceres
Reuters
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 14h44.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 14h45.
Bogotá - A violência desencadeada pela disputa de grupos criminosos por áreas de tráfico de drogas forçou mais de 800 pessoas a se deslocarem no noroeste da Colômbia , afirmou a Organização das Nações Unidas ( ONU ).
Áreas antes controladas por guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ), que foram desmobilizadas no ano passado após um acordo de paz, se tornaram pontos de conflito entre grupos criminosos e o grupo rebelde Exército de Libertação Nacional (ELN).
Recentemente, agricultores mais pobres e indígenas fugiram do município rural de Cáceres, na província de Antioquia.
"Expressamos nossa preocupação sobre a persistência do deslocamento forçado de populações indígenas e de comunidades agrícolas nas áreas rurais de Cáceres, que do dia 19 de janeiro até hoje afetou ao menos 822 pessoas", disseram a Comissão de Direitos Humanos da ONU e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) em comunicado, no domingo.
As agências da ONU também expressaram preocupação sobre o aumento no número de assassinatos na área de Bajo Cauca, sem fornecer números.
A violência tem continuado em algumas áreas da Colômbia apesar do acordo de paz alcançado em 2016 entre o governo e as Farc, encerrando um conflito que já durava cinco décadas. Agora, as Farc são um partido político.
Os grupos concorrentes estão disputando o controle da lucrativa e ilegal mineração e do cultivo da coca, ingrediente base da cocaína, além de rotas de tráfico que enviam drogas aos consumidores, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.