Soldados sul-sudaneses: o balanço oficial de mortos em todo o país se manteve em 500 durante dias, mas teme-se que as cifras reais sejam muito maiores (Paula Bronstein/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 16h35.
São Paulo - Milhares de sul-sudaneses morreram nos atos de violência das últimas semanas, informou nesta terça-feira o líder da missão humanitária da ONU no país, dando um indício claro do alcance do conflito que abala a jovem nação.
"Não tenho nenhuma dúvida de que são milhares" de mortos, disse Toby Lanzer a jornalistas.
O balanço oficial de mortos em todo o país se manteve em 500 durante dias, mas teme-se que as cifras reais sejam muito maiores, segundo trabalhadores humanitários.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, anunciou nesta terça-feira a descoberta de uma fossa comum na cidade de Bentiu, tomada pelos rebeldes, e disse que "haveria outras duas em Juba", a capital.
Esta descoberta chega após mais de uma semana de combates entre facções do exército leais ao presidente, Salva Kiir, e seu rival, Riek Machar, ex-vice-presidente destituído em julho.
O exército do Sudão do Sul tomou nesta terça-feica a cidade de Bor, que estava nas mãos dos partidários de Machar, que ainda controlam Bentiu, capital do estado petroleiro de Unidad.
Segundo Lanzer, a situação em Bentiu é "tensa". Há "muitos homens armados e quase não há civis nas ruas", disse. "Agora há mais de 7.000 civiles na base da ONU, que teve que ampliar seu perímetro", acrescentou.
Os combates se estenderam à metade dos 100 estados que formam esta nação e de onde fugiram centenas de milhares de pessoas, o que faz temer por uma catastrófica situação humanitária para breve.