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Vice-presidente do Paraguai anuncia renúncia por sanção dos EUA

A decisão de se retirar é para evitar afetar o entorno do presidente da República (Mario Abdo Benítez) ou do Partido Colorado", disse Velázquez à rádio 1080 AM

Hugo Velázquez chegando à Base Aerea paraguaia (AFP/Getty Images)
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AFP

Publicado em 12 de agosto de 2022 às 13h45.

Última atualização em 12 de agosto de 2022 às 13h45.

O vice-presidente do Paraguai, Hugo Velázquez, anunciou nesta sexta-feira (12) que renunciou ao seu cargo e também de suas aspirações de ser candidato à presidência no próximo ano pelo governista Partido Colorado, depois que os Estados Unidos o sancionaram por "corrupção significativa".

"A decisão de se retirar é para evitar afetar o entorno do presidente da República (Mario Abdo Benítez) ou do Partido Colorado", disse Velázquez à rádio 1080 AM.

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"Vou me aposentar da política. Foi a última etapa da minha carreira. Se não aconteceu, o que vamos fazer? São desígnios de Deus", disse.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos sancionou Velázquez, 54 anos, nesta sexta-feira "por sua participação em atos significativos de corrupção, incluindo suborno de um funcionário público e interferência em processos públicos", disse o secretário de Estado Antony Blinken em comunicado.

Seu colaborador próximo e assessor jurídico da usina hidrelétrica Entidad Binacional Yacyretá, Juan Carlos Duarte, e vários de seus parentes também foram punidos. "Falo com tranquilidade que o meu comportamento me dá, porque não fiz o que me acusam. Falo com a consciência tranquila", disse o político.

"No caso que me envolve há uma brecha. É muito volátil", acrescentou.

Até agora, Velázquez era o candidato à presidência dentro do movimento Força Republicana do Partido Colorado, que apoia Abdo Benítez, para as primárias marcadas para 18 de dezembro deste ano.

As eleições para a presidência do Paraguai serão realizadas em 30 de abril de 2023. O outro candidato do Partido Colorado é, até agora, Santiago Peña, pupilo político do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018).

O ex-presidente, um rico empresário de tabaco, também foi sancionado pelos Estados Unidos há algumas semanas por "corrupção significativa". De acordo com Washington, Cartes obstruiu "uma importante investigação internacional sobre crimes transnacionais".

Corrupção em Yacyretá

O caso pelo qual Washington sanciona Velázquez está relacionado à usina hidrelétrica de Yacyretá, obra binacional no rio Paraná, na fronteira do Paraguai com a Argentina.

Duarte "ofereceu propina a um funcionário público paraguaio para obstruir uma investigação que ameaçava o vice-presidente e seus interesses financeiros", explicou Washington.

Segundo a Casa Branca, Duarte "abusou e explorou de sua posição pública poderosa e privilegiada dentro da Entidade Binacional Yacyretá, colocando em risco a confiança pública em um dos ativos econômicos mais vitais do Paraguai".

Blinken estima que esses atos corruptos contribuem para a perda de confiança no governo e afetam "a percepção pública de corrupção e impunidade" no gabinete do vice-presidente.

Velázquez e seu colaborador foram punidos pela seção 7031(c), ou seja, não terão direito a visto de entrada nos Estados Unidos.

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