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Venezuelanos votam amanhã para escolher novo presidente

Mais de 19 milhões de venezuelanos votam amanhã para decidir entre reeleição de Hugo Chávez ou para eleger o jovem da oposição Henrique Capriles Radonski

Amanhã, 19 milhões de venezuelanos escolhem o novo presidente do país entre Hugo Chávez e o jovem Henrique Capriles (Reuters/Marco Bello/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2012 às 12h17.

Quase 19 milhões de venezuelanos estão convocados às urnas neste domingo para decidir entre a reeleição do presidente Hugo Chávez para o período 2013-2019 e uma mudança de rumo com o jovem candidato opositor Henrique Capriles Radonski.

Com mais de 99% das mesas de votação instaladas na sexta-feira e sem grandes incidentes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que tudo está pronto para que os venezuelanos exerçam seu direito nos 13.800 centros em toda a Venezuela .

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Chávez, de 58 anos e desde 1999 no poder, chega às eleições na liderança da maioria das pesquisas, embora Capriles, de 40 anos e ex-governador do populoso estado de Miranda (norte), tenha diminuído a distância que o separa do presidente, de acordo com pesquisas divulgadas até o fim da semana passado, quando suas veiculações passaram a ser proibidas, de acordo com a legislação.

Os centros de votação ficarão abertos das 06h00 locais (07h30 de Brasília) às 18h00 locais (19h30 de Brasília).

Tanto o CNE quanto os comandos de campanha dos próprios candidatos convocaram os eleitores a votar cedo para não atrasar os resultados.

"Que não fiquemos esperando até a meia-noite (para conhecer o resultado eleitoral)", pediu Chávez na quinta-feira, ao solicitar aos seus seguidores que votem cedo no domingo para "consolidar o triunfo logo".

O presidente, à frente do país com as maiores reservas de petróleo mundiais que servem para financiar programas sociais para as classes populares, prometeu em caso de vitória aprofundar sua "revolução socialista".

Capriles, por sua vez, oferece um modelo baseado no brasileiro, que concilie os setores público e privado, e quer acabar com a forma personalista de governar de Chávez, que concentra um grande poder em suas mãos e exerce um controle absoluto sobre os meios de comunicação estatais.


A campanha eleitoral terminou na quinta-feira à meia-noite e, desde então, está proibido fazer propaganda por uma ou outra opção, embora ainda seja possível promover a participação da população.

Assim, Capriles motivou via Twitter os eleitores na sexta-feira, ao escrever: "Seu voto é seu, é secreto e ninguém pode tirar isso. Vote por você mesmo, eu também votarei por você!", disse, para aplacar qualquer temor sobre a possibilidade de que o processo informatizado de votação permita violar o voto secreto.

Os venezuelanos votarão com um sistema 100% informatizado, no qual elegerão seu candidato em uma urna eletrônica e confirmarão sua opção em um computador, que imediatamente emitirá um comprovante físico que será guardado em uma urna para sua posterior auditoria.

Os resultados, no entanto, não serão divulgados pelo CNE até que a "tendência seja irreversível" e esteja claro quem é o ganhador.

Especialistas do Centro Carter, que monitora o processo eleitoral venezuelano, descartou que possa ocorrer fraude e indicou em um relatório emitido na sexta-feira que "o software das máquinas de votação garante o voto secreto".

Já Carlos Alvarez, chefe da missão de monitoramento eleitoral da Unasul, que estreia nesta tarefa, assegurou na quinta-feira à AFP que está garantida a "transparência" das eleições de domingo.


Alvarez é chefe de uma missão de 39 técnicos de países membros da Unasul, como Argentina, Bolívia e Peru, que se somam a outros 200 técnicos internacionais, embora sua função se limite a fazer recomendações gerais sobre o processo. Mais de 3.000 observadores nacionais também presenciarão as votações.

Além de Capriles e Chávez, os únicos com chances reais de vencer as eleições, há outros quatro candidatos presidenciais inscritos: os sindicalistas Orlando Chirinos e Reina Sequera, o engenheiro Luis Reyes e a padeira María Bolívar.

Cerca de 139 mil militares serão os responsáveis por garantir a segurança durante as eleições, ao mesmo tempo em que cumprirão trabalhos logísticos, como a proteção dos comprovantes de votação uma vez que as mesas forem fechadas.

Além disso, o porte de armas foi suspenso de sexta-feira à tarde até segunda-feira - salvo para os funcionários em serviço -, assim como a venda de bebidas alcoólicas, enquanto a polícia foi aquartelada e permanece sob as ordens do exército.

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