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Venezuela vigia fronteira para deter contrabando de dinheiro

Maduro ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia durante 72 horas afirmando que seu governo detectou "máfias"

Bolívares: as operações na fronteira já apreenderam 104 bilhões de bolívares (Meridith Kohut/Bloomberg/Bloomberg)

Bolívares: as operações na fronteira já apreenderam 104 bilhões de bolívares (Meridith Kohut/Bloomberg/Bloomberg)

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AFP

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 09h30.

Autoridades da Venezuela vigiavam severamente nesta terça-feira a fronteira com a Colômbia, após uma ordem do presidente Nicolás Maduro de fechá-la para impedir que grupos criminosos tragam de volta ao país notas de 100 bolívares, que o governo retirou de circulação.

"Não vamos permitir que as máfias entrem com notas de 100 bolívares na Venezuela", declarou no Twitter José Vielma Mora, governador chavista do estado de Táchira, ao divulgar imagens de pilhas de dinheiro apreendido.

Na véspera, Maduro ordenou o fechamento da fronteira com a Colômbia durante 72 horas afirmando que seu governo detectou "máfias" tratando de reingressar grandes volumes de notas de 100 bolívares.

Segundo o governo, as operações na fronteira já detiveram 117 pessoas e apreenderam 104 bilhões de bolívares (cerca de 155 milhões de dólares).

No domingo, Maduro firmou um decreto de emergência econômica determinando a retirada de circulação da cédula de maior valor (100 bolívares) em até 72 horas, visando acabar com as "máfias" que armazenam milhões dessas notas na Colômbia.

Nesta terça-feira, o Banco Central da Venezuela (BCV) ampliou o prazo para a troca de notas de 100 bolívares para dez dias, a partir da próxima sexta-feira, em todos os bancos do país.

A questão da fronteira envolve contrabandistas colombianos que aproveitam o câmbio vantajoso para comprar produtos subsidiados no lado venezuelano para revender na Colômbia.

Em meio à grave crise econômica e aos altos índices de inflação, a retirada das notas de 100 surge antes que comecem a circular no país novas cédulas e moedas com um valor que multiplica em até 200 o bilhete mais alto hoje.

O governo espera que isso aconteça paulatinamente a partir de quinta-feira, com novas moedas de 50 e de 100 e notas de 500 bolívares, para que, mais adiante, continuem chegando ao país as de 1.000, 2.000, 5.000, 10.000 e 20.000.

O fechamento da fronteira também afetou os venezuelanos que tentam comprar alimentos e medicamentos no lado colombiano, diante do severo desabastecimento que afeta a Venezuela.

O governo colombiano pediu nesta terça-feira que "se respeitem os direitos dos comerciantes legalizados nos municípios e departamentos fronteiriços".

Segundo a chancelaria colombiana, a medida unilateral de Caracas "afeta pessoas que, de boa fé, comercializam legalmente produtos de primeira necessidade em bolívares" e agora estão com notas que perderam seu valor.

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