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Venezuela restabelece gradualmente energia após outro apagão

O corte impactou os serviços de transporte, abastecimento de água potável e comunicações telefônicas e uma dúzia de hospitais estava sem energia

Venezuela: Novo apagão afetou a capital e os 23 estados do país na tarde de segunda-feira (22). (Alexander MARTINEZ / Esteban ROJAS/AFP)

Venezuela: Novo apagão afetou a capital e os 23 estados do país na tarde de segunda-feira (22). (Alexander MARTINEZ / Esteban ROJAS/AFP)

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AFP

Publicado em 23 de julho de 2019 às 12h15.

O fornecimento de eletricidade foi restaurado em toda capital Caracas e em várias regiões da Venezuela, após um novo apagão que deixou quase todo o país no escuro, anunciaram as autoridades, que atribuíram a queda de energia um "ataque eletromagnético".

"Energia 100% recuperada em Caracas e restabelecimento parcial do sistema nos estados de Mérida, Trujillo, Barinas, Aragua. Estamos avançando para a total restauração do serviço", disse a estatal Corpoelec no Twitter.

Segundo o Observatório de Serviços Públicos, o apagão, que ocorreu às 16h41 de segunda-feira (17h41 no horário de Brasília), afetou os 23 estados do país, além da capital de seis milhões de habitantes.

O corte impactou os serviços de transporte, abastecimento de água potável e comunicações telefônicas. Um relatório citado pelo Observatório indicava que uma dúzia de hospitais estava sem energia.

O governo atribuiu o incidente a "um ataque de natureza eletromagnética contra o sistema de geração hidrelétrica de Guayana" (sul), onde está localizada a usina hidrelétrica de Guri, que abastece 80% da Venezuela.

O relatório lido pelo ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, reconheceu a magnitude do apagão como "um evento nacional".

O presidente socialista, Nicolás Maduro, denunciou um "novo ataque criminoso".

"Sinto indignação. As correções necessárias não foram feitas e é mais do mesmo", disse Eurimar Güere, moradora de 36 anos de Caracas.

"Fracasso evidente"

A capital ficou no escuro ao anoitecer, mas à meia-noite o serviço começou a ser restaurado.

O governo ordenou a suspensão das atividades trabalhistas e educacionais para esta terça-feira.

No início de março, um enorme apagão paralisou o país por uma semana, levando a problemas no abastecimento de água e telecomunicações. O atendimento hospitalar também foi afetado por esse incidente e outro ocorrido dias depois.

Outro apagão que deixou grande parte do território no escuro ocorreu em abril.

"Tentaram esconder a tragédia com racionamentos por todo o país, mas o fracasso é evidente: destruíram o sistema elétrico e não há respostas", afirmou no Twitter o líder opositor Juan Guaidó.

Há exatos seis meses o chefe do Parlamento de maioria opositora se declarou presidente interino, sendo reconhecido por cinquenta países liderados pelos Estados Unidos.

Guaidó convocou um novo protesto nesta terça durante uma sessão parlamentar de rua na capital.

Os apagões são comuns na Venezuela. O governo geralmente os atribui a atos de sabotagem e denuncia que as sanções americana impedem a compra de peças de reposição.

A oposição e os especialistas culpam a falta de investimentos, incapacidade e corrupção em meio a uma grave crise econômica.

Na segunda-feira, após denúncias da Venezuela de uma incursão de um avião da inteligência americana no espaço aéreo venezuelano, o líder chavista Diosdado Cabello vinculou esse tipo de incidente aos apagões.

Apesar das denúncias de sabotagem, Maduro demitiu em março o então ministro da Energia, Luis Motta Domínguez.

Seu substituto, Igor Gavidia, durou pouco e o presidente nomeou em junho outro encarregado, Freddy Brito.

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