Venezuela: governo Maduro prende dirigentes do partido de María Corina Machado
Segundo o procurador-geral do país, política e aliados teriam planejado ações para forçar a sua elegibilidade; principal nome contra o presidente, Corina Machado foi inabilitada das eleições
Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2024 às 18h52.
Última atualização em 20 de março de 2024 às 18h59.
O procurador-geral da Venezuela , Tarek William Saab, acusou, nesta quarta-feira, vários membros do partido da principal líder opositora, María Corina Machado , de planejar "ações desestabilizadoras" no país. Segundo a acusação, o objetivo dos funcionários do Vem Venezuela seria provocar um motim em protesto à inabilitação de sua candidatura às eleições presidenciais, em 28 de julho.
Saab também anunciou a prisão de dois aliados de Machado — o nome mais competitivo na disputa contra o presidente Nicolás Maduro. A ação acontece às vésperas do início da inscrição de candidatos ao pleito, prevista para começar esta quinta-feira com duração até 25 de março.
Machado classificou as detenções como "ações covardes" que buscam "fechar o caminho da Venezuela rumo à mudança e à liberdade de paz e democracia", escreveu em seu conta no X (antigo Twitter). "Venezuelanos, peço a vocês força e coragem nestes tempos difíceis", clamou. "Hoje, mais do que nunca, precisamos estar unidos e firmes para continuar avançando em direção aos nossos objetivos."
Prisões decretadas
Saab anunciou a prisão de Henry Alviárez, secretário político do partido, e Dignora Hernández, uma das coordenadoras de campanha, pelo planejamento de "ações desestabilizadoras" que "seriam iniciadas para forçar" a habilitação da candidata a concorrer na disputa. Com as detenções recentes, ao todo sete aliados de Machado já foram presos desde o início do ano. O Ministério Público emitiu mais nove mandados de prisão nesta quarta, incluindo sua secretária particular, Magalli Meda, e seu assessor internacional, Pedro Urruchurtu.
Fontes próximas da campanha de María Corina não descartaram, pela primeira vez, a possibilidade de que a própria líder opositora possa, eventualmente, ser presa. Seria, frisou uma fonte, “a única maneira em que ela poderia ser silenciada”.