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Venezuela fecha espaço aéreo para Argentina em represália a apreensão de avião

Autoridades dos EUA concluíram a apreensão do Boeing 747 de carga da Emtrasur em fevereiro e Maduro denunciou o "desmantelamento" da aeronave

O avião Emtrasur da Venezuela na Argentina, em 13 de junho de 2022 (AFP Photo)

O avião Emtrasur da Venezuela na Argentina, em 13 de junho de 2022 (AFP Photo)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 13 de março de 2024 às 14h37.

Última atualização em 13 de março de 2024 às 14h38.

A Venezuela informou, nesta terça-feira, 12, que fechou seu espaço aéreo para aeronaves que tenham como origem ou destino a Argentina, em represália à apreensão de um avião de carga que foi entregue às autoridades americanas.

"A Venezuela exerce plena soberania em seu espaço aéreo e reitera que nenhuma aeronave que provenha ou se dirija à Argentina poderá sobrevoar nosso território, até que nossa empresa seja devidamente compensada pelos danos causados", escreveu o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, na rede X.

O chanceler respondeu à condenação que o governo argentino fez mais cedo sobre essa medida.

"A República Argentina empreendeu ações diplomáticas contra o governo da Venezuela, o governo liderado pelo ditador [Nicolás] Maduro, após sua decisão de impedir o uso do espaço aéreo naquele país por qualquer aeronave argentina", declarou o porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, sem especificar detalhes.

"A Argentina não se deixará ser extorquida pelos amigos do terrorismo", acrescentou.

Em 12 de fevereiro, os Estados Unidos concluíram a apreensão do Boeing 747 de carga da Emtrasur, filial da companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, sancionada por Washington.

A aeronave - que estava retida em Buenos Aires desde junho de 2022 por uma ordem judicial - foi vendida à Venezuela pela também sancionada linha aérea iraniana Mahan Air.

Foi sequestrada pelas autoridades quando chegou do México com um carregamento de peças automotivas. A tripulação - composta por 14 venezuelanos e cinco iranianos - foi detida e posteriormente liberada.

Um juiz autorizou o confisco do avião por parte dos Estados Unidos, que se concretizou em fevereiro entre denúncias de "roubo" por parte de Caracas. Maduro denunciou dias depois o "desmantelamento" da aeronave.

"O governo neonazista da Argentina, não é apenas submisso e obediente a seu amo imperial", assinalou Gil nesta terça-feira. "O senhor Manuel Adorni pretende desconhecer as consequências de seus atos de pirataria e roubo contra a Venezuela, que foram advertidas em diversas ocasiões antes do ato delitivo cometido contra a Emtrasur."

As relações entre Venezuela e Argentina caíram vertiginosamente após a chegada do presidente Javier Milei ao poder, com quem Nicolás Maduro troca insultos com frequência.

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