Venezuela detém mais 2 magistrados nomeados pelo parlamento
Até agora, já são três os juízes detidos depois de serem juramentados como magistrados do Supremo perante o Poder Legislativo
EFE
Publicado em 25 de julho de 2017 às 14h12.
Última atualização em 25 de julho de 2017 às 14h12.
Caracas - A Assembleia Nacional da Venezuela (AN) denunciou nesta terça-feira que o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) deteve outros dois juízes que esse Poder Legislativo nomeou em 21 de julho como magistrados do Supremo para substituir os atuais, que o parlamento considera "ilegítimos".
"Sebin Anzoátegui (nordeste) detém os magistrados recém-juramentados pela AN, Jesús Rojas Torres e Zuleima González", informou o parlamento venezuelano através de seu perfil oficial no Twitter.
No último sábado, o serviço de inteligência venezuelano também deteve o magistrado Ángel Zerpa, apenas um dia depois que ele foi nomeado pelo parlamento, por isso já são três os juízes detidos depois de serem juramentados como magistrados do Supremo perante o Poder Legislativo.
O presidente da AN, o opositor Julio Borges, pediu à comunidade internacional que esteja "alerta diante da perseguição da ditadura" do presidente, Nicolás Maduro, contra os magistrados recém-indicados.
Zerpa iniciou ontem uma greve de fome depois que um tribunal militar pediu sua prisão e, por isso, funcionários do Ministério Público indicaram hoje que comparecerão à sede do Sebin para "verificar" seu estado de saúde.
Maduro disse no domingo que os 33 magistrados indicados como tais pelo parlamento serão presos "um a um" e terão seus bens congelados os seus bens e suas contas bancárias.
"Todos serão presos e todos terão seus bens congelados, as contas e tudo, e ninguém irá a defendê-los", afirmou durante o seu programa semanal na emissora de televisão pública.
A oposição venezuelana aprovou na sexta-feira as designações de novos magistrados semanas depois que a procuradora-geral, Luisa Ortega, impugnou sem sucesso as nomeações de 33 juízes que agora ocupam as cadeiras do Supremo por supostas irregularidades no seu processo de escolha.
Os juízes em exercício foram designados pelo parlamento quando este era ocupado pela maioria chavista em um processo relâmpago concluído em alguns dias, justo após a vitória opositora nas eleições legislativas de 2015 e antes que a nova maioria tomasse posse.
Após a escolha pelo parlamento dos 33 juízes paralelos, o Supremo advertiu os recém-nomeados que estavam incorrendo em "delitos de traição à pátria" contemplados pela Justiça Militar e, além disso, pediu "medidas de coerção" contra todos os que participaram dos supostos delitos.