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Quais países reconhecem o Estado palestino?

Nesta terça-feira, Espanha, Irlanda e Noruega entraram nesta lista

Grupo de pessoas participam de manifestação com bandeiras palestinas para lembrar o 48º aniversário do Dia da Terra, na cidade árabe-israelense de Deir Hanna, em Israel, em 30 de março de 2024 (AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 28 de maio de 2024 às 11h11.

Três quartos dos países do mundo reconhecem o Estado palestino que foi proclamado pelos líderes no exílio há mais de 35 anos, uma política à qual Espanha, Irlanda e Noruega aderiram oficialmente nesta terça-feira, 28.

O reconhecimento, que enfureceu Israel, eleva para 145 o número de países que reconhecem o Estado palestino, de um total de 193 membros das Nações Unidas.

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A eclosão da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque do grupo islamista ao território israelense em 7 de outubro, reavivou os apelos ao reconhecimento de um Estado palestino.

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram reconhecer o Estado palestino a partir desta terça-feira, rompendo com a política de grande parte do Ocidente, como de Estados Unidos, Canadá, maioria dos países da Europa Ocidental, Austrália, Japão e Coreia do Sul.

Washington, um aliado de Israel, usou o seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU em meados de abril e bloqueou uma resolução para que os palestinos aderissem às Nações Unidas como um membro pleno.

Arafat proclama um Estado palestino em 1988

Em 15 de novembro de 1988, durante a primeira intifada (revolta), o líder palestino Yasser Arafat proclamou unilateralmente um Estado palestino independente com Jerusalém como capital.

Arafat fez o anúncio em Argel durante uma reunião do Conselho Nacional Palestino no exílio, que adotou como objetivo uma solução de dois Estados, um israelense e outro palestino.

Poucos minutos depois, a Argélia reconheceu oficialmente o Estado palestino.  Em poucas semanas, dezenas de países, incluindo a maioria dos Estados árabes, a China, a Índia e a Turquia, adotaram esta política. Pouco depois, foram seguidos por quase todos os países africanos e nações do bloco soviético.

Desde dezembro de 2010, primeiro o Brasil e depois a Argentina, a Bolívia, o Equador, o Chile, o Peru e o Uruguai reconheceram o Estado palestino.  Na região latino-americana, Venezuela, Cuba, Nicarágua e Costa Rica já o tinham feito e Colômbia, Honduras e El Salvador também aderiram, marcando distância dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.

2012, um pé na ONU

Sob a liderança de Mahmoud Abbas, a Autoridade Palestina lançou uma ofensiva diplomática em organizações multilaterais.

A Unesco foi a primeira organização multilateral da ONU a abrir as portas aos palestinos em 2011, o que gerou a indignação de Israel e dos Estados Unidos, que abandonaram a organização, embora Washington tenha retornado a ela em 2023.

Em uma votação histórica em novembro de 2012, a Assembleia Geral da ONU decidiu pela concessão aos palestinos do status de Estado observador nas Nações Unidas.
A decisão, denunciada por Estados Unidos e Israel, abriu caminho para a adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2015 e permitiu o início de investigações sobre as operações militares israelenses nos Territórios Palestinos.

2014, uma decisão pioneira da Suécia

Em 2014, a Suécia, lar de uma grande comunidade palestina, tornou-se o primeiro membro da União Europeia a reconhecer o Estado palestino.

Outros seis países europeus já tinham adotado esta política antes de aderirem à UE: Bulgária, Chipre, Hungria, Polônia, República Tcheca e Romênia.

2024, um novo impulso na Europa

Espanha, Irlanda e Noruega anunciaram nesta terça-feira que vão seguir os passos da Suécia, uma decisão que rompe com a concepção de que o reconhecimento do Estado palestino está atrelado a um processo de paz com Israel.

Eslovênia e Malta declararam em março que estão "dispostos" a reconhecer o Estado palestino, "quando surgirem as circunstâncias certas".

Em 9 de maio, o governo esloveno adotou um decreto para o reconhecimento deste Estado e o Parlamento deverá se pronunciar em 13 de junho.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou em fevereiro que o reconhecimento de um Estado palestino “deixou de ser um tabu”. Já o ministro francês das Relações Exteriores, Stéphane Séjourné, reiterou nesta terça-feira que considera que esta decisão deve ocorrer “no momento imediato”.

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