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Vaticano se envergonha por "crucifixo comunista" de Morales

"O cúmulo da soberba é manipular Deus a serviço de ideologias ateias", escreveu um bispo espanhol no Twitter


	"Crucifixo comunista": Vaticano se envergonhou com presente de Morales ao papa Francisco
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"Crucifixo comunista": Vaticano se envergonhou com presente de Morales ao papa Francisco (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 06h47.

Santa Cruz - O Vaticano admitiu nesta quinta-feira ter se surpreendido ao descobrir que a foice e o martelo adornados com um Cristo crucificado, presente dado pelo presidente boliviano, Evo Morales, ao papa Francisco, foi desenhado por um sacerdote jesuíta assassinado em 1980.

O papa ficou perplexo quando Morales, numa reunião na quarta-feira à noite, entregou-lhe o incomum presente. A princípio, pensava-se que o objeto havia sido feito a pedido do presidente socialista.

A combinação do crucifixo com o símbolo do comunismo, uma doutrina sob a qual muitos cristãos foram perseguidos no ex-bloco soviético, e ainda são em alguns países comunistas, resultou em indignação de representantes católicos.

"O cúmulo da soberba é manipular Deus a serviço de ideologias ateias", escreveu o bispo espanhol José Ignacio Munilla no Twitter, publicando uma foto de Francisco recebendo o presente.

Outros representantes da Igreja e alguns políticos de oposição bolivianos acusaram Morales, o primeiro presidente indígena do país, de se aproveitar da ocasião para expor sua ideologia anti-imperialista e provocar o papa.

Mas, enquanto crescia a controvérsia na noite de quarta-feira, jornalistas bolivianos disseram recordar que o autor original da escultura de madeira foi o padre jesuíta espanhol Luis Espinal.

Espinal, forte defensor dos direitos dos mineiros, foi assassinado por um grupo paramilitar durante a ditadura de 1980.

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