Mundo

Vaticano pede suspensão da Constituinte na Venezuela

Secretaria de Estado do Vaticano lamentou a "radicalização e o agravamento da crise "e apontou que o papa "segue de perto" esta situação

Papa Francisco: líder católito pediu a todos os atores políticos, e em particular ao governo, que assegure o pleno respeito dos direitos humanos (Tony Gentile/Reuters)

Papa Francisco: líder católito pediu a todos os atores políticos, e em particular ao governo, que assegure o pleno respeito dos direitos humanos (Tony Gentile/Reuters)

E

EFE

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 09h45.

Cidade do Vaticano - O Vaticano expressou nesta sexta-feira sua preocupação e a do papa Francisco pela situação da Venezuela e instou o governo de Nicolás Maduro a suspender a Constituinte por fomentar "um clima de tensão" e "hipotecar o futuro".

Em um comunicado, a Secretaria de Estado do Vaticano lamentou a "radicalização e o agravamento da crise "e apontou que o papa "segue de perto" esta situação e "suas implicações humanitárias, sociais, políticas, econômicas e, inclusive, espirituais".

"A Santa Sé pede a todos os atores políticos, e em particular ao governo, que assegure o pleno respeito dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, como também da vigente Constituição", destaca a nota.

A Secretaria de Estado, dirigida pelo cardeal Pietro Parolin, antigo núncio em Caracas, pediu que "se evitem ou se suspendam as iniciativas em curso como a nova Constituinte" pois, segundo salientou, "mais que favorecer à reconciliação e a paz, fomentam um clima de tensão e enfrentamento e hipotecam o futuro".

Além disso, dirigiu uma "premente chamada" a toda a sociedade para que "seja evitada toda forma de violência" e pediu que as forças de segurança se abstenham do "uso excessivo e desproporcional da força".

A Assembleia Constituinte, integrada apenas por representantes ligados ao governo de Nicolás Maduro eleitos nos pleitos do domingo passado, deve iniciar suas tarefas hoje, apesar das denúncias de fraude eleitoral.

A Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) rechaçou esta iniciativa do Executivo de Maduro por considerá-la "perigosa para a democracia" e o presidente dos bispos venezuelanos, Diego Padrón, alertou que poderia derivar em uma "ditadura militar".

A Constituinte foi rejeitada por países como Brasil, México, Espanha, Colômbia e Estados Unidos, bem como pela União Europeia, enquanto foi reconhecida por China, Rússia, Cuba, Bolívia e Nicarágua.

O Vaticano, que impulsionou no ano passado uma negociação entre as partes que acabou fracassando, se soma deste modo ao grupo de países que exigem que Maduro suspenda seus planos constituintes.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaIgreja CatólicaPapa FranciscoVaticanoVenezuela

Mais de Mundo

Pelo menos seis mortos e 40 feridos em ataques israelenses contra o Iêmen

Israel bombardeia aeroporto e 'alvos militares' huthis no Iêmen

Caixas-pretas de avião da Embraer que caiu no Cazaquistão são encontradas

Morre o ex-primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, aos 92 anos