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Vaticano garante que papiro sobre Jesus casado é falso

O vespertino da Santa Sé publicou em sua edição de hoje um artigo do professor italiano Alberto Camplani, no qual analisa o papiro

Imagem de Jesus Cristo produzida no século XI: Segundo o vespertino da Santa Sé, "razões consistentes" fazem pensar que o papiro seja uma "trôpega falsificação"" (Valentina Petrova/AFP)
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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 23h59.

Cidade do Vaticano - O jornal vaticano "L"Osservatore Romano" afirmou nesta quinta-feira que o papiro do século IV recentemente apresentado no qual aparece a frase em copta "Jesus lhes disse, minha esposa ...", que alimentou a teoria que fosse casado, é "falso".

O vespertino da Santa Sé publicou em sua edição de hoje um artigo do professor italiano Alberto Camplani, especialista em língua copta e professor de História do Cristianismo na Universidade La Sapienza de Roma, no qual analisa o papiro recuperado pela professora americana Karen King que levantou a polêmica.

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Em seu artigo, Camplani afirma que Karen apresentou o papiro como do século IV e que o texto pôde ter sido escrito no século II "quando se debatia sobre se Jesus esteve casado".

Camplani expressou sua "reserva" sobre esse ponto e que perante um objeto desse tipo, "que ao contrário de outros papiros não foi descoberto em uma escavação, mas provém de um mercado de antiguidades, é preciso adotar precauções, que excluam que se trata de algo falsificado".

O especialista italiano acrescentou que, no que concerne ao texto, a própria Karen propõe vê-lo não como uma prova do estado conjugal de Jesus, mas como uma tentativa de fundar uma visão positiva do casamento cristão.

"Mas não é assim, trata-se de expressões totalmente metafóricas, que simbolizam a consubstancialidade espiritual entre Jesus e seus discípulos, que são amplamente divulgadas na literatura bíblica e na cristã primitiva", comentou o especialista.

O jornal vaticano acrescentou que de todas as maneiras se trata de um documento "falso" e ressaltou que a historiadora americana preparou o anúncio "sem deixar nada ao acaso: imprensa americana avisada e entrevista coletiva prévia de King para preparar a exclusiva mundial, que, no entanto, foi posta em dúvida pelos especialistas".

Segundo o vespertino da Santa Sé, "razões consistentes" fazem pensar que o papiro seja uma "trôpega falsificação, como tantas que chegam do Oriente Médio", e que as frases nada têm a ver com Jesus.

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