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'Vamos fazer ceder' o chavismo, diz líder opositora em protesto na Venezuela

María Corina Machado saiu da clandestinidade para participar na concentração que reuniu centenas de pessoas em Caracas

Maria Corina Machado, principal líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro (Gaby Oraa/Getty Images)

Maria Corina Machado, principal líder da oposição ao governo de Nicolás Maduro (Gaby Oraa/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 17h45.

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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, disse nesta quarta-feira que fará o chavismo governante "ceder" após a reeleição do presidente Nicolás Maduro, que ela e boa parte da comunidade internacional consideram fraudulenta.

O resultado do pleito de 28 de julho desencadeou protestos e elevou o grau de repressão do governo de Maduro. Ao todo, 27 pessoas morreram, quase 200 ficaram feridas e mais de 2.400 foram detidas, a quem Maduro chama de "terroristas".

— Dizem que o regime não vai ceder, saibam que: vamos fazê-lo ceder e ceder significa respeitar a vontade manifestada em 28 de julho — disse Machado durante uma manifestação convocada um mês depois das eleições em que afirma que seu candidato Edmundo González Urrutia venceu. — Este protesto é imparável.

Escondida desde o anúncio dos resultados, María Corina saiu da clandestinidade para participar na concentração que reuniu centenas de pessoas. Ela chegou à manifestação disfarçada com um suéter preto com capuz, que tirou ao subir no caminhão que serviu como palco. "Valente, valente!", gritavam enquanto ela passava.

— Temos que nos proteger, cuidar uns dos outros — disse ela. — A cada dia que passa estamos avançando, temos uma estratégia robusta e está funcionando. Precisamos refletir sobre o que fizemos neste mês, é uma fase difícil e sabíamos disso, sabíamos o que estava por vir. Conseguimos transformar a causa pela liberdade da Venezuela em uma causa mundial, uma causa global.

Não há uma ordem de captura contra a opositora, embora Maduro tenha pedido prisão para ela e González, responsabilizando-os pelos atos de violência nas manifestações pós-eleitorais. María Corina disse temer por sua vida, embora tenha participado em outras manifestações.

Esta é a quarta manifestação contra a proclamação de Maduro para um terceiro mandato de seis anos, até 2031, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e ratificado pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), ambos acusados de servir ao chavismo.

— Se enganam os que pensam que o tempo favorece o regime, é exatamente o contrário, a cada dia que passa eles estão mais isolados (...). Isso não tem volta, vamos seguir em frente — insistiu.

A oposição acusa as autoridades eleitorais de validarem a vitória de Maduro mesmo sem a apresentação das atas de votações das seções, que, segundo María Corina e aliados, confirmariam que o vencedor foi o ex-diplomata Edmundo González. Diante do impasse, vários países rejeitaram os resultados, e outros, incluindo Brasil e Colômbia, exigem que Caracas apresente os documentos das seções, o que Maduro não parece disposto a fazer.

Na véspera, a oposição acusou o Judiciário de perseguição contra Edmundo González, citando a abertura de uma investigação por supostas "usurpação de funções" e "falsificação de documento público", crimes que poderiam levar a uma pena máxima de 30 anos de prisão. González, que está escondido, não cumpriu duas intimações para prestar depoimento, feitas pelo Ministério Público.

Ele considera que se trata de "uma intimação sem garantias de independência e devido processo", e acusou o procurador-geral, Tarek William Saab, de ser um "acusador político".

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