Mundo

Vaccarezza é acusado de dar calote em cabos eleitorais

Deputado estaria devendo R$ 270 mil a um engenheiro com quem fez dobradinha em Marília, R$ 20 mil ao diretório do PT na cidade e R$ 60 mil a um empresário de Tupã

Cândido Vaccarezza nega as acusações e vê "chantagem" no episódio (Vaccarezza.com.br)

Cândido Vaccarezza nega as acusações e vê "chantagem" no episódio (Vaccarezza.com.br)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de abril de 2011 às 17h55.

São Paulo* - O líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT), está sendo acusado de dar calote em cabos eleitorais da região da Alta Paulista, no oeste do Estado de São Paulo. Segundo o portal Estadão.com.br apurou, o deputado estaria devendo R$ 270 mil a um engenheiro com quem fez dobradinha em Marília, R$ 20 mil ao diretório do PT na cidade e R$ 60 mil a um empresário de Tupã, além de dívidas menores com outras pessoas da região. O deputado nega as acusações e vê "chantagem" no episódio.

Em todas as cidades em que há a denúncia de calote, a história é bastante parecida. O economista Walter Bonaldo Filho, definido pelas pessoas ouvidas pela reportagem como "organizador" da campanha do deputado para a região, contratou pessoas e serviços que depois não foram pagos. Bonaldo, segundo ele mesmo, é amigo pessoal de Vaccarezza há 17 anos e é filiado ao PMDB. Ele nega que tenha deixado dívidas e atribui as denúncias a brigas internas do PT.

Bonaldo foi secretário de Finanças de Tupã entre janeiro de 2009 e agosto de 2010, no governo de Waldemir Gonçalves Lopes (PSDB). Antes, havia prestado assessoria à prefeitura da cidade na condição de consultor da Fundação Getúlio Vargas. Deixou a prefeitura durante a campanha eleitoral de 2010 para ajudar Vaccarezza. Ele alega que não poderia continuar em um governo tucano e ajudar um petista na campanha.

Segundo explicou o próprio Bonaldo, a região da Alta Paulista é um reduto tucano. Por isso ele se ofereceu a Vaccarezza, que tem base na capital paulista, para ajudar a conseguir mais votos na região. Ele confirma que teve conversas com lideranças da região para angariar apoio político, mas negou que tivesse feito qualquer acerto financeiro.

No dia 12 de abril, a assessoria de imprensa do deputado Cândido Vaccarezza entrou em contato com a redação de EXAME.com e encaminhou o seguinte comunicado:

"Em relação às denúncias sobre dívidas de campanha de 2010 na região de Alta Paulista, o deputado Cândido Vaccarezza tem a esclarecer o seguinte:

1) A ação trabalhista movida pelo empresário Paulo Cézar Madureira contra o deputado Vaccarezza na Vara do Trabalho de Tupã (processo n. 034/2.011), no valor de R$ 51.759,58, foi considerada IMPROCEDENTE pelo juiz Pedro Marcos Olivier Sanzovo. O reclamante não entrou com nenhum recurso e, dessa maneira, o caso está encerrado.

2) O engenheiro José Ferreira Menezes Filho, ex-candidato a deputado estadual pelo PSL, que não foi eleito, prestou contas no TRE-SP de despesas no valor de R$ 88.223,00. O valor cobrado de R$ 270 mil, portanto, não foi declarado, o que demonstra que não corresponde à verdade.

3) O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de Marília nunca fez nenhuma cobrança ao deputado Cândido Vaccarezza por eventuais despesas de campanha.

O deputado Cândido Vaccarezza reitera que não aceitará nenhum tipo de chantagem, certamente movida por interesses políticos."

* Matéria ampliada às 17h41 do dia 12/04/2011

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesPartidos políticosPolíticaPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

No RJ, presidente chinês afirma que mundo adentra um 'período de turbulência e mudança'

Na Alemanha, cachorros pagam impostos — e governo já arrecadou R$ 2,6 bilhões

O que é e o que faz o G20, grupo que reúne 85% do PIB global?

De carros a alimentos congelados: americanos estocam bens antes de possíveis tarifas de Trump